Velho
Na contagem regressiva do Ano Velho, este trará ramificações em novas culturas, e o povo acenderá nas aspirações uma catedral de verdades e ilusões.
SOBRE O ANO NOVO
Ano velho vai, ano novo vem... O eterno ciclo da natureza, fiel ao seu moto contínuo, mais uma vez deixa nos calendários a marca dos dias que já não existem mais.
E mais uma vez estamos a rodopiar, como um Bolero de Ravel, fazendo variações sobre o mesmo tema que nos é dado todo dia, a toda hora, a todo instante...
Por um instante sou tentado a pensar no tempo como uma cravejante navalha que sulcra e espalha, impiedosamente, marcas desalmadas pelo meu corpo. Mas depois, sou consolado de modo benfazejo, por um dos meus poetas favoritos:
“ Nossos dias são preciosos,
e com alegria os vemos passando
se no seu lugar encontramos
uma coisa mais preciosa crescendo:
uma planta rara e exótica,
deleite de um coração jardineiro,
uma criança que estamos ensinando
um livrinho que estamos escrevendo... ”
Depois me convenço que um ano novo só é novo se o dia que se chama HOJE for novo também. Arrisco, então, umas notas no meu pinho e peço ao Senhor do Tempo que todos possamos ter um feliz ano novo para veranear os invernos dos nossos outonos.
Cada ano que passa a gente fica mais velho, cada ano que passa mais experiências adquirimos, cada dia que passa a gente envelhece, cada dia que passa mais conquistas nós temos, cada hora que passa um novo acidente, cada hr que passa mais pessoas morrendo, cada minuto que passa mais vidas acabam de nascer, cada minuto que passa um sorriso ganhamos, cada segundo que passa mais alguém se apaixona, mais cada segundo que passa um novo amor ta acontecendo! Tudo relacionado ao tempo, e é ele que diz quem somos, pra onde vamos, quais vão ser nossas vitórias, quais são nossas percas mais também é ele que confundi as nossas cabeças, fazendo-nos tomar decisões precipitadas mesmo sem ter certeza se é certo, é o tempo que mostra o que perdemos e o que ganhamos e com certeza é ele que revela o que cada pessoa é, é o tempo que mais adiante te diz que não pode te esperar, o tal do: 'não a mais tempo', é o tempo que coloca cada pessoa no seu caminho na hr certa, mais cabe a você decidir o que fazer, e mais tarde o tempo vem te dizer se fez certo ou errado, ele diz isso não com palavras, mais em fases da vida, feliz ou triste!
Nunca olhe para atras aprocura de um velho amor o que é velho é velho nunca volta atras pense no presente e olhe a sua volta.
Sua íris azul olhando para
Minha transparência
E eu te vendo no
Velho blue jeans
Sobre dunas d’água
Em mãos a velha guitarra
Dum tamanho sonho
E sentimento pelo mundo
Seus dedos correndo as cordas
Que tocavam minha alma
Nos relampejos da adolescência
Agora o Baume & Marcier
Marcou esse tempo
As flores num canto
As cordas quebradas
As lágrimas rolando
Como pedras lançadas
Não há volta no tempo
Só nas lembranças guardadas
Grampeada pelo endurecimento
A vida se mostrou outra
E nos amadurecemos...
Mas aquele olhar continua eterno
Quando olhamos para nos mesmos.
Ontem me sonhei como o velho Buendia: amarrado aquela árvore enquanto os redemoinhos completavam o ciclo.
Tive medo de Garcia Marques, como antes já tivera medo de Neruda e seu amor por Matilde, e de um Vinicius de moraes encantando as paredes com os olhos da amada.
Procuro letras coladas nos livros para sentir medo de morrer e não mais ler.
sou um presidiario comprindo centença...
sou um velho diário perdido na areia...
sou pista vazia esperando aviões...
sou o tedio de um além...
sou o amor de um alguém...
sou um ser perfeito...
sou todas as paixões...
O homem que não sabia rezar
Conta-se que um velho circense, após ter sido despedido do circo ao qual dedicara toda a sua vida como malabarista, vagueou sem rumo, à procura de quem lhe desse emprego e abrigo.
Não era fácil, afinal não desenvolvera outras habilidades, não era mais jovem e tampouco sabia ler e escrever.
Após muitos meses perambulando e já doente, bateu à porta de um Mosteiro, encontrando a caridade dos monges que o recolheram e dele cuidaram até que sarasse.
Sua tarefa passou a ser cuidar do jardim, o que ele foi aprendendo com algum esforço. Todavia algo o incomodava. Ao observar a rotina dos religiosos, os cantos, as orações em Latim, sentia-se triste por não poder acompanhá-los.
Ele também queria orar e cantar hinos de louvor ao Deus da sua compreensão. Mas como? Não tinha as palavras certas, sentia-se rude e indigno de adentrar a Capela. Como poderia ele falar do seu amor por Jesus, cuja imagem se destacava majestosa ao fundo do Santuário?!
Certo dia, esperou que todos se recolhessem, tomou todos os seus aparatos circenses e acercou-se da linda imagem do Mestre na Capela.
Começou a fazer a única coisa na qual ele era exímio... à sua volta, arcos, bolas, pratos subiam e retornavam as suas mãos, em movimentos perfeitos.
Ele esperava o milagre de ver no semblante do Senhor, um leve sinal de que a sua prece - embora incomum - estava sendo recebida.
E foi persistindo nos seus malabarismos, como se executasse a mais linda canção de louvor, sem dar-se conta do tempo, nem do suor que já escorria abundante por todo o seu rosto.
Os monges, ao notarem os estranhos ruídos vindos da Capela, levantaram-se com cuidado, receando tratar-se de algum meliante.
Todavia, quando chegaram à porta, pararam estupefatos diante da cena que presenciaram.
É que neste exato momento O Senhor inclinava-se e, com o manto, enxugava o suor daquele homem simples que não sabia rezar, mas que não obstante, rezara com todas as forças do seu coração !
Era meia noite e o sol brilhava,..um jovem velho sentado em um banco de pedra feito e madeira dizia calado;....O mundo é uma bola quadrado que gira parado...
Nada disso tem sentindo ,...mais o que realmente tem sentido nesse mundo de bananidades....a não ser o amor e as verdadeiras amizades?
Velho Estêvo chamando para a ladainha, em dia de festa,
na fazenda do meu avô paterno :
Simbora gente, que depois da reza tem dança.
Este mundo tão confuso
bambeou meus parafusos
e adeusinho ao velho cais...
Na canoa para Fróis,
vou levando os meus anzóis
e talvez, não volte mais.
Era sim bom aquele velho tempo
Onde o amor era amor
E o ódio não se misturava apenas se distinguia
Assim eram os velhos tempos
Onde eramos nós
Apenas nós...
Vamos voltar pra lá?
Onde termina o rio e começa o mar...
Vamos voltar pra lá
Onde o querer é estar lá...
Vamos voltar pros velhos tempos?
Onde aqueles ventos nas levavam pra lugar algum..
Vamos voltar lá onde termina as lembranças e morrerem as esperanças?
Vamos voltar para a nossa nova antiga vida...
Vamos recordar os velhos tempos sem termos vontade
De nao viver o hoje
Vamos voltar aos velhos tempo
Onde eu era apenas mais uma ali e
você apenas o que nao notava a presença?