Vento
Pensamentos soltos ao vento
Joguei-me ao vento sem pensar...
E por querer pensar pensei que... Poderia você encontrar meus pensamentos.
Joguei ao vento meus pensamentos...
Se você encontrar com eles
Segure-os e o decifre em voz alta, pois são seus.
Se entender meu pensar abrace-os,pois estão juntos meus sonhos e desejos que guardei e que o vento levou para morrer em seus braços.
___Eliani Borges.
"De sinônimo ruim, feito de palavras curvas e previsíveis, foram lançadas ao vento igualmente ao carácter daquele homem."
Tão rápido como o vento tão frio quanto a neve você passou deixando em mim um rastro de fogo que queima mesmo em dias de chuva.
Menina boa
Há se ser o vento que leva aos ares
Que sopra aos lugares
Que diz às pessoas
Que hoje não estou tão boa.
Me soa a toa
Que quer que seja
Seja qualquer pessoa
Pra mim é presa
Dentro de uma canoa
Vai com as marés
Insulta quem és
Mesmo boa pessoa
Quando por coisa à toa
Magoa a menina boa.
O show já terminou
atrasado você chegou
o vento já ventou
o sol já brilhou.
Agora é realidade
passaram vilas e cidades...
arrumei a mala e parti
de esperar você desisti....
O show já terminou
o que era pra ser...
nem começou
agora já estou de partida
e agradeço
pelo que você não fez na minha vida.
E o sol continuou a brilhar e a se apagar...
o vento continuou sua lide de soprar...
as estrelas a bruxulear...
as ondas do mar a vir e a voltar... pro mar.
O mar a nos separar...
o tempo as lembranças a apagar
a distância...
não foi o suficiente tudo na rotina continuar...
Você se foi pra nunca mais voltar...
era o combinado, lembra?
do outro lado sua vida levar...
e você voltou porque era pra voltar...
Por que era pra voltar?
Ser o que penso
Sou a cor do vento
Sou o som das folhas
Vôo como as bolhas de sabão
Alcanço as nuvens com as mãos
Transformo em risos o momento
Em luz transformo todas as escolhas
Do insensato coração sofrido
Vertendo em chuva sonhos coloridos
Bailando em mares verdes de emoção
Traduzo em tempo os cálidos sorrisos
Derramo em pétalas os tempos idos
Faço do choro uma doce canção
Esqueço os passos nas curvas da estrada
Soletro a grama em sombra desfolhada
De árvores dormentes secas pelo estio
Sonhando alto os verdes perdidos
Soluço o canto que derrama o frio
Em cinzentas dobras da ação esperada
Faço aconchego de suave esperança
Frouxos acordes que transformo em dança
Dando algum sentido a esta vida chorada
Danço com o rio, com o mar, com as estrelas com o luar
danço com a chuva, com o vento... em pensamento.
Danço sorrindo, chorando, lembrando
danço com a saudade, com a tristeza, com alegria.
Danço vivendo, revivendo, me inventando, me recriando
danço me procurando, me descobrindo, me encontrando.
Danço com o sofrimento, com a felicidade, com a maldade,
danço com os amores vividos não vividos, pensados.
Danço com os sonhos, com o real, com a fantasia.
Danço com a noite, danço com o dia,
danço com o desejo, com as ilusões, na monotonia.
Danço com o verde, com o mato, com as flores,
danço com os com os desafetos, com os desamores
danço com a tarde, com madrugadas frias.
Danço com verdades, com brincadeiras,
danço com a escada, com a ladeira.
Danço com a procura, com a entrega,
danço com sua voz, com seu olhar, seu cantar
danço com a vontade de amar, de me dar.
Danço...toque !
Vento que traz cepticismos de lugares ignóbeis e que são lançadas num sopro intrépido por bocas cheias de amargura. Almas. Sombra. Refrigério. Se tiveres um filete que seja dessa luz. Dê a cura!
Castelo ao vento
Às vezes construímos nossos castelos...
Colocamos nele tudo o que somos,
O que conhecemos, o que achamos.
E o que sonhamos,
passo a passo vamos edificando,
Em cada palavra ou em cada linha escrita.
e por ele viajamos entorpecidos,
Conhecemos lugares nunca antes imaginados,
Percorremos trilhas secretas
No delírio do êxtase do amor.
A cada dia vivenciamos,
uma felicidade crescente,
Aquela que faz valer a pena
Qualquer coisa que nos aconteça,
por mais simples, por mais desagradável.
Porque temos um coração feliz
Porque temos um alguém...
Um alguém que não sai de nossos devaneios diurnos,
E que a noite pega carona em nossos sonhos...
Um alguém presente, mesmo que tão distante,
que consegue fazer a diferença em nossa vida, em nosso ser.
Que nos dá a segurança de pisar em chão firme,
que nos dá asas para voar distante,
e nos dá a certeza de um amanhã de luz e de calor.
Durante muito tempo,
Vivemos tocando nessa areia macia,
ouvindo essas ondas incessantes,
sentindo toda a energia deste mar...
Mas um dia descuidamos,
sem querer, deixamos que uma tristeza nos envolva, nos domine,
e tudo aquilo que levamos tempo construindo,
vai ao chão.
Em seu lugar,
fica a incerteza,
o tempo nublado,
os dias solitários,
a falta de perspectiva,
a falta de sonhos.
E a vida volta a ser como antes,
com aquele vazio insuportável.
Que tanto lutamos para preencher...
Olhamos para trás e vemos apenas um monte de areia...
E num estado de quase demência,
ficamos parados, imaginando:
Se queremos outro castelo construir,
ou se desistimos de tudo,
e ficamos somente com a solidão
e o vento
BAILEMOS
E de repente o vento nos convida a bailar.
Não nos impõe ritmo algum;
deixa- nos livres para criarmos nossos próprios ritmos.
Então percebemos que a natureza dança; toda ela dança. O vento é o mesmo para todos os dançarinos, porém cada qual ao compasso do mesmo vento dança ao seu ritmo particular.
As águas dançam encrespando-se em ondas, e ao mesmo vento pairam as andorinhas em seu balé acrobático cortando o céu em um espetáculo encantador.
Lado a lado levados pelo mesmo vento, bailam cada qual ao seu compasso, o caniço do bambual e os ramos do arvoredo.
A relva parece proporcionar um suave balé sincronizado entregando-se ao ritmo sem o menor medo de ser tachada ridícula.
Os trigais dourados se juntam em ondas, como se fossem uma única massa levada pelo ritmo faceiro e sua meninice.
Não o vemos (amigo vento), mas o sentimos nos tocar suavemente, como se nos levasse pela mão, nos convidando a adentrar a pista da vida sem timidez e dançar.
E se olhássemos mais humanamente perceber-mos-ia que quando passas toda a natureza se põe a dançar; diante de ti ela não se mantém inerte; mas se entrega sem pudor.
Não à toa o grande Chico dos Pobres o chamou irmão. Ah!... se a humanidade se permitisse invadir por suas rajadas, e arejando seus preconceitos permitisse se entregar ao teu ritmo e dançasse: oh Vento!
Talvez assim houvesse mais encantos na rotina e menos rotina na vida. Ou ao menos seria mais fácil levá-la dançando.
Acho que o Chico concordaria comigo!
E me vi alí contando os passos do vento
Vivendo o momento abrante da vida
Uma nostalgia perdida no tempo e esperanças de um velho momento..
Me vi perdido, fora do alcance da atenção
Não tô cansado, mas não quero andar
Prefiro apodrescer sentado que me atrever levantado e sem me expressar..
Às vezes a solidão te abraça e te dá a atenção que precisa
Mas nem por isso eu me atrevo a amar a minha própria vida.
O choro das flores...
As dores dos amores..
O sopro do vento...
As vozes das nozes.
O cheiro da terra ...
A beleza das cores.
O silencio da neve...
O som da chuva...
Sou a tempestade....
De dia o som do vento..
De noite a solidão eterna.....
Só sei que tu és centro do meu universo.!