Vento

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Quando não sabemos a que porto estamos indo, qualquer vento é favorável.

Sêneca
Cartas de um estoico.

Nota: Trecho da carta 71 (LXXI), Sobre o bem supremo.

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Inserida por DavidFrancisco

Enfurnado além das montanhas para lugar nenhum
Estuário invisível, encontro de furações senhor despertador de vulcões
Oscilador de centelhas anunciador do começo e dissipador do fim
Frescor que aproxima calor que se expande
Dos tridentes quentes salvação e também a perdição
A arrepia seus ouvidos pelos tambores que anunciam
Clarões no céu e os escurecer de rajadas o denunciam
Quimera mudar o guerreiro é o opressor
Que se façam rajadas pelos quatro cantos
Se prepare para sofrer, pois não se vencer sem cair e perseverar
Plante nas cerejeiras o desflorescer do amor
Espalhe as pétalas para acontecer
A brisa vai viajar até os confins que puder granjear
Mareie meus olhos e esfria meu pecado
Faça nascer nessa geração uma nova lei
Encarne se desobstrua dos seus vínculos e abrace para que foi feito
O senhor dos ventos astucia e virtuosismo lhe deram brado
Mas a pergunta que não quer calar dá onde vieste mesmo?

Inserida por rmatos

Noite fria

Trouxe a chuva num zumbido
agourento
Vozes a sussurrar recônditos
segredos
Incansavelmente, repetida vezes
Predizendo a longa e ruidosa
tormenta
Vindo do leste em movimentos
ensaiados
Arrastando a madrugada à procura
do amanhecer
Bailando por corredores de
álgido concreto,
Obras de meros mortais
subalternos
Deslizando pela fresta da gasta
janela
Rastejando por entre o estreito
vão da porta,
Como uma astuta e vil serpente
Impregnando o quarto com a
aspereza da noite lá fora
Afagando o espesso cobertor
de lã
Revelando a solidão que o
preenche.

Inserida por emorais

Quando cheguei do trabalho o corpo clamava pelo sossego da casa vazia.

Os ombros espremidos feitos limões depois de um dia inteiro vivenciado no antes e depois. Nunca agora.

O agora pertence ao reino das pessoas bem resolvidas, do presente selvagem, da ausência de dores e dúvidas. Por isso tal lugar me é tão fantasioso e desconhecido. Estou sempre presa entre dois tempos. Meus limões e eu.

E a silenciosa ordem da casa vazia era a única coisa de que precisava para que o dia terminasse afinal. Não haveria ninguém me esperando, não precisaria contar como foi o dia, o que fiz. Tudo estaria no exato lugar que a mão desatenta deixou pela manhã.

Estaria… do Pretérito mais que perfeito condicional.

Condição em que eu teria encontrado a casa se tivesse deixado a bendita janela fechada.

Mas a mão (aquela mesma descuidada que nunca repara o que está fazendo) abriu a janela antes de sair e foi embora despreocupada como só as mãos sabem ser. Nem pensou em olhar a tempestade que se anunciava desde cedo no horizonte.

Suspeito, na verdade, que exista uma relação profunda entre mão e vento. É o que percebo toda vez que minha mão esgueira para janela aberta do carro quando ninguém está olhando. Estende-se para o vento que corre livremente do lado de fora, finge que voa enquanto o ar se espreme entre suas partes sempre tão guardadas por anéis.

Em todo caso, a mão não estava lá quando o vento entrou enfurecido procurando por ela. Raivoso brandiu com força papéis para todos os cantos, derrubou aquele vaso feio que ficava sobre a mesa, o único que aceitou receber a estranha planta que eu nunca sabia se estava viva ou morta. Agora entre os cacos de vidro no chão não restava dúvida: morta.

Os papéis que permaneceram sobre a mesa molhados pela água do vaso, o restante espalhado no chão.

As cortinas caídas sobre o sofá como se cansadas de lutar contra o vento e tivessem simplesmente desistido. Ficaram observando enquanto o caos reinava na casa.

Nada naquele lugar lembrava a paz que eu buscava quando entrei.

A mão primeiramente cobriu os olhos com mais força do que o necessário, foi se agarrando a cada osso do rosto até se prostrar entre os dente a espera de ser castigada. Respirei fundo e a coloquei em seu devido lugar ao lado do corpo.

Caminhei entre vidros, cortinas, papéis e flores que já estavam mortas muito antes do vento chegar.

No meio da sala olhei para as mãos descuidadas e famintas por vento. E por um instante me senti bem em meio ao caos. Não sabia por onde começar a arrumação e, sinceramente, não havia qualquer pressa para isso.

Soltei o peso dos ombros que pela primeira vez eram nada além de ossos, músculo e pele. Fiz um azedo suco com o saco de limões que carregava e bebi inteiro, sem açúcar.

E ali, cercada pelo silencio caótico que se estende após a tempestade não havia nenhum outro lugar em que eu pudesse estar. Só o famigerado momento presente e eu em meio a sala. Sós.

Inserida por jenn_perroni

Sou um misto de vendaval e brisa fresca. Em alguns momentos, me permito flutuar levemente entre a paisagem dos meus dias, em outros, me permite ser invadida por furações insanos que me atormentam o juízo, que me roubam a paz e me tiram o sorriso.
As vezes, me permito viver todas as estações do ano em um único dia. Em outros momentos, custo a me permitir experimentar uma única estação.
Sou assim, um misto de alegria e amargura; de encanto e desencanto; de felicidade e tristeza. Mas a única coisa que não me permito, em nenhuma hipótese, é deixar de ser intensa! É deixar de ser pura emoção e, sobretudo, pura verdade e doação.

Inserida por triers

Os ventos ruins sompram para todos...

VENTO-LOBO

Vento-lobo,
Uiva o frio em todo o dorso
Na matilha, caceis o fogo
Fez do silêncio
Fagulhas à carne
Derreter o grito
D'algum inverno tolo

Inserida por FabricioHundou

SOMBRA DOS VENTOS

Cansado de ser marinheiro nauseado
De remar à unha rumo a dezembros nublados
Pus-me ao solo encravado
Aqui ando e corro descalço

Meu superego, campo farto de hectares
Da primeira à última porteira
Posse tenho das poças em que tanto afogo
Eu quem afaga a cada seca desse cerrado
Eu quem afaga
Espelho de faca

Plantarei um pássaro
Para asas fazerem sombra em meu quintal
Sujo, eivado, de esgalho (ou da migalha)

O soalho de meu quintal...
Solo, sujo, sol e chão
Farto de folhas de feridas que secaram
No outono que se foi.

Não como a sorte que nasce nos trevos
Nas vielas dos meus dedos...
A minha sorte - eu tenho outras -
Ainda é cedo
Pra mostrar

Quero (mais do que posso); vê lá se posso
Oh, esperança tão teimosa

Quero comprar uma rede
Pra me balançar
E voar em vento
Pra mo'da vida não parar

A minha sorte - eu tenho outras -
Ainda é cedo
Pra mostrar

Inserida por FabricioHundou

Cabelos Olhos Boca Mãos Joelhos Pés
Ao vento do momento


Cabelo ao vento
.
Olhos no momento
.
Boca no respeito
.
Mãos a deriva do ponto
.
Joelhos no sentido oposto
.
Pés na direção do vento, seguindo o momento, junto com o respeito chegando ao ponto, no sentido oposto...
.
Diante de todo esse furor, longe de todo horror
.
Hoje digo o vento me levou ao momento devido no respeito, que chegou no ponto oposto.

Inserida por FabianoDAraujo

Sonhos são como plumas que, mesmo voando ao vento, vão cair em algum lugar.

Inserida por Valdirdomiciano

" Não siga a inclinação do coração e dos olhos.Eles te guiam para o deserto! E no deserto o vento sopra forte....muda os sentimentos e empoam os olhos da felicidade."

Inserida por AlessandroOLIVEI

Na força do vento
Ao poder do pensamento
Faz dobrar
A planta se esticar

O poder do Céu
Ele dá a quem convém
Retirando da ignorância um véu
Para quem nos quer o bem

O Caminho consagrado
Caminho preservado
Da Nossa Santa Doutrina
O Mestre que vem e nos ensina

Amar a Deus sobre tudo
É o Mandamento que ressoa
Nossa força, nosso escudo
Tratar ao próximo como a uma só pessoa

Inserida por SamuelRanner

Simplesmente

Dia em que a Lua está na fase minguante
Um céu azul anil
O sol brilhando intensamente
Um vento agradável e frio
Aliviando o calor de 37 graus
Os pássaros voando de uma árvore para outra cantando alegremente
Fico a imaginar, que precisamos de muito pouco para sermos felizes
Nós é que complicamos a vida...

Inserida por isaiasribeiro

Palavras faladas, o vento leva... Palavras escritas, nem o olhar mais ingênuo releva.

Inserida por PriscilaMurad

Poetas são assim
Dias no vento
Dias no lamento
E vivendo tudo de imenso
que há enfim .

Inserida por Paulamonteiro

" Seja como uma folha, simples quando cai, para que o vento possa te jogar pra longe!"

Inserida por GadielCarneiro97

As mesmas palavras que um dia jogastes ao vento voltarão como grandes vendavais

Inserida por felipe_batista

As gotas de chuva correm ao vento, como as lágrimas dos olhos correm na face.

Inserida por Lukzin

Castelo de Areia

Você sonha
Você Constrói
Você modela
Você rega
Até que o vento bate tão forte
que os grãos de areia se vão

Você insiste
até perceber que não adianta
continuar, porque sem uma base
a onda sem avisar bate,
E a muralha cai.

Assim é o talento do artesão
que esculpe em troca de pão
Sonhador e construtor
Mas não conquista seu tostão.

O vento vem e vai
A lagrima percorre a maçã
de sua face até não existir mais!

Inserida por dudugoncalves

ainda há pouco julguei ouvir o gemido do vento, arrumava eu o fio dos pensamentos

Inserida por nataliarosafogo1943