Veneno
Vida de Navegante
A cabine é teu lugar sagrado
Terra firme já não é o seu lar
Pelo oceano estás apaixonado
Sentido só há no partir e retornar
Vida repleta de tanta aventura
Tiveste prazer com mulheres de todas as cores
Cada qual com sua história e cultura
Deixando em cada porto lágrimas e amores
Como a Estrela Polaris eu queria ser
Para você meu Capitão em mim se encontrar
Mas de ilusão não posso viver
Convicta sou de que serei mais uma a chorar.
Enquanto o navio não parte
Vamos brindar, dançar e sorrir
Atiçar essa chama que em meu peito arde
Armazenando memórias pra minha alma nutrir.
E lá estava eu, enrolado nos afazeres do dia-a-dia, entregando-me às promessas dos deuses que guardam os segredos do amanhã, deixando que os dias passem por mim sem que eu passe por eles, adorava a automaticidade a que havia chegado, tornava as coisas bem mais tênues e livres de complicações.
Afinal não existia nada de tão inovador em minha vida que me propusesse qualquer perspectiva diferente, mas pensava em muitas, e quase o tempo todo, embora nunca tivesse iniciativa para me propor jornadas tão ao horizonte líquido de possibilidades do desconhecido.
Isso é sempre algo que requer insensatez, intrepidez, para não dizer estupidez. Coisas que não habitam em mim há sabe-se quanto tempo, costumo me convencer de que sou naturalmente inclinado à condutas que traçam linhas retas, sem desvios; retas ao que me prescrevo como razoável.
Mas este não é o ponto a que quero chegar.
Aconteceu que, de repente, algo começou a me incomodar o pescoço, como se alguma coisa tivesse me picado, passei a mão e me comprometi a olhar no espelho, quando chegasse em casa, tornando-me novamente aos afazeres mecânicos do que a sociedade chama de profissão.
Com certeza a dor é algo que incomoda, assim como o caos à ordem. Quando sentimos dor, o incômodo acaba com a nossa concentração e transforma a si mesmo no palco para onde vertemos os holofotes da nossa atenção.
Eu não estava acostumado à incômodos, sempre tinha tudo em ordem, estava completamente habituado ao ritmo sólido e constante com que as coisas vibravam. Mas, hoje, mal podia fazer atividades medíocres, que vinha fazendo há anos à fio.
É bem verdade que essa rotina me transformou em alguém de pouco humor, sempre mordaz com as pessoas, dono de um ceticismo intragável, às vezes, nem mesmo eu suportava conviver comigo mesmo, mas o tinha de ser, se pode fugir de tudo na vida exceto de si mesmo. Esta é uma responsabilidade de natureza perene, que cada um tem para consigo mesmo, a de arcar com aquilo que fizeste de si: ‘criaste-te, agora, suporta-te’ — pensei.
Entretanto, não posso negar, situei-me por tanto tempo fora do espaço comum, que habituei-me a minha individualidade, meu espaço sem estrangeiros, com seus sotaques de ideias, suas religiões de valores, havia muito tempo que não me metia em conflitos, era só eu e eu mesmo.
Chegando em casa, fui logo ao quarto e me dispus a olhar-me no espelho, ali, bem no sítio em que me doía insuportavelmente. Para minha surpresa, não havia nada. Exatamente, nada. Nem mesmo um único vergão, marca, bolha ou ferida. Mas doía como se o incômodo viesse da picada de um escorpião. Dizem que é uma das peçonhas mais doloridas e incômodas. Nunca fui picado, li em algum lugar. Diferente de nada, nada não podia doer tanto.
Era violenta e invasiva, a dor. Não parava de latejar, sentia-a pulsar pelo meu corpo todo, mas se concentrava ali, no pescoço. Malditos calafrios.
Todo este arrebatamento, talvez se devesse a isto estar tirando-me do comum. Deveria ter passado no supermercado depois das vinte horas, que é quando paro no trabalho, e ter comprado algo para entreter meu estômago. Isso, entreter e não alimentar, pois é isso que acontece nas sextas à noite. Mas com toda essa situação me afligindo, mal lembro se desliguei a luz quando saí.
Só consigo pensar nisso, em resolver este incômodo, que parece estar tomando o controle da minha vida. E inimaginavelmente, como pode fazer sofrer tanto algo que começou há menos de doze horas.
Reclamei tanto comigo mesmo, fiz a dor acima de todos os meus sentidos.
O que mais me incomodava talvez fosse a confissão que devia a mim mesmo. E o diabo sabe como machucar. Azucrina com o que de mais importante guardamos no fundo do obscuro baú execrável de nossas almas, mas não podemos mentir a nós mesmos eternamente. Uma hora a verdade nos consome, e o que fazíamos oculto aparece. É como mágica, fingir bem é a chave. Fingir tão bem ao ponto de que todos acreditem. E a mágica só tem poder quando nós mesmos acreditamos nela. É assim que o truque funciona.
No fundo, eu sabia de uma coisa, que quis esconder de mim mesmo, o motivo real da minha falta de controle sobre a situação, com todos esses rodeios mentais. Algo que era comum, ao menos para mim. Rodeios mentais.
Sempre tento argumentar comigo mesmo, como se existissem dois lados em disputa, um dizendo algo e o outro tentando impor suas ideias, seus anseios, em via contrária.
A dor no pescoço, todo este incômodo, esta agonia, sinto-me tirado de mim mesmo, para fora, para longe do confortável buraco onde havia me enfiado desde a pré-história da minha vida, para o horizonte líquido e detestável de possibilidades, como eu o via, mas devo admitir, que ainda sinto os lábios dela marcarem suavemente um beijo de despedida no meu pescoço.
Sinto que estou prestes a enlouquecer. Várias perguntas que me pergunto, nenhuma resposta para elas. Apenas um monte de desculpas para encobrir a coisa ruim que sou. Estou doente, infectada por esse veneno que a sociedade implantou em mim.
Vivendo como se deve viver,
sem dedo apontando em riste,
fazendo tudo que consegue fazer,
recolhendo da vida o que de bom existe
Sem neura, sem raivas, sem veneno,
apenas seguindo o pensamento,
nele ninguém pode mandar, pelo menos,
é livre em seu pleno conhecimento !
Nossas palavras ditas são reflexo de nossa alma e podem tanto nutrir quanto envenenar a quem nos ouve e a nós mesmos.
O PRECONCEITO é a praga mais perigosa e mortífera do século XXI. O mundo precisa urgentemente de um antídoto capaz de anular ou neutralizar os efeitos desse veneno.
'' O lança chamas projeta uma chama incontrolável e lançado no ser humano de fato nos mata carnalmente; sendo que a língua maldizente abstrai uma flecha letal cujo a ponta é venenosa e nos mata espiritualmente.'
Fumando um cigarro atrás do outro, não sei se os tragos dispersam ou alimentam a melancolia nesse duelo de um. É só mais um veneno para enfrentar esse teu oceano de ego em que navego.
FÔLEGO
--Você ferrou meu coração
Foi o que ele disse
--Não! Eu o salvei
De corpos vazios
Peito sem saudade
Noites sem sonhos
O salvei da mesmice
Dos dias comuns
Da vida sem tempero
O salvei de ter sempre os pés no chão
De ter todas as respostas
De não fazer do sim ou não a única opção
Salvei seu coração de sua própria razão.
Gente venenosa não discute com você. Pelo caráter, discutem elas contra elas mesmo, e você, expectador.
Segui a “PAZ” com todos.
Por isso, purifiquemos a nós mesmos;
De tudo o que torna impuro;
o nosso corpo e o nosso espírito.
Aperfeiçoando a nossa santificação;
no temor de Deus.
“Santificação”; sem a qual ninguém verá o Senhor.
Tomem cuidado para que;
ninguém abandone a graça de Deus.
Cuidado, para que;
ninguém se torne como uma planta amarga;
que cresce e prejudica muita gente;
com o seu veneno.
E por ela muitos se contaminem.
Agora oque mora em mim é um misto sentimentos, dúvidas, amarguras, receios, ciúmes e saudade... Quando duas vidas começam se separar oque fica entre elas é apenas dor, e infelizmente sempre tem um lado mais frágilizado pelo amor, o amor age como um ácido quando não há retorno... O amor tem que ser um espelho, ele tem que ser recíproco... Se não houver investimento dos dois lados não tem oque ser feito a não ser padecer com o coração cheio... Assim como o antídoto... Na dose errada, pra pessoa errada se torna um veneno que apodrece aos poucos o peito do seu portador.
A boca é a aljava onde guardamos nossas mais venenosas flechas. Às vezes as atiramos por leviandade, outras vezes por descuido, quando giramos sem querer a infausta tramela da língua.
UMA FLOR
Vou lhes contar uma trova
Que não precisa de prova,
Pelo respeito a uma formosa.
O nome? Digo no fim da prosa,
Pois, ela é formosa
E pra mulher amorosa.
É presente pra carinhosa
Mas, pra mulher raivosa
Essa flor é amargosa
E, nesse caso, dê a ela uma babosa.
Essa flor, no jardim, é cheirosa
No ofurô é deliciosa
Pro beijaflor é saborosa
Pra abelha é preciosa.
Atenção! Ela não é venenosa
Mas, é espinhosa
Assim, a lida deve ser cuidadosa
Porém, sua ferida não é maldosa
Mais adjetivos? Seja malicioso ou maliciosa
O nome dela? Escrevi nessa prosa
De forma tendenciosa!
Já sabes o nome dessa flor maravilhosa?
Não? Você é vagaroso ou vagarosa!
Sim? Complete a rima, pois, o nome dela é...
A alimentação do ressentimento pode conduzir pessoas até mesmo ao crime. Aquilo que não se diz é, geralmente, o que mais dano provoca na criatura, doente ou candidata a adoecer. O ressentimento é um veneno que nós mesmos tomamos e esperamos que o outro morra.
Podemos desmoronar ao simples toque de uma crítica.
A escancarar nossos defeitos mais íntimos,
colocando o dedo fino no nariz alheio
como dardos venenosos a nos atingir.
Com discernimento e introspecção saberemos nos reerguer.
Temos todo o tempo que não nos pertence,
mas que nos permite viver em paz (ou não) conosco mesmos.
Religião é a manipulação em massa provedora das maiores atrocidades da História. É o famoso lobo vestido de cordeiro.
Tem uma formiga nas teclas do meu teclado...
passeando, entrando embaixo...
Sai, sai formiguinha...,
não quero outro trauma na vida!
Formiguinha venenosa
Não faça-me, a picada tua,
amar assim tão facilmente
a personalidade de outrem!
Pare de atrapalhar enquanto componho!
Saia do pentagrama
Deixe minha máquina de escrever em paz...
Sai, sai formiguinha...,
não quero outro trauma na minha vida!
Não mais... Eu já estou no meu limite, meus olhos querem fechar eternamente, porque tenho que passar por isso? Isto é a dor, a dor que este mundo proporciona? Não importa, eu ainda quero faze-los pagar, por tudo... isto não importa - É o que continuo repetindo, se não gostam de mim simplesmente me deixem em paz.. Que triste! Estou percebendo o quando do meu veneno outros já provaram...