Vem
RISO DA MANHÃ
Sempre que rio pela manhã,
À tarde choro lacrimoso,
À noite vem o pranto doloroso
Com lágrimas que queimam,
Sulfúricas,
As minhas ilusões telúricas,
Sempre que rio pela manhã.
E neste signo de afã,
Eu prometi a mim mesmo:
Não rir mais pela manhã!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por escrever, em 23-09-2022)
DEMÊNCIA
Ela, vem de mansinho
Como gato matreiro,
Ronceiro,
À caça dum passarinho.
Anda, vem, não tenhas medo
Ladra dos seres pensantes,
Fazedora de cenas chocantes.
Anda, que eu fico quedo
Como uma estátua a rir de ti,
Aqui,
Sem medo.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 29-09-2022)
AMOR DE SALVAÇÃO
Vem, amor de salvação - ao nosso ninho
Que construimos no chão - de mansinho,
De penas, musgo, paixão - tão maciinho,
Como pássaros doidos sem perdão.
Vem, amor de salvação, alivia então
Esta dor saudosa e assaz magoada,
Faz do nosso ninho
Já velhinho ,
A nossa cama, a nossa morada,
Com rodas de algodão
Para percorrer a estrada,
Rumo ao planeta da ficção.
E se as rodas
Tão melindrosas,
Furarem pelo caminho,
Não faz mal:
Ficaremos sempre no nosso ninho,
Esse destino fatal!
Vem, amor de salvação!
(Carlos De Castro, in Há um Livro Por Escrever, em 03-10-2023)
Que escada lhe vem à mente, como símbolo de ascensão? A escada de Jacó para o céu? A torre confusa de babel, o cordão de Ariadne e o labirinto, ou a estaca de tortura do cristão?
A ordem natural das coisas deve sempre ser: antes da mudança vem o descontentamento, e em seguida a realização, a felicidade.
Tudo que vem em tuas mãos te pertence. Continuar sendo dono, depende da maneira como tratas o que tens.
"Os ídolos são frágeis, basta um vento
forte para reduzi-los a pó....
Contudo vem outro vento
e molda outro ídolo."
Mas a cada lágrima derramada,
um verso novo vem à tona,
a poesia é a voz da alma,
o porto seguro na tempestade.
O poeta é o mensageiro dos sonhos,
pois através das palavras,
ele transforma o mundo,
e faz sorrir até quem estava chorando.
Seu coração é um oceano de emoções,
e suas rimas são como ondas,
que vão e vêm sem cessar,
tocando a alma dos que as ouvem.
Assim, o poeta segue seu caminho,
escrevendo e chorando,
mas sempre com a certeza,
de que sua poesia toca o mundo.
Soneto ao meu amor
A lua brilha, espelho do luar,
Reflete a luz que vem do seu senhor.
Assim sou eu, que busco o teu olhar,
E encontro em ti a fonte do amor.
No céu sereno, a lua em esplendor,
Inspira sonhos, faz o mar cantar.
Mas, sem o sol, é triste e sem valor
Perdida e fria, não pode brilhar.
Assim era eu, sem tua luz em mim,
Um ser sem rumo, triste a vagar.
Contigo, amor, conheci vida enfim,
E em teu carinho, volto a resplandecer.
És meu sol, que me faz renascer
E sem ti, não saberia sequer viver.
De verdade, eu gosto de você,
E essa é uma confissão que vem do fundo do meu ser,
Gosto de me importar com você,
Como se cada pensamento seu fosse uma estrela a brilhar,
Iluminando os cantos mais escuros do meu coração.
Gosto das nossas conversas,
Onde as palavras fluem como um rio sereno,
Cada risada compartilhada é um tesouro,
E cada silêncio é um entendimento profundo,
Que fortalece ainda mais a conexão que temos.
O quanto você me faz bem,
É algo que eu não consigo explicar,
É como a luz do sol após a tempestade,
Aquece minha alma e traz esperança,
Transformando os dias comuns em momentos especiais.
Fico olhando o celular, esperando sua mensagem,
Contando os segundos, como se cada um fosse uma eternidade,
E quando chega sua notificação,
Escapa um sorriso bobo, involuntário,
Como se o mundo inteiro parasse para celebrar aquele instante.