Velho
O Fim do meu Tudo
.
Colchas desarrumadas,
Travesseiros ao chão,
Um bilhete mesa,
Tremor forte na mão,
.
Leio e releio atento,
Vejo turvo, úmido e sofrido.
Não há mais um alento,
Não sou mais seu marido,
.
E as juras, não eram eternas?
A juventude já me passou,
Mas viestes com suas pernas,
Nem afeto mais demonstrou.
.
Será que tens outro alguém,
Por que me abandonaste?
Não valho mais que um vintém,
Um frio bilhete deixaste,
.
A vida segue adiante,
Mas que vida, de quem?
Esse velho sofredor e amante,
Não quer mais ter outro alguém,
.
Aos prazeres rasos me entrego,
Aguardente e meu cigarro,
Sem destino sigo e me levo,
A vagar com o meu carro.
.
A menos notícias me dê,
Me faça entender por favor,
Ter certeza que não vou te ver,
Que acabou o eterno amor.
A velhice em si não me assusta, o que me assusta é envelhecer só o corpo e ter uma alma jovem aprisionada em um corpo ancião.
Soltei finalmente as amarras, e lá naquele porto, ficaram todos as minhas velhas e conhecidas emoções. Apesar de serem cruéis, eu as suportava, até que a vida me pediu para tentar outros caminhos.
À minha frente se descortina um mar imenso, onde não enxergo nada além do horizonte. Um lugar misterioso e desconhecido para onde vou. Novas emoções brotam nesta alma tempestuosa. Um misto de medo e ansiedade pelo desconhecido. Mas a ânsia por um novo mundo, é o vento que enfuna as velas do meu velho barco.
Velho Chico….
Mata o calor, mata a sede
Mata a seca, encanta o ator…
deixando para sempre a saudade de quem aqui ficou…
Velho Chico que salva, mas também leva para a morada do Santo Senhor,a morte é dura, mais dela nunca nenhum homem escapou...
Que sua morada na casa do Senhor seja eterna ate o dia de sua volta para que possamos rever nossos queridos e viver com eles para eternidade.
Saudades Eternas
segue na paz...Domingos...
Ariana Aquino.
O Moço e o Velho Chico
- O moço admirou, o moço pulou, o moço mergulhou.
- O rio se encantou pela beleza, pelo sorriso, pelo talento e pela simplicidade do moço.
- O rio quis ficar com o moço, queria que ele virasse seu protetor, um Santo protetor da sua imensidão.
- O moço parecia não entender nada e ficou sem reação. O moço nadou, o moço paralisou, o moço nunca mais voltou.
- O moço deixou saudade e com ela lágrimas que juntas formam uma correnteza de falta e tristeza.
- O velho Chico levou o moço e com ele um pedaço de cada um de nós.
(Laíza Xavier 19/09/16)
Descansa em Paz Domingos Montagner!
Tem gente que só começa o ano depois do carnaval. Para mim o novo ano começa exatamente quando o velho ano termina!
Pare de dizer que está velho (a) demais para isso ou para aquilo. Velho (a) é a sua desculpa para não fazer o que sabe que precisa ser feito!
Qual é a flor do sonho?
Noite de lua cheia...
Um violão...
Uma seresta...
Ter sempre um ombro amigo...
Um cafuné a ser recebido...
Viver sem inimigos...
Estar com Deus e Deus estar contigo...
Dormir ouvindo a chuva...
Ver voando as aves do céu...
Um bilhete de amor esquecido e encontrado...
Em um velho pedaço de papel...
O tempo é algo que não volta atrás...
Ter boas recordações...
É bom, muito bom, demais...
Todo jardim começa com um sonho de amor...
Quem não tem um jardim na alma...
Sofre com dor...
Sandro Paschoal Nogueira
Nada é eterno, somos velhos.
Como nosso amor poderia ser tão belo?
Cemitério, a quanto tempo eu te espero.
Meu amor como eu te quero, espero que um dia seja eterno.
É duro um homem desistir de todos os seus prazeres, mesmo quando eles não lhe dão mais nenhum prazer.
ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...
Nove de Outubro de 2015, Sexta-feira, 7:45h da manhã.
Avistei ao longe um casal de velhinhos já octogenários. Ela na frente, os pés inchados por alguma patologia, arrastava com dificuldade um carrinho de feira vazio. Ele, logo atrás, magrinho-de-dar-dó, se equilibrava em uma bengala em passos trôpegos. Verdade que não havia faixa de pedestres ali; rua tranquila, sem outros carros passando. Parei o meu e fiz sinal para que pudessem atravessar calmamente, não me custando nada esperá-los. Um meio sorriso se esboçou na fronte da senhorinha e, passo a passo, foram tomando a rua rumo ao outro lado. O senhorzinho segurou o ombro de sua senhora com uma mão para dar impulso ao passo e ajudar a bengala em seu equilíbrio, vagarosamente.
Avistei pelo retrovisor uma motociclista que vinha logo atrás em uma velocidade baixa, mas suficiente para que eu pudesse colocar o meu braço para fora e balançá-lo, em sinal de “venha devagar… mais devagar”. A motociclista ignorou o meu gesto, ignorou a esquina… possivelmente embalada musicalmente pelos fones de ouvido logo abaixo do capacete. Ultrapassou o meu carro e freou bruscamente em cima do casal de velhinhos. O susto foi tamanho que os dois foram ao chão… corpos, bengala, carrinho de feira, respeito, civilidade. Tudo caído no asfalto.
A motociclista continuou “empinada” em sua moto e não fez nenhuma menção de ajudá-los, não moveu um músculo sequer… e eles estatelados no chão. Abri a porta do meu carro e saí e, antes que eu pudesse fazer algo, o velhinho, com toda a dificuldade e com certa rapidez olímpica para a sua idade, se levantou do chão, levantou a sua senhora com os joelhos ensanguentados e pegou a sua bengala. Em pé na porta do meu carro, pude ver uma cena similar às populares surras que ocorreram nas novelas globais “Senhora do Destino” e “Celebridade”. O velhinho, juntando as forças de seus braços magros, “empunhou” a sua bengala como se fosse uma espada e, como se tivesse tomado um elixir da juventude, desferiu golpes na motociclista posuda. Um, dois, três, quatro, no retrovisor da moto, no ombro dela, no tanque na moto, nas pernas dela. Aí sim, ela reagiu, se movimentou, pois AGORA sim, era com ela, antes não! Ela começou a gritar “velho louco! velho louco!” e ele, com a sua “bengala-sabre-de-luz”, tentava fazer alguma justiça com as próprias mãos, ainda muito trêmulas, pela idade e também pelo susto.
A motociclista arrancou a sua moto dali “gesticulando palavrões” deixando o velhinho ainda agitado e nervoso. Deixei o carro em direção aos dois para prestar alguma ajuda, pois os ferimentos físicos e emocionais eram visíveis. Peguei a minha garrafinha de água e ofereci a senhorinha sentada na calçada. Perguntei se poderiam entrar em meu carro para levá-los até o Pronto Atendimento, mas não aceitaram, alegando que estavam bem e precisavam fazer a “feira do mês”, em um supermercado próximo dali. Se levantaram, sacudiram a poeira; a senhorinha enxugou o suor e as lágrimas com um roto lenço, ajeitou seus cabelos e também o boné na cabeça de seu senhor, e, ambos, continuaram os seus vagarosos passos apoiados um no outro (creio agora que mais tristes e decepcionados do que quando se levantaram pela manhã).
Isso tudo não durou 5 minutos de relógio, e escrevo para que fique uma pequena eternidade em registro. Foi tudo muito rápido, mas não pude deixar de notar que, no veículo da descerebrada motociclista estava adesivado: “Livrai-me de todo mal, amém”.
No mínimo, irônico.