Venancio
Era engraçado a dança
Meus pés cansadas
Meus cigarros
Minhas vidas
As suas, que foram minhas
As minhas que foram suas
Sufocadas
Eu apenas queria respirar
Não te deixar.
O pior é que admito não saber como reviver aquela moça, eu não sei...
Tentei esticar os dias, para que você me olhasse, na desculpa de encontra-la de novo
Mas tenho que me conformar sou viúvo agora, não sei como chorar a sua morta e a minha.
Meus olhos não sabem como encontrar o seus
Mas se aquela moça que conheci ainda viver, me procure
pois podemos tornar grande o que hoje é pequeno
E sobre a minha morte não me importo de morrer de novo, de novo e de novo por você.
- Parei de querer ser além do que meu corpo aguenta, por que não à sentindo em ser apenas corpo, carne, pele, osso. Talvez eu apenas sejá o que não caiba nem no papel, nem nós olhos, nem no mundo.
Moro perto de uma grande praça, aqui é frio, arrogante e calmo
Não me situei com datas, nem horários
Já deve ter percebido a minha rotina de tantas cartas atrás
Parece que do papel o nosso amor não sai mais
Estranho pensar que quando receber essa carta, talvez irá chorar ou rir de mim, por mim
Apenas se sinta no direito de algo sentir.
A minha falta e sem nexo, ordinária sem sentido.
A falta de um amor perdido, amor antigo
Falta do errado, falta de algo meio complicado.
Falta de uma nova vida, da vida.
A falta de amores platônicos
do medo do engano, a minha falta é ordinária.
Não tem nome, não tem vida, ainda a ser titulada.
Devo consumir outras vidas, esvaziar essa que me tem o nome de ar
Parar um pouco de entupir-me de metáforas, sons, sonhos
Desejo muito, desejo o tempo, o mundo
Desejo o que tiver de existir depois da felicidade
Mas desejo um pouco de vazio, um pouco mais de frio
Um pouco de calma
De levantar e ainda me sentir deitada.
Eu segurei rasgando a dor com você nas costas
Não é pelo cansaço, pela dor nas costas que reclamo
Talvez eu tenha me jogado de mais, agora sinto estar comendo lama
Aquelas salpicadas de lágrimas e um de pouco dor
Quero doce, gosto de algum cheiro bom na boca
Seu beijo, mas agora ele não ira matar minha sede
De fome, de amor, de abrigo, de um pouco mais de sede...
Por hoje não importa em qual universo eu me encontro, porque onde quer que eu esteja, tudo que eu mais quero é me esvair em gratidão por você ter enfrentado a árdua missão de descobrir em mim um novo mundo e me transformar num bom lugar de se viver. Você desbravou a face mais oculta da minha alma e me colocou no “mapa mundi” da vida. Ao me proporcionar um endereço onde a felicidade, enfim, pudesse me encontrar, você fez da ilha que eu era um continente vasto, ensolarado e de solo tão fértil quanto um jardim onde a poesia pode a qualquer instante brotar.
Você foi corajosa, destemida e libertária. Você ousou criar paisagens improváveis na solidão árida dos meus sertões. Pela força das tuas mãos, eu vi montanhas serem arrancadas do meu caminho e, aos poucos, eu fui transpondo os intermináveis acidentes que atrapalhavam a minha caminhada. Depois de você, a escuridão que me envolvia sucumbiu ao sol que brilhou bem no meio da noite e me fez sorrir. Enquanto todos dormiam, você me acordou sutilmente para que eu pudesse viver um sonho mais que perfeito.
Como foi bom ver o legado das tuas ações ampliarem os meus horizontes! Eu era só pedra e escombro, e lá estava você, modificando a minha geografia, redefinindo os meus pontos cardeais, amansando os meus relevos e me submetendo carinhosamente a uma profunda reforma nas minhas estruturas. Você me remodelou através de uma arquitetura tão refinada e intensa, que até o meu jeito de enxergar o mundo se transformou em algo novo e muito mais interessante.
Você se embrenhou nos ermos da minha história, abriu ruas, praças, avenidas e estradas que levaram paz até os confins do meu coração. Foi o teu amor que ascendeu o fogo que iluminou os meus dias de penumbra e me aqueceu do frio que me mantinha aprisionado àquela triste e decadente forma de não viver.
Mas como toda obra tem começo, meio e fim, você seguiu o teu rumo e eu fiquei ali, semi-acabado, empedernido, rígido e imóvel. Fiquei como se eu fosse um casarão erigido no alto de uma colina, porém vazio, triste, relegado à posteridade e aos caprichos do tempo. Você foi embora e eu fiquei desabitado, fechado para visitas, com as luzes apagadas e os portões trancafiados. Sem você as minhas calçadas ficaram cobertas por folhas secas, pela poeira do tempo e pelo musgo que brotou das lágrimas de saudade que eu derramei.
Foi assim que eu me senti depois de tanto sonhar com cercas brancas, gerânios nos canteiros, crianças correndo pelos parques e risos ecoando na memória. Depois de ter vivido aqueles dias de glórias, bailes e canções, e depois ver as minhas paredes quase desabando no sopé do teu esquecimento, cá estou eu novamente, com as minhas varandas voltadas para o amanhecer e com as janelas abertas para que novas brisas possam arejar a minha alma.
No mais, agora é o futuro quem dirá o que vai ser de mim e quais plantas eu vou cultivar nos espaços livres do meu quintal. O que mais vale para mim é o fato de que se ontem eu fui um território inóspito, hoje eu sou uma cidade construída em terras localizadas bem no centro das minhas atenções e povoada por bons sentimentos.
No país que você descobriu e que tem o meu nome, o calendário não tem pressa e todos os dias parecem ser um belo final de semana. A felicidade agora é o paradeiro onde qualquer um pode me encontrar. Obrigado pela coragem que tiveste de me desbravar e de me libertar dos limites impostos pelas minhas antigas fronteiras. Se não fosse por você, hoje eu seria apenas um planeta distante onde nem o mais invencível dos heróis conseguiria sobreviver.
Se você se sente totalmente desconfortável na presença de uma determinada pessoa por conta de algo que você fez de errado, isso é sintoma de arrependimento. Sendo assim, peça perdão antes que a situação piore ou fuja do controle. Perdão é cura para qualquer contratempo. O perdão nos liberta do mal estar provocado por qualquer desentendimento. HUMILDADE SEMPRE!
Pouca coisa me irrita mais do que ver alguém tentando varrer os detritos do próprio passado para debaixo do tapete e depois se achar em condições de julgar quem é certo ou quem é errado. Mal sabem esses pretensiosos que o segredo do bom exemplo não está em esconder o que fomos um dia, mas sim em evidenciar que se erramos no passado, hoje estamos dispostos a fazer um novo caminho sem usar a história de ninguém como escada.
A pobreza mais vergonhosa de todas é a pobreza de espírito. Ao soberbo eu aconselho: eleve-se com humildade.
É lamentável, mas a juventude moderna está se acostumando a venerar heróis sem virtudes. Talvez essa não seja apenas uma amostra da degradação de parte de uma geração, mas sim uma forma equivocada que eles encontraram de dizer ao futuro que se está tudo errado por aqui, no que depender deles ou do governo, tudo vai continuar irremediavelmente como está, ou ainda pior.
Não importa quando e nem como, ser feliz é a força que move a minha imensa vontade de continuar tentando.
Peço as moças de família - aquelas que prezam pela virtude e pelo pudor - que não se frustrem jamais e nem mudem de postura, mas a verdade é que alguns homens gostam é das vadias mesmo! Gosto é gosto. E gosto não se discute.
Não são raras as vezes que a gente tropeça e cai. Todo caminho tem seus percalços. Muitas vezes a gente até se machuca, mas se a nossa fé permanecer inatingível, inabalável, não faltarão motivos que façam a gente se levantar. Não importa o tamanho do tombo, é preciso perseverar, erguer a cabeça e seguir em frente. Está achando difícil? Pode até ser. Mas quem disse que ia ser fácil?
Seria uma grande mentira da minha parte se eu lhes dissesse que nunca almejei ser belo. Neste caso, querer nem sempre é poder. O que conforta os feios, assim como eu, é a certeza de que qualquer beleza pode ser fabricada, mas nem toda beleza é viável. Prefiro me ater à essência das pessoas, já que ainda não inventaram cirurgia plástica para o caráter.
Não importa o quanto um casal esteja feliz, algumas mulheres simplesmente vão querer estragar tudo com aquela obsessão de querer discutir a relação o tempo todo. Para essas a paz nem sempre é bem vinda, porque o que faz bem ao seu ego é desperdiçar o precioso tempo da vida batendo de frente com quem elas mais dizem amar. Dá pra entender?
A minha solidão é etílica. Divido-a em doses e sirvo sem parcimônia os copos dos meus melhores companheiros. Vai um trago aí?