Velocidade
E a vida segue em seu ritmo normal, o planeta gira na mesma velocidade e asteróides continuam suas órbitas, enquanto alguns perdem suas casas e familiares, morrem por dores inexplicáveis e outros pensam que os seus são os piores problemas.
A lentidão de minhas escolhas é compensada pela velocidade da misericórdia que Deus utiliza para me dizer inumeras vezes que me ama.
BULIÇOSO
Na calçada o vento ler os meus poemas,
Numa velocidade motorizada.
Além do que meus olhos podiam acompanhar
Exposto agora estou,
A tantos quantos ele segreda,
Saberão dos meus delírios, minhas frustrações,
Meus rompantes de amor.
Todos saberão que não ando feliz
E itso me faz sentir uma revolta num repente,
Resultando numa indignação maior
Do que uma violação na carne.
Eu cá comigo guardava os batimentos
Dos meus versos.
O vento entorna, e mais interessado
Volta a reler meus papéis
E comenta, me condena.
Eu ouço, no vai e vem incontrolável
Das dobras nas páginas marcadas,
Acentos, riscos, abalizados
De onde suponho o meu distrair maior,
Aonde acredito haver
Algo que me comprometa
Pelos meus incógnitos pensares
Que o vento não traduziu,
Partes pequenas que a ele bastou
Para agarrar-se a mim,
No desejo de entender e dizer
De um pobre poeta,
De gramática,
Só, verticalmente estático.
Naeno*com reservas
Não meça a sua velocidade de crescimento com outra pessoa, o importante é o que está sendo feito e como está sendo realizado e ter a certeza de que é o seu melhor.
Andar de bicicleta me deixou ver o mundo
com uma velocidade maior que a dos meus passos,
mas, não tão grande que me impossibilitasse de admirar
...
eu senti a vida pulsar em mim em cada ladeira, e a senti fugir de mim quando as subia...
Desviando das pessoas, dos carros, mas, captando cenas exatamente como são...
andar de bicicleta ainda me dá um pouco de medo, o mundo não gosta da mesma mão que eu...
Mas, é um exercício revigorante!
O cúmulo da paixão não é "amar ao quadrado da velocidade da luz..." Sim perder-se na velocidade do amor e nunca mais conseguir alcançá-lo.
O meu coração é uma caixinha de surpresas sem relógio, que muda com uma velocidade de unidade de medida desconhecida pela física que nos cerca.
Não espero fazer da vida sobrevivência prorrogada, anseio vivenciá-la a velocidade natural. Sem ansiedades que invadem minhas decisões.
Quando me dou conta da velocidade que as coisas acontecem, já é tarde demais. E isso dói. Machuca. Sangra por dentro. Dói a alma por saber que poderia ter feito algo bom, e que por falta de tempo acabei não fazendo. Machuca aquelas pessoas que viveriam melhor com aquela atitude, atitude essa que por falta de vontade, acabei não tomando. E sangra o coração, que não aguenta mais minhas dúvidas, minhas incertezas, e por eu sempre tomar as atitudes erradas, acaba sendo partido. Às vezes dói o passado não vivido. Machuca o presente não sentido. E sangra o futuro que não chegou.