Vento
A CAMINHADA
Caminho no vento, na brisa, na chuva.
Na minha vida sou caminhar.
Caminho na rua, tropeço na guia.
Minha caminhada ninguem vai parar.
Caminho em busca de um vale encantado.
Com flores e frutos pra me saciar.
Caminho na rima, por cima do muro.
Gritando e cantando, vou a caminhar. ,
Em passos curtinhos, e passos gigantes,
tu tens que ter folego pra me acompanhar.
Caminho no canto da rua de noite,
caminho de dia quando o sol raiar.
Caminho na praia, ponho os pés na areia
caminho num barco em alto mar.
Caminho sózinho, caminho contigo,
caminho, caminho, caminho, caminho...
Vivo vagando em pensamentos soltos como folha ao vento.
Vivo seguindo por veredas que eu jamais imaginei que um dia eu pudesse trilhar. Ao me transportar pelo imaginário, não me apego a nenhum paradeiro que limite o meu sonho. Quero entregar-me ao acaso de não ter hora marcada, nem pra sair e nem pra chegar.
Estive voando por entre nuvens cinzentas de uma chuva de outrora. Alegro-me por manter-me sereno e impermeável diante de qualquer tempestade que queira me molhar. A lentidão da garoa fina me entristece por se parecer demais com as lágrimas não contidas de alguém. Sinto-me bem melhor quando fico sob a chuva morna que se derrama nas trovoadas que iluminam ainda mais o verão.
Eis que a minha chuva de pensamentos transborda quando a insanidade de alguém vem e me diz que “quem está na chuva é pra se queimar”. É por isso que a minha fantasia se abre todas as vezes que um temporal se anuncia no firmamento. Eu quero dias de sol e chuva no mesmo céu e no mesmo instante. Quero a visão de um arco-íris risonho se curvando no horizonte improvável do meu olhar.
Existe algo indefinido que se esconde por detrás da minha cegueira premeditada. Não me importa que seja um fato novo ou uma velha história esquecida por alguém. Preciso apenas de pretextos inventados pra que eu possa me armar de coragem, e viajar pra algum lugar que floresça bem longe de mim.
Em pensamento, eu me perco por entre os vãos das horas que passam a esmo. Em pensamento, eu percorro qualquer estrada que possa me levar a um final feliz. Em pensamento, eu posso fugir de mim mesmo sempre que for preciso, para que, enfim, eu não me furte a me reencontrar e transformar a minha vida em algo mais intenso do que tudo aquilo que eu já pensei ter vivido um dia.
No vento frio, você sente a certeza que realmente precisa de alguém. Mas nem por isso num dia quente, dispensará uma pessoa.
Não importa quanto tempo passe, nem mesmo quantas pessoas vamos conhecer; A direção do vento? Não importa. Meus meios, Minha felicidade.
Pinheiros
Que magia tem estes velhos pinheiros
ouriçados pelo vento no alto das pedras?
Absortos, voltados para o poente,
agasalham pássaros em galhos ondulantes,
sossegam minha alma em verdes sombras
recortadas no azul de um céu sem fim.
Quanta poesia há no aparente abandono
dos pinheiros agrestes agarrados às pedras,
que em silêncio se elevam às alturas,
seduzidos pela luz mágica do sol?
Mansos pinheiros acenando à estrada,
ouvindo o bramir do mar logo adiante,
faz sentir esta poesia, esta alegria,
do sal que tempera sonhos, emoção,
sentimento vida, universo no coração.
Recostada à janela, enquanto sigo viagem,
os pinheiros me levam para perto do céu,
em algum lugar abre-se uma porta,
acolhendo criaturas e sonhos
na clara ternura do entardecer.
Instantes de felicidade sem motivo,
como poemas sem palavras
que se escreve no ar...
OPOSTO DE UMA VIDA
O vento interroga meus sentimentos com constrangimentos.
Os inocentes de mais se tornam tolos de mais, e quem é tolo de mais se envergonha e deixa o futuro no inconsciente e desordena o tempo pra trás.
Os gênios são tolos mais não tem medo, os gênios não são lembrados, nem esquecidos, os gênios sempre morrem cedo.
As pessoas fúteis não são úteis nesse mundo útil onde você é usado por um minuto, e por uma eternidade se torna inútil.
As palavras calariam o mundo, se não fosse o medo de dizer o que as palavras deveriam significar, e vejo que com palavras, movo os povos de lugar.
A arrogância mede a altura simétrica com o medo, os velhos se esquecem de ser cruéis, e os mais novos aprendem a ser cruéis mais cedo.
Nas medidas que as alturas de um metro e poucos sentimentos me impôs, faço versos, escrevo pra mim, mais não deixo nada pra depois, afinal quem se dispôs, não compôs, o verso que disponibilizei pros meus iguais, ou pros diferentes de etnia e cor com pouco verso, mais com muito amor.
O sono uma vez quase me mata, mais a preguiça de viver me renasce a todo momento, levo a sério o que ouço pela vida pelos efeitos sonoros de um coração afogado de sentimento.
O primeiro beijo não marca as nossas vidas, pois são trocas de salivas, o que marca de verdade, é sentir o calor humano de quem te ama entre a sua imagem e outra alma por outras almas vivas.
Nunca liguei pro exterior das pessoas, mais exteriores se multiplicam as centenas, mais corro na vida em uma cena, a primeira vez que julguei uma pessoa pela aparência, vi que ela era linda, mais percebi que o tempo me disse que essa mesma pessoa não valia a pena.
Sou morto antes mesmo de viver, consegui ser inteligente antes mesmo de aprender, e novamente, morri, antes mesmo de nascer.
Ai que frio, arrepio, é do vento o assovio. Minhas imagens no vazio, quem se lembra do que viu? Do teu olhar me desvio, minha paz por um fio. Ai que frio.
Acerdito que eu sou uma chama exposta ao vento dos dias, por isso, enquanto eu estiver encarnado nesse planeta, usarei a minha tênue luz para clarear a escuridão dos caminhos por onde eu passar. Estarei satisfeito se ela ajudar a outras pessoas em seus caminhos.
"O Vento" levou minha história hermaníaca e só comecei a perceber isso depois de “Onze Dias”.
“Fingi na Hora Rir”, mas realmente, "Todo Carnaval Tem Seu Fim", todo “Pierrot” chora e toda “Descoberta” assusta!
Hoje eu sei, a verdade vai muito "Além do Que Se Vê...
"Quem Sabe" um dia eu consiga entender o que até hoje explicação nenhuma respondeu?!
Consiga entender as atitudes de um "Cara Estranho" e ao mesmo tempo tão "Sentimental" que simplesmente um dia acorda e resolve que “Vai Embora”.
A "Primavera" se foi, "A Flor" desabrochou, "A Casa Pré-Fabricada" nunca saiu da idéia e também não compraremos uma na “Marambaia”... A "Anna Julia" não nascerá, não será "Morena" e não iremos todos juntos à "Paquetá”. As fotos viraram fatos passados, não sobrou nada, nem um “Retrato pra Iaiá”.
"Pois é"... "Os Pássaros" hoje cantam num "Horizonte Distante". Dos passos na areia "Fez-se Mar", nem "Dois Barcos" salvariam nós dois...
Como “Tanto Amor” pode “Evaporar” e deixar alguém “Tão Sozinho”?
Um dia eu quis me jogar do "Primeiro Andar", do “Sétimo Andar”, mas "O Pouco Que Sobrou" de fé em mim de repente se fortaleceu, como se alguém me dissesse: “-Desce”, “Eu Vou Tirar Você Desse Lugar”! E eu fui salva...!
Descobri com a “Liberdade” que tinha “O Mundo aos meus Pés” e acordei para a vida que independe de “Um Par” para me sorrir e dar “Bom Dia”.
As “Lágrimas Sofridas” secaram, a “Máscara Negra” deu lugar à “Cara Valente”, o “Azedume” aos poucos foi virando doce, e ter um “Outro Alguém”, “Alguém Pra Mim” ou ser “A Outra” foi se transformando em reais possibilidades.
Dos erros não sobraram “Traumas”, “Sem Ter Você” redescobri “De Onde Vem a Calma” e segui em frente, sem pensar quem recomeçaria primeiro ou seria “O Vencedor”.
“Veja bem, meu bem”, ao fim de tudo isso, “Quando eu Digo” que “Tá bom”, não é apenas “Pra Ver Se Cola” e nem quero que “Tenha dó”... Eu só não entendi e desisti!
Hoje não somos como “Romeu e Julieta”, não somos “Dois em Um”, não teremos um dia a tal “Conversa de Botas Batidas”, não falaremos “Sobre o Tempo”, não teremos “Mais Uma Canção” “Pra Falar de Amor”, não dançaremos um “Samba a Dois” sob a “Santa Chuva” em um “Sábado Morto”, tão pouco admiraremos “O Ritmo da Chuva” pela “Janela”.
Já não poderei um dia comparar você entre “O Velho e o Moço” que conheci ou questionar: “-Cadê teu Suin?”, mas poderei levá-lo comigo sempre “Do Lado de Dentro”, ainda que eu encontre um “Sapato Novo”, uma vez que desistiu para sempre de seguir ao meu lado como meu “Último Romance”.
Toda “Despedida” “É de Lágrima”, mas “Deixa Estar”, isso passa...
Eu poderia dizer: “Ainda é Cedo”, “Deixa o Verão”, mas “Vambora”, seria como esperar por novas explicações no meio desse “Cinema Mudo”, por isso “Assim Será” e sem “Condicional”!
“Perdoa”, hoje sou eu que preciso dizer: “Adeus Você”.
Quem constrói muros como obstáculos jamais sentirá o vento do amor que sopra do outro lado!Como criticar então, não sentir-se refrescado?
A flor que caiu, o bebê que não chorou, o vento que não apareceu, a escuridão que ficou, o barulho que não calou, o dia que não chegou.
Certas coisas vem e vão com o vento e com o tempo... Outras são mais resistentes tipo o meu amor por vc porém as chuvas me fazem desabar...
Lembro-me como se foce hoje da primeira vez que a vi, com os cabelos esvoaçados pelo vento, naquele momento o mundo parece ter parado para mim, nada ouvi, apenas sentia a suave brisa do vento, que insistia a lhe rodear, logo virou-se e olhou para mim, quase um choque eu sentira, ao ver seu lindo sorriso, contagiante e feliz... MARBREDA
Bem que eu senti...
O burburinho do rio tinha um triste lamento...
Juntou-se ao som do vento
Uma súplica, um som sedento...
Água pura e cristalina, onde está você?
Meu leito está secando
O peixe está acabando
Quem está me matando?
Senhor tende piedade de mim!
Não quero morrer a mingua assim...
mel - ((*_*))
Será que sou o pior?
Vou parar de lembrar e beber para poder pensar.
Me disponho ao vento e mar. Tanto faz.
Sou o pior? Pra que melhor?
Rasque todas as fotos.
Todas aquelas que sempre estarão intactas em seu pensamento.
Todas aquelas que um dia te farão lembrar que não fui o pior.
Frio, o vento me tocou suavemente, docemente passeou pelo meu corpo...descansou nos meus braços. Senti cheiro, cheiro de vontade, de desejo...cheiro de quero mais, teu cheiro !
Somos todos poeira estelar, conforme o vento não nos move e sim nossos pensamentos, somos todos filhos das estrelas.