Vento Fogueiras Velas
Os amantes são como o vento e a vela, um sempre buscando o outro, juntos eles navegam pelos mares da vida.
É fácil apagar uma vela com o vento, mas é difícil acendê-la com o sopro.
É fácil acalmar a água de uma tigela, o difícil é pacificar um oceano inteiro.
É fácil ver as estrelas no céu, mas o difícil é poder alcançá-las.
É fácil sentir o calor do sol, mas o difícil é tocá-lo por inteiro.
Apago dez fogueiras pequenas, que o mínimo vento apagaria por mim. Reúno gravetos, quero uma fogueira que o vento espalhe.
Vamos caminhar e singrar pelos ventos ao fim
Sentado em frente a fogueira ou nas cadeiras da lareira
Por tijolo e tijolo chegou até aqui e agora como um vulcão adormecido repousa
Observa como o gavião caçador suas progênies
Como um herói esquecido pelo trabalho, mais não por seus amados
Sua vida seu destino
A barlavento das montanhas escalou e migrou com sua descendência na vida
A lei da eternidade por tempos foi abolida
Eternidade aqui, ela e mórbida e agônica para alguém
Que suas sementes como a fé se espalhem em procissão
Pelas rotas que sobrarão o velho tempo me recomende o perdão
Aos que afligir
Vai cansado jovem ser na terra dos homens, desfrute sua lembrança
Não termine seus dias findado ao recluso
Diga não ao porão, ao quartinho ao asilo
Sua sabedoria e mais que troféu, para os que ficaram e aproveitaram seus santos conselhos
O amor se foi não a mais graça, quando isso acontecer
Como um arco-íris ou até mais rápido você vive aqui com a gente
Com ternura do vento vai deixar seus olhos grafados na minha mente como se fosse hoje e sempre.
*O vento frio que apaga o fogo* só apaga a fogueira quando já aqueceu quem deveria ser aquecido.
Agora o frio lhe fará bem, o fogo aquece mas também queima.
Dei tchau ao fogo, mas guardei o frio que lhe apagou.
Os alvos são como os ventos, eles podem intensificar as chamas de uma grande fogueira.
Estabelecer alvos no princípio de uma trajetória é ter uma prévia preparação para um destino melhor.
O Tilintar das Pulseiras,
Em volta da fogueira, se ouve o tilintar das pulseiras ao vento
Elas tem um doce soar que exprime a alegria das ciganas ao dançar
Elas tem um brilho diferente das outras mulheres, nasceram para serem fortes e invencíveis, mas na sua fortaleza elas desnudam a sua fragilidade.
Dançam, dançam ao som do mar
Pés descalços que pisam sobre a areia branca e fria de uma madrugada de outono
Onde cada estrela no céu é um pedido e a lua sua testemunha
E as pulseiras continuam a tilintar até que o sol beije a beira do mar
corpos exaustos, mas extasiados e abençoados de tanto bailar.
Fagulhas da fogueira de vaidades,
sobre as sombras do amor,
a afronta se doma na libertinagem
sonsa alma na pandemia
se torna se translucida
na fome a ânsia de viver...
até insanidade se tornar irreal,
simples singularidade altiva
sobre o clássico tom de cinza...
oportunidade explicita,
boa companhia que transpõem
o gosto da tua carne...
fruto do maior do doce viver...
transe momentâneo...
expressa se o amanhecer,
nas magoas apenas o calor do corpo,
suor que se da com o amor.