Velhos Amigos
QUARTO
Olá, velho amigo.
Como estamos hoje?
Solitários, de novo.
Entediados de novo.
Descrentes, novamente.
Quando um velho amigo diz que:
- Eu sou dou atenção aos novos amigos
Dou risada, e digo sorrindo
-Meu coração não separa amigos
Por data de validade,
Por credo, raça ou qualidade
Meu coração apenas abriga
Se doa com intensidade
Seleciona com liberdade
Não os abriga por vaidade
Meu coração sabe que a vida é passageira
Que disputa de espaço é besteira
Meu coração é gigantesco
Têm espaço infinito
Não olha se é feio ou bonito
Se é pobre ou rico
Nem qual a sua religião
Ele apenas ama por amar
Acredito que seja a maturidade
Que deu-me essa liberdade
De nem pensar,
Apenas amar por amar.
Um velho amigo meu dizia que toda hora era hora, não existia essa história de deixar pra depois, e a todo instante ele gostava de me lembrar:
— Tem vontade de fazer? Faça.
Eu apenas sorria, com olhar pensativo.
— A vida é uma janela — ele dizia — precisamos libertar esse pássaro… deixar voar — o pássaro era nós — o mundo não vai parar só pra que você tenha tempo pra se decidir se quer fazer ou não.
Eram palavras muito sábias, disso eu sabia. Até que um dia, assistindo o pôr-do-sol da minha janela, observei um pequeno bem-te-vi que voou bem do meu lado me fazendo companhia. Ele ficou parado, quietinho, e parecia não ter medo de nada. Bem longe dali havia outros pássaros que pareciam brincar nos arbustos ramificados do quintal da minha casa, enquanto outros pareciam voar livremente pelo céu alaranjando que era substituído aos poucos pelas sombras do anoitecer. Isso me fez questionar porque aquele pequeno bem-te-vi não estaria fazendo o mesmo, voando, e ao invés disso ele apenas havia decidido ficar ali parado, observando, assim como eu estava antes, olhando pro sol se por. Ele estaria esperando? Pensei por um breve instante. Até que depois de algum tempo suas asas resolveram bater e segundos depois ele já estaria longe dos meus olhos desaparecendo no céu.
“É inevitável ficar parado, mas a qualquer momento ele teria que voar” — uma voz ecoou na minha cabeça.
Foi então que entendi o que havia acontecido ali, com o pássaro, que passou tanto tempo na minha janela esperando o tempo certo pra voar que quando determinou fazer isso já aprecia ser tarde, quando o dia já estaria finalizando no horizonte. E isso me fez pensar nas escolhas, no tempo perdido. Das vezes que ficamos na nossa janela decidindo… esperando. Mas esperando o quê?
— E se eu tiver medo de voar? — Lembrei-me daquela conversa com meu amigo
— O medo é uma reação do nosso corpo que nos faz ficar atentos aos riscos — ele parecia ao certo o que dizia — sem o medo, poderíamos fazer várias escolhas, até aquelas que não perecem ser a melhor pra decidirmos os nossos caminhos.
“Então é normal sentir medo” — pensei com um ar reconfortante enquanto continuava a olhar pro outro lado da minha janela, que já estava escuro.
“Toda hora era hora, não existi essa história de deixar pra depois”
Aquele pensamento me fez correr pra abrir a porta com a decisão de voar, mesmo que já fosse tarde, como havia feito aquele pássaro outro dia. A liberdade parecia existir lá fora, longe daquela porta ou da minha velha janela que eu ficava dia-a-dia a observar, e decerto haveria um céu na qual eu pudesse ir bem longe… então fui, sem esperar, porque certamente meu amigo haveria voado muito durante a sua vida sem ter deixado nada pra fazer depois.
Olá velho amigo, como tem passado?
O mesmo comigo mas o dobro deste lado
Quero falar consigo tudo que me tem frustrado
Há tempos que não consigo, de hoje não passo calado
Já há muito tempo que corremos ao vento
É chegado o momento do nosso rompimento
O tempo que durou, passou muito lento
E tudo que ficou foi só, dor e lamento
Fartei-me de si e da nossa convivência
Quase tudo que perdi deve-se a sua existência
Se continuares aqui, partimos para violência
Hoje expresso-me assim porque perdi a paciência
Tu és má companhia, sem nenhuma virtude
Antes que vires fobia e eu me desiluda
Hoje é o dia em que tomei atitude
De escrever em poesia o quanto me prejudicas a saúde
Apoderaste-me devagar, como qualquer vício
Me fizeste acreditar em um mundo fictício
Ilusão e decepção, conheci desde o início
Quando o nosso laço de união se mostrou vitalício
A nossa triste relação isenta de cumplicidade
Tatuada no coração com uma suave agressividade
Deu origem a solidão e uma porção de insanidade
Mergulhei nesta escuridão com uma longa vitalidade.
Ambos somos crescidos com ideais desenvolvidos
Os meus mais passivos e os seus compulsivos
Enxerga-te caca, somos polos repulsivos
Tchau, «bye» e tatá, sem tratados ponderativos
Foi quando criança que ficamos conhecidos
Ainda na lembrança carrego feitos mal sucedidos
Comos os passos de dança, há tempos adormecidos
Arrancaste-me a confiança para vivermos escondidos
No rosto a confiança e o receio na mente
No dedo a aliança, no pescoço a corrente
No sonho a abastança mas a mão é dormente
E todo pendular na balança, causas tu, praticamente
Preciso de espaço, liberdade de agir
E um verdadeiro abraço para nunca desistir
Nem se for um pedaço é muito para progredir
Pouco a pouco, passo a passo, em mim deixarás de existir
Essa promessa te faço pois sei que vou conseguir
Romper de vez este laço que tanto tentas impedir
Ciente que o tempo é escasso e o final está por vir
Quebrarei até o aço se estiver a interferir
Ciente que não estou só quando vou dormir
Caem-me lágrimas de dó ainda ao se despir
Cubro-me com dominó e começo a reflectir
(Será que ato o nó?) tenho medo de decidir.
Gratidão corpo!
Meu velho amigo e companheiro;
Sempre abrigo das minhas catástrofes;
Berço das minhas alegrias;
Soma do meu tempo...
Contigo nasci;
Contigo vivo;
Comigo morrerás...
- A ti Corpo, minha gratidão!
Haredita Angel
16.01.2023
Olá, velho amigo “vazio”, parece que você quis aparecer novamente, então seja bem-vindo. Hoje sei encarar você frente a frente, não tenho mais tanto medo igual antes. Nesse período que fiquei desligado você me ensinou a pensar por conta própria, mas parece que ta criando muita discórdia na minha casa… se esse poder for tao grande assim assumo a responsabilidade. Se eu não assumir agora viverei para sempre em baixo de regras e imposições. A vida que quero só será possível se eu não ceder a regras alienadas, manter meus pensamentos próprios e meu código de ética. Sinto que estou no caminho certo e não serei abatido por você nem por pessoas que amo, custe oque custar…
Viajei muitos lugares,percorri varias ruas,chorei,cantei,brinquei,beijei,amei eu ri há como eu ri,chorei novamente,eu vi vidas começarem,terminarem,crianças nascendo,velhos morrendo.tive esposa filhos,amigos,Eu Fui feliz.Hoje ainda choro,canto e dou risada,ao lembrar dos meu amados que um dia me deixaram aqui nesse asilo.
Tristeza- Meu Paidastro
Sentimento de inutilidade diante da vida
Da vida que se esvai, que se dissipa,escorre
Na eminência certa da morte do corpo
promessas feitas que não posso cumprir
fos-te apoio certo em momentos de agonia
um mão estendida quando ninguém tinha
palavras de defesa quando todos me condenavam
sorrisos, abraços, carinhos sem cobrar nada
sempre te disse que não escolhemos pai e mãe
nem os filhos e as filhas, eles vem naturalmente
mas escolhemos os pais., mães e filhos que adotamos
e assim nos adotamos e nos amamos mutuamente
E agora estas, assim indefeso, inseguro,perdido
Eu não consigo ser teu porto seguro
Pegar tuas mãos e dizer deixa que eu te protejo
Deixa que te cuido, meu pai velho, meu amigo
Genelucia
"Ver-se velho é se dar por vencido. Me vejo sempre como a criança que sou e, agarrada em sua mão, brinco no quintal do tempo tecendo sonhos para amanhã... E tem dado certo. O tempo virou meu amigo"
Amigo do peito.
Amigão.
Velho amigo.
Meu melhor amigo.
Conheço-o há muito tempo.
Conhecido metido a amigo.
Amigo que cai de turma e vira conhecido.
Sempre foi muito legal comigo.
Conhecido íntimo.
Conhecido afetuoso.
Conhecido que se diz amigo.
Conhecido que finge que não nos vê em certas situações.
Amigo intenso que não se vê há muitos anos.
Amigo passivo.
Amigo de convivência esparsa e rara.
Amigo de todas as horas.
Amigo das horas difíceis.
Amigo só de horas fáceis.
Amigos encrenqueiros.
Amigos adoráveis.
Amigos trabalhosos.
Amigo de Fé.
Conhecido de vista.
Falso íntimo.
Amigo a quem não se conhece pessoalmente.
Amigo da Internet.
Conhecido da Internet.
Chato da Internet.
Afinidade especial na Internet.
Amigo dela de quem foi caso secreto no passado.
Amiga dele de quem foi caso secreto no passado.
Ex–amigo que ainda não sabe que já é.
Candidato a ex-amigo.
Amizade que deixamos escapar.
Amizade unilateral.
Admiração sem amizade.
Amizade com inveja.
A mútua admiração da amizade.
A impossibilidade do amigo morto.