Vento
PEROLA
Bate pra cima a peteca
fazendo lacuna no vento
no vácuo da sua caneca
nas asas dos sentimentos.
Antonio Montes
"" Traga algo que o vento não espalhe
peça que cante uma histo de amor
que perfume a casa ao sibilar cheiro raro em nós
cultive,
que fique para sempre
Ando encontrando pedaços de você espalhados pela casa, mas sei que o vento levará tudo embora, talvez o cheiro nem exista mais, em minhas lembranças os fragmentos estão se esvaindo feito agua no deserto.
Continua nublado por aqui...
Em que altura da vida nos perdemos de nós?
Quem roubou nosso sol?
Só te peço meu amor, mantenha-me dentro do coração, permita que eu renasça todo dia dentro de você, feito o sol dos teus amanheceres, vertendo luz nos cômodos da tua alma!
Lá fora o vento forte dobrando árvores, o sol se escondendo e nuvens pesadas se formando rapidamente, mar revolto, coração angustiado... Abro a porta e olho o tempo, um relâmpago corta o céu nesse instante, recuo e fecho a porta antes que um estrondoso trovão anuncie o temporal que estava por vir... E ele veio... Chove lá fora... chove dentro de mim também.
Hoje Deus soprou o vento da paz em minha direção...
Minha alma hoje flutua leve e serena.
Meus olhos hoje, veem beleza nas coisas mais simples!
Tu foste como o vento, que veio, aliviou meu calor e logo após pediu passagem. Precisei de outros ventos, consegui algumas brisas leves, mas elas não eram suficientes para quase me tirar do lugar. Elas vinham com certa frequência, mas a intensidade era mínima. Pra ser sincera, você foi o furacão que por onde passava deixava destroços.
"Um certo dia, um certo mar me embriagou com seu som, outro dia o vento sussurrou ao meu ouvido, ao enxergar o céu azul percebi que estava em paz. Os sinais são simples, as sensações; infinitas; oportunidades; pode ser a única. Aproveite o seu dia, aproveite sua vida!"
CANTO (soneto)
Na janela pro cerrado, solitário
O apressurado vento na fresta
Amigo de exílio, o meu cenário
Sibila, e teu sibilo me molesta
E, lá no ipê, alto, canta o canário
Ouvindo o canto de sua seresta
A saudade crê, no extraordinário
A alegria, no som, a alma atesta
Mas, poucos ouvem o meu dia
Calado e frio, numa poesia fria
Ajuntando o meu aflitivo pranto
E neste choro, um choro estridente
Que me faz chorar tão incontinente
Muitos pensaram que é meu canto
Luciano Spagnol
2016, novembro
Cerrado goiano
Adentro no silêncio da noite, nessa maciez deslumbrante e clara. É de calmaria o vento do norte, uma vaga de luz observa a horizonte.
E, eu danço o bailado das sombras.
Fecho os olhos e me agasalho, o vento e o meu sentimento batem na porta, não me importa, não tenho porta, pode entrar, aconchegue-se! Já tô sonhando novamente, é sempre um lugar diferente, agora é no mar, tão linda...tô feliz, tudo tão perfeito, jamais quero te perder! pena que só dura até o abrir dos olhos, mas não me importa, não tenho porta e sempre vai estar na minha vida, nos meus sonhos e onde quer que eu vá... Porém, enquanto não vier a realidade, fico ansioso pra fechar os olhos, aconchegar-me e te ver em um novo lugar. Morro de São Paulo, quem sabe! Morro de saudades, tu sabes!
Choro do gato
Ouvi um choro que parecia de criança,
Naquele momento corria um vento suave.
Temi pela saúde daquela pequena vida,
Ao me aproximar, me vi com um gato preto.
O gato escondido de olhos acesos na mata,
Assustou-me e assustado também ficou...
Pálida alma sozinha em noite enluarada,
Era eu que não sabia mais pensar em nada!
Momentos de suspense na névoa da noite,
Avançava num sentimento de solidão somente!
Como se alguém soletrasse a palavra corre,
Foi o que eu fiz, não ouve outro jeito!
Mas o gato foi mais rápido do que eu,
Saiu em disparada em meio ao matagal.
Que disputa entre dois seres tão diferente,
No final da rua estávamos exaustos!
Hoje ao contar essa minha estripulia,
Arranco os sorrisos até das velhas tias.
Mas jamais esquecerei aquele gato,
Bichano inocente que só queria o mato!
-Cartas poéticas
Lá fora, está o vento, e as árvores com seus ásperos galhos...
Aqui dentro, está um sentimento também seco, pois quase não falo,
retrato a gente num pensamento sombrio,
penso nós dois juntos naqueles tempos frio
nas noites calada,
com mãos faladas,
mas você, foi um mel bem azedo,
pois nunca adoçou o meu sossego.
Pensando aqui baixinho
Nas coisas boas que desejo
a ti :
Borboletas na janela
Soar do vento
Canções de amor
Pássaros no caminho
Flores no jardim .
Ahh...
E uma imensa porção de fé
Para que te lembres
que não estás
sozinho !
O amor é como as águas d'um rio
Uma avalanche de sentidos
É como um alazão no cio
pelo vento galopando perdido
É desafio pra quem sente e manifesta
É provimento pra matar ou alimentar quem o poeta.
SEM RUMO
Veio o vento...
E as placas de latas
se foram...
despencadas, derrubadas,
sobre o chão
como se fosse agouro.
Sem direção...
Sem rumo e sem destino
perigo! Perigo?!
Hoje, tornou-se abrigo
Para onde vai caminhão?
Antonio Montes