Velhos Bonitos
RESPEITAR
Devemos respeitar as crianças,
visto que já fomos uma delas
e aos velhos porque os seremos,
se a morte não aplacar nossos passos.
A experiência nos ensina a ouvir os mais velhos.
A prudência, a não esquecer que uma criança pode trazer consigo a mensagem desejada.
Sou uma pilha de livros velhos, de folhas amareladas, cercado de Bíblias faltando páginas.(Walter Sasso - Autor de "Dobra Púrpura" e "Sem Denise")
A rapidez das sucessões tecnológicas nos presenteou com dois mimos: agora, ficamos velhos mais cedo e por mais tempo.
Uma viagem
Pela janela do trem olho e penso em todas as pessoas, nos velhos prédios que abrigam pessoas novas, paredes desbotadas que passam rápido, quase tão rápida quanto a vida que se esvai. Sentada em um dos bancos há uma bela jovem que lê. Em seu livro um personagem descreve uma viagem de trem de alguém que lê um livro sobre uma outra viagem de trem. E pela janela, paredes cinzentas continuam a passar rápido, a porta se abre, é hora de descer.
A velhice nos transforma muitas vezes, em velhos chatos divertidos, como também, em divertidos muito chatos e alguns velhos verbalmente
agressivos.
SÉTIMO HEXÁSTICO
líquidos eruditos vãos
velhos discursos si produzem
ágoras de sós volatizam
logos e verbos pós-modernos
etéreos assim conduzem
infernos campos niilistas
As vezes velhos caminhos podem esconder novos trajetos, tal como o silêncio vozes em algazarra...
Os caminhos da água - Ygor Mattenhauer
Alguns velhos amigos são como um disco de vinil da sua coleção rara, mas que está riscado. Tem o seu valor sentimental, mas não dá mais para ouvi-lo.
Os mais velhos (pais, avós) são bibliotecas com grandes qualidades e nunca devemos deixar de visitá-los constantemente para melhor conservação.
Esqueça as poesias velhas
As velhas roupas desbotadas
As velhas meias
Os velhos sapatos
Esqueça as velhas risadas
As canecas velhas
de café passado
Esqueça os velhos assuntos
Os velhos romances
As velhas mulheres
com suas belas tetas
Ah!! Esqueça também daquele velho
perfume de cheiro enjoado
que você odeia
Esqueça os velhos lugares
Aqueles os velhos olhares
Aqueles os velhos tempos
Ah, tempos!
Esqueça
As vozes na tua cabeça
As vozes
Esqueça
As vozes às vezes
fazem muito barulho,
mas você não tem que ouvir
sempre as mesmas
velhas histórias
E jogo fora o toco do cigarro
Me levanto
e sigo
Mas sem saber onde ir
Jovens velhos jovens
Eu me sinto esquisito as vezes, sinto que algo não encaixa, que eu não me encaixo, amigos sei fazer, mas me limito para ser, me limito ao que acho pouquinho... Pouquinho não sei bem se o certo a se dizer, pois não acho ninguém pouco, mas algo falta, ta meio confuso isso...
Pensar demais evolui, evolução essa é para poucos, e esses poucos se entendem, à esses poucos nao preciso ser pouquinho, posso ser suficiente, solitário é encontrar os poucos que são muito!
Mas eu ainda sinto-me esquisito, quero ser mais que suficiente, quero ser além do além, quanto menos pouquinho ser mais raro encontrar, possível é, mas tudo que sobra é o cadê!