Vendaval
há um vendaval iminente
em cada passo que te aproxima
um arrepio que a pele sublima
nessa espera por ti urgente
nesse ar teu que faz do clima
um ranger gemido e quente
suave sentir roçar do ventre
como só o mimo toca e mima
ah, o desespero de quem te sente
nesse vendaval que se aproxima
sem saber como se prende
se por entre por baixo ou por cima
este vendaval que demente me fustiga
como quem beija impunemente
TOCAIA (soneto)
Ao sopro do vendaval no cerrado
No céu azul da vastidão do sertão
Segue veloz os sonhos do coração
Entre os uivos do já e do passado
A quimera, se acautela na ilusão
Prudente, contra o sentir errado
Tenta equilibrar estar apaixonado
Pra não sufocar a sofrida emoção
Na procela no peito esganiçada
Brami uma dor abafante e escura
Que perambula pela madrugada
E, em aflitivos véus da sofrência
Dando-lhe, assim, ar de loucura
No amor valência é ter paciência
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro
O vendaval vem tira tudo do lugar e vai levando consigo o que era e deixando o que é para ser. Um reboliço é causado nas nossas vidas e muitas vezes olhamos de um lado para o outro não sabemos por onde começar. As circunstâncias vão nos levando e as coisas vão encaixando e fazendo sentido, quando menos esperamos vemos a engrenagem funcionando, melhor que outrora, sorrimos e pensamos: não sei como cheguei até aqui, mas sei que não estava sozinho, Deus me conduziu e escreveu uma nova história. Acredite! Há um novo começo com muita coisa boa vindo por aí...
Um vendaval invadiu o ar com o sopro da morte, para refletir o valor da união. O poder da escolha é absoluto. O inimigo, desconhecido, nos faz caminhar na escuridão, onde o descuido pode ser uma viagem sem volta.
Ela é vendaval, mas o apelido é Brisa
Nunca se sabe se ela te atrára
Com sorrisos ou caretas
Permita-me te apresentar uma maluca
que sabe cantar a beça
Um dia rindo com ela esquecerá
o que foi a tal da tristeza.
VENDAVAL EM CANTILENA PROSA
Cai no cerrado, ó chuva, e nos beirados
Sussurrando sons que o apavorar fiança
Em pingos d’água numa enfada dança
Purgando áridas angustias e pecados
Temporal no sertão, e tão agitados
Escoam nas planícies numa pujança
Deitando melancolias numa trança
De saudades e suspiros desolados
Do teu copioso gotejar, o luzidio
Relampejar, eriçando em arrepio
Que agita a tempestade tão furiosa
Troa lá fora, em um agravo vitupério
Estrondeando e envolto em mistério
De um vendaval em cantilena prosa...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/11/2020, 20’51” – Triângulo Mineiro
Sabe aquela rosa que esta toda despedaçada ela um dia já foi esplendorosa mas um vendaval acabou com ela
mas Deus faz milagres e ela como uma fênix vai se transformar na mais bela Rosa do jardim de novo
Na espiral dos sentimentos, chorei à sua partida. Era um prenúncio do esperado. O vendaval desta espiral bagunçou tudo e, aos poucos, está colocando tudo em seu devido lugar. Esse vendaval levantou a poeira que um dia foi ao chão junto com as minhas lágrimas. A lágrima era perene e, junto a ela, um rio com águas puras se formara.
Na espiral dos sentimentos, chorei à sua vinda. Já era algo premeditado pelo destino. Desta vez, havia um redemoinho nesta espiral, ele acompanhava a pauta musical mais linda que já ouvi até agora. Neste redemoinho, pude ouvir a tua melodia. Ao som das teclas do piano, naveguei na sinfonia tão desejada por aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de navegar em águas puras, verdadeiras.
Na espiral dos sentimentos, chorei com sua estadia. Agora, nesta espiral, havia uma tempestade. Jorravam os orvalhos sóbrios em direção à imensidão de tudo aquilo que o vento irá percorrer um dia. Flutuei levemente como uma folha ao cair da árvore. Foi o meu melhor voo! Decolei sem medo em direção ao vento.
Na espiral dos sentimentos, chorei com o nosso encontro. Já sei que um dia o destino se encarregaria para que este momento acontecesse. Aqui, um vento leve faz morada nesta espiral. A doce e leve calmaria chegou. Um bálsamo. A lágrima desse encontro representou os tantos desencontros dos ventos vindos do sul. Estamos à deriva em busca da tão sonhada bússola.
Na espiral dos sentimentos, chorei, e continuo chorando. Desta vez, com nuvens formadas com as lágrimas que chorei um dia. Uma chuva intempestiva me invade, ela me faz renascer. Começo a dançar no vendaval. Poucos irão perceber o arco-íris que se formou durante esta tempestade. E, raramente, irão perceber como a espiral dos sentimentos chorou comigo. As sensações que permeiam estes momentos não é um mistério para quem já dançou na chuva um dia.
Você é como um vendaval
Turbulento, imbatível
I m p e r d o a v e l..
Mas é suave como o próprio vento que o fez, quente como o próprio ar que o criou
Simplesmente frio, gélido quando se misturou
Na sua totalidade se transformou, sendo um vendaval ambulante, contagiante e ao mesmo tempo vibrante
Feliz, alegre..
Destruída, arruinada, mas dona de si, assim, meio calada, quieta
Santa e profana
M u n d a n a
Ela é feito o vento ...feito vendaval de emoções ..ela é um turbilhão, um monumento.. ela é a perfeição... ela é sonho, poesia ou música... dona da minha vida, do meu coração... ela é indecifrável, indescritível, um furacão.. meu porto seguro, meu caos.. meu juízo ou minha perdição... só sei que revira minha vida do avesso, minha cama de cabeça pra baixo e revira os meus pensamentos ...
Em horas presentes de infortúnios e tédios...
Eu choro e espero...
Diante ao vendaval que ruge...
Luto...
Não me entrego...
Tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas...
Junto a toda a gente que eu conheço e que fala comigo...
Em vão tentei quebrar o círculo mágico...
Inútil escapar...
Procurei esconder-me...
Em esperanças...
Em audácias...
Pensei em não mais lutar...
Poetas, que somos nós?
E bater, é bater com alma na bigorna...
Mas vou pelos passeios...
Entre a sombra e a luz...
Meu sonho conduz...
Tirando da alma os bocados precisos...
Nem mais...
Nem menos...
Só o que sinto...
Sandro Paschoal Nogueira
Nem todo vendaval vem para destruir, uns como um tornado, passam e destroem o castelo, outros como a mão de “Pablo Pícasso”, para ensinar, constroem.
As palavras tem a força de um vendaval... arrastam grandes tempestades, e seguem, levando o que estiver no caminho.
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