Vento
E ela adormeceu enquanto eu ainda a segurava em meus braços
E o som do vento e pássaros, faziam do momento um presente
E o raio de sol a frente, esquentava o corpo de ambos
E a grama abaixo sustentava essa paixão
E o amor por tudo nos envolvia
E o tempo desaparecia.
O sempre depende do tempo, depende do vento da direção, depende sempre do tamanho do Amor em herança que deixaremos.Se agradecidos, agraciados formos engrandecidos nosso possível sempre, sempre existirá.
MEUS VERSOS (soneto)
Meus versos, o vento no cerrado ganindo
A angústia da alma vozeando melancolia
O silêncio fraguando rimas na monotonia
Duma solidão, da saudade indo e vindo
São a trilha do fado escrevendo romaria
Desatinadas, o meu próprio eu saindo
Das palavras de ansiedade, intervindo
Com minha voz sufocada, do dia a dia
Meus versos são a migalha cá luzindo
Na sequidão do vazio que me angustia
Que há entre a quimera e o real infindo
Meus versos são colisão com a ironia
Do choro e da alegria no peito latindo
Meus versos, minha voz, minha valia
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Sinto saudades do outono, do vento varrendo as folhas caídas. Aqui não existe outono, as pessoas não conhecem a dança folhas.
*AMOR AO FRUTO
Sou folha que baila no vento
Absorta em minhas inquietudes
Ao som da melodia do pensamento
Sou o pedido insistente de clemência
Desvario num aglomerado de emoções
Sonhos deturpados, sem decência
Sou a seiva guardiã do relicário
Do amor ao fruto, meu rebento
Impregnado na alma, meu sacrário
Sou passos que se apressam em buscar
Trilhas para um caminho de luz
Paz , confiança e em Deus abençoar
Não existe tempo
As palavras se perdem,
Vento vai e vento vem...
Tudo passa
Mas nem tudo se disfarça...
Às vezes as coisas perdem a graça
A sua beleza se disfarça no brilho do seu olhar
Que às vezes fica tão nítido que eu me perco em observar
Esqueço-me das horas, e neste momento tudo fica ali parado no lugar
A terra se move, eu sei... Mas o tempo resolve me calar
Diante da beleza que vejo no seu olhar
Me dar vontade de ficar perto de você, se a ciência exige fatos que o meu coração descobriu eu me desfaço, então, de tempo e espaço por ti
Outras vidas
Cabelo ao vento
Tão linda minha gata na beira do mar
Como o verão (verão)
Bem vinda
Seus olhos loucos pra chorar
Marcas de batom pelo corpo
Sorriso da mina mais linda ao meu lado
Era tão perfeito
Antes de você eu vivia um sufoco
Eu era tão louco, é cê nem imagina
Que eu te desejo assim como a areia da praia se sente amada e deseja o mar
Ao passar do tempo eu paro o momento e bem de mansinho eu faço ele voltar
Pra te encontrar
Pra te encontrar
Ler e escrever poemas em seu corpo
Você é poesia, me tira do poço
Penso direto nós dois em uma ilha, você e a maresia me deixando louco
Vem me encontrar
Vem me encontrar
Vem me encontrar
Vem me encontrar
Corpo de mel
Boca de maçã
Olhos avelã
Sabor hortelã
Fã de Djavan
Me tirou de baixo
Mudou minha vida
Me fez dar um salto
E eu pulo tão alto
Que eu toco o céu
Embaixo dos lençóis
Fazia tão bom
Ouvindo o som
Do mar que nos faz
Querer sempre mais
Vai vem me dar um filho
Eu sou seu destino
Você é o meu carma
Vem de outras vidas
Se não viesse eu te buscava
Buscava, buscava
Então vem me encontrar
Ou vou te buscar
É, vem me encontrar
Ou vou te buscar
Vem me encontrar
Ou vou te buscar
Encanto maior
És o encanto mais doce,que um dia
o vento trouxe e bem brando junto a mim
passou, e sem que eu conta desse, ali
te deixou.
Dizes, que quando de ti falo, exagero,
fantasio, viajo, mas assim só fala quem
ama.
O amor trabalha no inconsciente, e a mão
obedece o seu comando cegamente.
Pode ser, que alguma razão tenhas, quando dizes
que chego a extrapolar, mas o que sinto
é real, e não me julgo quando de ti falo,
fantasioso.
És o meu bem maior, de todos, o mais valioso.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Ao assistir o entardecer prodigioso...
Escuto os passos do vento em minha varanda...
A saudade trás a lembrança de ternuras antigas...
E penso que morro todos os dias
Enxugo as lágrimas na solidão do crepúsculo
E encanto-me com a canção dos passarinhos...
Sussurrando nos lábios o encanto infindo...
E num longo devaneio misterioso viajo
No voo de poesias não escritas...
E continuo a escutar as canções dos ventos e seus passos
Que me fazem adormecer e sonhar contigo!
"Sou vento e tempestade...
Vento não se permite ficar no mesmo lugar
e tempestade não se deixa dominar,
têm natureza avassaladora e arrastam
consigo o perdido, o distraído.
Por onde eu passar nada mais intocado permanecerá.
Eu mudo sim as coisas de lugar, incessantemente,
porque tenho esta inquietação de ser feliz
e ver esta gente feliz.
Por isto eu não paro !
Estou em constante erupção, em brasa,
ardendo em sentimento e derretendo corações de pedra...
Forças da minha natureza, porém, sem machucar,
Se não for certeza, amor, melhor nem começar"
Algumas pessoas simplesmente passam pelas nossas vidas assim meio como rajadas de vento que passam e provocam arrepios...
Assim como um vento forte, as pessoas têm a sua própria natureza e provocam em nós efeitos que deixam marcas e muitas vezes cicatrizes...
Elas agem instintivamente e mesmo sem querer, acabam por nos invadir e nos tocar profundamente.
Muitas passam e não vêm para ficar. Elas precisam viver seus sonhos, planos e conquistas.
Resta-nos aceitar o fato de que vieram mesmo brevemente.
Sobram-nos entretanto, a imaginação e as lembranças...
Você que também simplesmente passou pela minha vida, desejo muito saber de você feliz.
A propósito, tua marquinha está aqui no meu coração e na minha alma!
Caso sinta necessidade de voltar, saiba que sou porta aberta e café quentinho para ti...
Sou feliz por todos os encontros. Ainda mais feliz por todos os reencontros.
SENTIDOS
Olhe para o céu
Agora feche os olhos
Sinta o tempo
Toque no vento
E com os olhos vendados observe o infinito.
Experimente os sons
Abra sua mente
Sinta a sinfonia que as flores exalam
Veja como tudo se harmoniza
Cheiros, cores e sons.
Sinta o canto do mundo.
Mire no horizonte
Abra os olhos
Veja o caminho
Caminhe ao encontro dos seus sonhos
Observe que tudo é possível.
Seja o sentimento de alguém
Seja uma declaração de paz para alguém
Encontre um par para amar
Um par para olhar
Um par para sonhar
Um par para contemplar o mar
Agora abra seu sorriso
Sinta a poesia que encanta a melodia do dia
E com alegria receba um abraço do universo
Não se esqueça de degustar do incrível sabor que tem o amor
Aceite que a vida é um presente.
A FLOR E SUAS PÉTALAS
Não seria eu a flor que sou,
Não fosse parte de mim que o vento levou!...
E levou para nunca mais voltar e outra vez formar
A beleza que existiu em mim. [A beleza natural de uma flor]!...
Mas as pétalas que o vento levou adornaram o coração de alguém
Que, na verdade, precisava da formosura de uma flor!...
Não mais tenho as pétalas que me faziam tão bela!...
Não mais tenho a beleza natural de uma flor!...
Sou um ser que o vento despedaçou, para que alguém
Encontrasse parte de mim e pudesse ser feliz!...
Sou uma flor que o vento reduziu, mas não subtraiu
A verdadeira essência do seu amor!...
Tenho vontade de ser, outra vez, “uma flor tão bela”,
Todavia... Não seria eu a flor que sou,
Não fosse parte de mim que o vento levou!...
AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro
NOSTALGIA
Passa o vento,
Passa a chuva
E passa o tempo...
O tempo inteiro acaba
E ela não passa para me fazer feliz!...
É bem verdade que essa lembrança exacerbada,
Que ora me aflige a alma,
Passará...
E apenas a lembrança do vento,
Da chuva e do tempo
Será, suficientemente, capaz
De apagar a dor que a distância promoveu!...
AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro
VOEJAR (soneto)
Como deve ser bom voar, no céu planar
Asas ao vento no cerrado, solto ao léu
Tal periquitos, e sobre corcel no tropel
Fechar os olhos e sentir o paladar do ar
Ir acima dos buritis, ipês, num carrocel
Resvalar nas estrelas, na nuvem pairar
Revoar como as aves, e assim delirar
Em quimeras, qual estórias de cordel
Deve ser uma rara sensação ímpar
Pros sem asas uma falta bem cruel
Que só na ilusão, possível esvoaçar
Só queria voar! Ter asas de papel
Poder ao sonho de Ícaro ocupar
E com ele então: voejar... voejar!...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
sou o vento sobre as dunas,
esperança, vento rico meu amor,
começo sem fim, desejo que soprou,
reato sobre solo áspero, te vejo passar,
sendo o ar perdido entre trópicos
assim esteja sobre o mar,
o destino que soprou com vento
que tanto te amou,
sonhos nesses vórtice se tenha esperança,
bem querer se tenha lhe dado desejo...