Vento
Digo uma coisa, e entendem outra.
A vida é um jogo de espelhos
onde cada um vê apenas a sua própria sombra.
Falo com intenção limpa,
mas o outro ouve com o peso do seu mundo.
E assim, entre a verdade e o engano,
o que era claro torna-se nevoeiro.
Talvez nada seja realmente dito.
Talvez apenas fingimos comunicar
enquanto cada um se perde na solidão
das suas próprias ideias.
Digo palavras como quem lança
pedras num lago:
espero apenas que as ondas
toquem outra margem.
Mas nem sempre chegam.
Ficam presas na sombra
de quem as ouve.
Queria que tudo fosse claro,
como um rio ao meio-dia,
mas há sempre a névoa
dos dias difíceis.
No fim, talvez reste apenas
um eco perdido,
uma sílaba breve
na boca do vento.
O Eco do Silêncio
Lanço palavras como quem atira pedras
num lago sem margens,
esperando que o silêncio as devolva
sem distorção.
Mas o mundo é um espelho partido,
onde cada olhar lê o que já esperava ver,
onde cada voz se perde
num labirinto de ecos esquecidos.
Não sou feito de aço,
nem de pedra erguida contra o vento.
Sou a sombra de um pensamento que passa,
o reflexo de um instante que já se foi.
Se digo, não ouvem.
Se calo, suspeitam.
Mas sei que a raiz cresce no escuro
e a verdade não precisa de nome.
No fim, talvez reste apenas um vestígio,
um traço de luz na poeira do tempo.
E quem escutar, quem souber ler as entrelinhas,
saberá que sempre estive aqui.
É fundamental não sermos tal qual o vento, por correr cada canto da estrada e lugares e não marcar o essencial da existência plenamente.
Devemos nos assemelhar a vida que discorre com fatos de existencialismo.
Dizem que os ventos nunca sopram a nosso FAVOR...
E que, é contra este vento que o pássaro alça vôo, as aeronaves ganham alturas, e as nuvens se derretem em lágrimas.
A favor, mesmo é sempre a vontade
de encontrar um motivo que não sei, pro vento não nos arrastar pronada.
Talvez a vida tenha sido planejada pra parecer que nada dê certo mesmo!
Afinal de contas chovendo ou fazendo Sol,de qualquer forma o "vento sopra".
A lástima não é afirmar que perdemos alguém ou alguma coisa!
A lástima é imaginar que somos donos destas mesmas,
acima citadas...
Estou cá, a caminhar e a sentir o vento da saudade.
É por ventura o mesmo vento, da minha tenra infancia.
Assemelha-se aos que precediam as chuvas escassas do meu cariri.
Lembro-me claramente!
É o vento da anunciação!
Sinto-lhe fresco, frio e ora por vezes morno.
Lembra-me muito do meu rincão, o solo sagrado da mãe terra em que nasci.
...e me vem a saudade do tempo remoto dos meus ancestrais.
A brisa fresca da manhã de verão tocando meu rosto, esticado confortavelmente na rede da varanda, sem preocupações e sem compromissos, apenas curtindo o som do Creedence embalando os pensamentos, confortando a alma, divertindo o espírito, penso que viver a vida seja justamente isso...estar em paz com a vida e consigo mesmo.
Não fazer planos, não esperar nada dos outros, aceitar tudo sem se preocupar com opiniões ou resultados, apenas viver com fé em Deus e fé na vida...
' ABRAÇO DO VENTO'
O amor é sim uma chama ardente
As vezes é um sentimento
Insuficiente,
Por um mau resolvido passado nos deixando desapontado
Que fere a gente por dentro, e tudo
Que conseguimos sentir é o abraço do vento.
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a lei - 9.610/98
VENTO GELADO
Assim chega o inverno, manhoso,
Manso de cachecol no pescoço.
Ele Chega cabreiro, e sem avisar.
Vento gelado,a quase nos congelar
Era Tudo que eu sonhava um dia ter
um amor no inverno pra me aquecer
Nas noites frias me fazer adormecer
É só um sonho,eu sei, é pura ilusão
Fui eu que Enganei meu coração
Eu nunca tive um amor de verdade
Com carinho sincero , veracidade
Seja qual ele, em nenhuma estação
Foi tudo ilusão maldita a besta fera
Que me deixou sozinha ,na espera
verão, outono, inverno e primavera.
Sou eu meu grande amor de inverno
Idôneo , sincero , sentimento terno
Acordei para vida e encontrei um amor
aquece-me; alimenta-me com seu calor
Vivia dentro de mim, dileto, encantador
Achei ,enfim, sou minha grande paixão
A primavera é parte do meu coração
E no inverno, eu aprendi amar o verão
Um dia o amor seja minha realidade
em algum inverno abraço a felicidade
meu bobo coração,frio jamais será
Na esperança de um amor encontrar
Com ternura um cobertor quentinho;
No frio a me esquentar, com carinho
Deus proverá no tempo que passar
Quero colo quentinho pra me aninhar
Pois sempre Pronta estarei a esperar
Quando o próximo inverno chegar !
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados soba Lei - 9.610/98
VENTO NA PRIMAVERA
O vento suave soprava em meu rosto,
Assim foi o que senti e pensei
Mas eram as tuas carícias
Foi aí que te beijei !
Nos amamos entre sussurros e abraços
Nossos corpos unidos de amor suado
Enquanto esquiva pelo céu de tua boca
Surfavas , nas ondas de meu corpo,
Me deixando louca !
E nessa loucura, fostes a primavera,
Transformada em ventos suaves de amor ;
Massageando minh'alma, com aroma de flor!
Tatuando em meu coração
O fogo de uma paixão !
São lembranças da primavera,
O vento soprando amor em min'alma
trazendo cheiro das flores de palma !
Vai; Colhe o perfume de tua quimera,
coração recheado de calma,
o aroma de flor, misturado com canela !
Com efeito, revolta-me, quem muito estuda, e nada aprende!
São gente que se abriga do sol, na sombra da chuva,
esperando que caiam gotas de vento!!!
O vento leva as folhas
A árvore fica no chão
Assim são nossas escolhas
Voar ou não ter ação.
Gélson Pessoa
Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra dos Cordelistas
07 Março 2025
Pesadelo:
Cai o crepúsculo anunciado no horizonte.
O avanço da noite envolve a floresta fria.
O vento serpenteia entre as montanhas.
No centro da vasta escuridão se revelam os segredos dos espíritos que habitam a mata...
Segue o ritmo de um tempo que não é mensurado...
No breu da noite a magia da luz reflete nos seres os tons de prata.
O murmúrio do silêncio evoca o rolar das águas sobre as pedras...
Tocas e cavernas serão abandonadas...
Todos saem sob o camuflado do verde musgo, e os que foram vistos serão devorados...
Corre tempo, corre vida, corre perigo.
Correm as águas, corre o vento, Corre ao abrigo...
Logo vem o clarão da aurora rompendo a escuridão...
Os mistérios se escondem sob as raízes da mata, E na imaginação dos homens que nela habitam...
As cores da montanha agora se avistam...
No coração da floresta, pulsa a vida...
Pulsa a vida...
Pulsa a vida...
Sou uma menina que cresceu empurrada pelo vento e aprendeu com o sopro, com o desequilíbrio. Há dias tão mansos em mim, mas se me solto, me revolto e me torno tornado. Se saio na ventania fazendo cantoria ou gritaria, dizem que é baixaria, bruxaria, feitiçaria...Vixe, Maria! Venta muito por aqui.