Vento
Bolha de sabão
Aquela grande e delicada bolha de sabão
Sempre foi o brinquedo do vento
Para lá, e para cá ...
De dentro me parecia estável
Morada da fundação do eu.
E foi então que como uma criança
De olhos brilhantes e curiosos
Tais estes, certa vez, denunciaram
em um reflexo, a silhueta frágil do domo.
Perco a fé na minha não resistência
Realidade de repente me pesa
Caí ...
Gritos ...
Gravidade carinhosa, mostrou:
- Este é o verdadeiro chão!
A queda .... ah que infernal presente foi para mim!
Sentado, ergo a cabeça para cima
Há muitas bolhas flutuando no ar
Fecho os meus olhos, aflito:
- Vai cair!
- Não!
Pensei,
Talvez, só cai quem estranhe o nada, a transparência de não significar.
O vento vem tá.
Vem tá com você, venta qual voz e toca em teu ser. Se vem tão forte, como gritas em teus ouvidos, não tem como não perceber.
Vejo com os olhos e sinto
com alma.
A sua presença querida, sempre me acalma, na brisa do vento ou em um vendaval
tê-la ao meu lado querida é muito legal.
A sua beleza não tem comparação, porque não está em teu rosto mas sim no teu coração.
Não foi com dinheiro que te conquistei, para tê-la ao meu lado, eu sei o quanto lutei.
Escrevir seu lindo nome em um pedaço de papel coloquei em uma garrafa e soltei em alto mar.
Querida, minha querida, sempre irei te amar.
18 HORAS NO CERRADO ....
O vento passa e o cerrado murmura
Porém tão achavascado que parece
Um canto, uma suplica, uma prece
Uma poética cheia de acre tristura
No horizonte o pôr do sol adormece
Turba-se a tarde, uma luz já fulgura
No céu, tão alva e farta de ternura
A noite caudalosa sobre ele desce
O silêncio embatuca convulsamente
Varrendo a negror ao peso do poente
Agigantada escuridão! O acme agora!
Tem da coruja o gemido cavo e pesado
Toda a melancolia, através do teu piado
18 horas, a noite no cerrado não demora! ....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/01/2021, 18’00” – Triângulo Mineiro
paráfrase Ana Amélia
Como bailarinas naturais
As plantas dançam
Ao ritmo do vento
Que as balança
Dançam valsa
Sem os pés mexer
Pois infelizmente
Suas raízes
Ao chão presas estão
Limitando seus movimentos
Ao balançar de um tufão.
Elemento fogo...
A chuva alimenta minhas emoções...
Então vento vem arrebata alma...
O queima minhas tristezas...
A terra traz a esperança...
Voraz sonho maravilhoso...
O ar que respiro desnorteia o espírito...
Aurora trazem sentimentos adormecidos...
A sequência é uma incógnita até ser decifrada, O vento não muda as folhas não mudam e bom a água contínua azul.
Que o vento traga alegria e leve a tristeza, o amor floresça e o ódio caia. Que o tempo passe e a vida seja naturalmente feliz. E os problemas nunca vençam o cansaço. Que nosso amor nunca apague a chama em coração.
A capela
O churrasco estava de vento em popa no estacionamento de veículos de um conhecido, quando ouvi alguém me fazendo um convite:
- Onde vamos nós? perguntei curioso.
- Calma, tá ansioso por quê? Vamos passear no centro da cidade.
- Depois conheceremos a cidade com mais calma novato?
- Você já visitou o centro desde que chegou?
- Ainda não!
- Entra no carro hoje, faremos um tour pela cidade.
Minha imaginação foi longe, curioso fiquei imaginando como seria um charuto cubano não mão, me senti um dos personagens mafiosos do filme poderoso chefão, tive aquela sensação de poder e mesmo que fossemos flagrados pelo xerife municipal não estaríamos irregular cometendo algo de ilícito. Paramos o veículo e entramos na loja de conveniência quando fui apresentado para a atendente:
- Boa noite amigos, sejam bem vindos, temos um amigo novo com vocês?
- Esse é nosso amigo novato!
- Se apresente novato!
- Boa noite amigo novato?
- Boa noite!
- Qual é seu nome?
Fiz uma expressão de poucos amigos, não respondi a moçoila, virei as costas sem dizer uma só palavra e saí da loja! De um sorriso espontâneo conveniente da moça para um rosto carrancudo fechado do novato, arrogante, indelicado e sem reciprocidade. Aguardando a patota na parte externa da loja não esbocei nenhum sentimento de culpa pela minha indelicadeza.
- Que idiotice novato, você rotulou nossa amiga como uma pessoa má e amarga.
A moça mesmo triste se manteve firme e consciente da sua superioridade humana, pois sabia das suas qualidades, tinha um brilho fora do comum, sempre vestida elegantemente por onde andava sabia que atraia atenção dos olhares do público em geral.
Quando chegamos na República o pior de mim já me dominava, minha feição assustava e estava claro que havia incorporado algum espírito mal, mesmo não sendo cortês com meus novos amigos sentia uma certa tentativa deles em me acalmar me chamaram atenção e se irritaram comigo.
- Novato você foi muito sarcástico ontem, não seja tolo e na primeira oportunidade peça desculpas a moça. Fiquei pensando dia após dia se seria julgado por excessos e sem parar de refletir uma semana e resolvi fazer uma breve visita o mais breve possível.
No meu devaneio total sem malícia pensamento disperso da embriaguez me aproximei calmamente e sem ser percebido me aproximei da noviça.
- Boa noite, senhorita, tudo bem com você?
- Senti uma certa inquietação da dama, o sentimento de humilhação não havia abandonado seus pensamentos. A moça com simplicidade e elegância recordou e exigiu um motivo para tais excessos da minha parte.
- Você foi ridículo novato! A porta e a serventia da loja, passam bem.
Senti tomada de ódio por fazê-la passar por ridícula na frente dos amigos.
- Você me acha com cara de tola? Ela era alta, branquela, franzina, cabelos longos e negros, vestida com vestido seda, aos poucos fui conhecendo a docilidade da noviça e fiz a escolha de pedir perdão de joelhos dentro da conveniência.
- Ajoelhado falei em alto e bom tom, você é capaz de me perdoar pela minha deselegância com a senhorita.
- Você percebeu que não ganhou nada com a sua grosseria...
- Quão tolo você foi, levanta não se passe por ridículo.
- Vou ficar ajoelhado o tempo que for necessário.
- Que feio? O que você ganhou com sua atitude?
- Como bom mineiro seu perdão, uai, e prepare ouvido que vou gritar implorando por seu perdão!
- Você seria doido de se humilhar a tal ponto!
- Que tolice, sorrindo falou, levanta seu bobão.
- Qual seu nome novato?
- Me chamo Beto, você?
- Angel!
Após uma longa jornada de trabalho extra no domingo, descansei a tarde toda no cai da tardezinha resolvi respirar ar puro e senti um movimento se aproximando de mim o inesperado aconteceu, não tive tempo de reação, uma voz sussurrando no meu ouvido, eu totalmente imóvel fiquei estático na calçada da avenida. Tentei cogitar uma apresentação.
- O conheço? O que quer de mim.
- Em um sussurro tranquilo falou:
- Atravesse a avenida, e entre na capela!
- Mas, companheiro, diga logo o que quer de mim!
Após muita resistência da minha parte atravessei a avenida, a porta estava aberta e parei para observar o ambiente.
Novamente com calafrios e arrepio no corpo ouvi, aproxime-se da urna, ao aproximar da urna olhei para trás e vi uma luz aproximar e entrar na urna, jamais imaginaria uma conexão sobrenatural e que um espírito viesse ao encontro do meu.
Olhando para o caixão senti um riso misterioso e as minhas lágrimas mais uma vez pediu perdão fechei os olhos e falei:
- Para que tanta desilusão sei onde você deixou seu corpo Angel, mas a sua alma um mistério, não me condene com pesadelos e remorso que viver livre como você está livre e feliz agora, me perdoe mais uma vez. Fiz mais uma oração com a mão no rosto de Angel e me despedi com um "adeus"
Gilson de faria.
15/02/2021.
sou ar
e vento que suspira
no alento um beijo que morre,
desejo ser a água que mata tua sede...
no florescer da solidão...
Daqueles que o tempo não apaga, não leva, nem abala. Daqueles que o vento mesmo soprando contra acaba sendo sem querer, á favor. Daqueles que caminham juntos na mesma direção, com um sorriso nos lábios, mãos dadas, almas juntas. Daqueles que estão longe de ser perfeito, mas que com suas imperfeições se encaixam. Daqueles sem fim, sem ponto final, com reticências... Daqueles que não se apaga, não se guarda, vive escancarado, estampado na cara. Daqueles que fazem arco-íris aparecerem no céu, borboletas brincarem no estômago. Esse é o amor da gente.
ASÉ FÉ
Laroyê bará
Abra caminho tranquilo pr'eu passar
Sopra vento, Oyá
Levai-me corpo y alma
Eparrey: Queira qu'eu
Esteja onde puder estar
Kaô Kabecilê
Justiça y martelo firme
Em dias de se padecer
Memórias
Estou no perfume que ficou na brisa,
no vento que acaricia,
no sol que te aquece,
no oceano que te envolve.
Estou no canto do pássaro.
Sou o aperto no peito,
a lágrima que escorre,
a memória que não se cala e
a vontade que não passa.
Sou a tua saudade.
Liziane Botti Ferri.
Digamos que o Satanás é o vento, os seres humanos são os peixes e Deus a água; O que os peixes são, sem a água?
Quando a saudade aperta
Chamo o vento, a chuva
Ao sentir a chuva e o vento
No meu rosto lembro-me
Das tuas mãos perfumadas
Acariciar-me o rosto
E das saudades que tenho de ti.
SIGO
Sigo a areia que corre
Com pressa na ampulheta
Dos passos dados ao vento
Entre a brisa que bate na face
De suspirados silêncios
No tempo em que vive esquecido
E que me olha com a verocidade
É na espuma da areia que a alma
Chora em silêncio na água
Do calor sentido no teu corpo
Sigo as rochas entre a praia
Deste meu desejado silêncio
Feito pela espuma do meu mar
Memórias de ti, simplesmente em mim.