Velho
"Não fique triste se ninguém aposta em você, fique feliz por você apostar em você...
..os melhores fizeram história por confiar em si mesmo...
Engraçado, quando criança eu olhava para as pessoas mais velhas e dizia que nunca ia ser como eles, que nunca me apegaria ao passado, que sempre ia me atualizar.
O que eu não entendia, e que a cada geração se perde algo de bom, era por esse motivo que eles não se atualizavam.
O mais engraçado mesmo, é que hj aquele garotinho está se prendendo ao passado e procurando não se atualizar, justamente para não perder algo de bom de sua própria geração.
A cada geração se perde algo, até que isso acabe, sempre vão existir pessoas que se apegam ao passado, até que isso acabe, sempre vão existir os mais velhos.
Eu sabia que ia envelhecer, eu só não sabia que ser velho, é ótimo!
A caminhada é um misto de sensações. O velho faz-se novo, de novo. O passado, deixado, vira presente instantâneo e futuro incerto. Tudo retorna, mas não por completo. O longe faz-se perto e o perto cada vez mais distante.
LX 12/06/2017 02:56 Chapada Diamantina, BA.
Ó, tempo, meu aliado! Fez-me velho depois de fazer tombar meus inimigos, e os ainda vivos estão inválidos, pois já não lhes sou páreo competente. Do que me adianta esta paz se já não posso desfrutá-la, apenas posso dormir tranquilo o sono de velho com sonhos tão vazios.
Agora, insatisfeito com esta ausência de guerra, parece-me razoável crer, embora tenho a tranquilidade do silêncio, que não posso me sentir feliz, se não tiver desafiantes. Falta-me inimigos idôneos e inteligentes! Mas, quem quer ser inimigo de um velho de olhar triste?
Qualquer novo caminho assusta e as incertezas assolam, mas pense: o velho conforto era tão confortável assim?
Nessa noite eu finalmente entendi aquele velho com o olhar despreocupado. Foi num bar seco e sujo. As guitarras uivaram minha alma com doses de whisky. Quando saí de lá, deixei meu coração sobre a mesa de sinuca. Já não sentia frio, nem o caos subterrâneo da cidade me importava mais.
Chegar aos 80, 90, 100 anos é uma conquista, um premio sobre os vícios, a base de muito exercício, dietas, noites bem dormidas, avesso a noitadas. Mas, ouvi dizer, que o que muito incomoda, por outro lado, nessa altura da vida, aos chegados, é se arrependerem do que não fizeram, agora impossibilitados, de algumas coisas, inclusive, que se fizessem, ao longo de suas vidas regradas, talvez não tivessem alcançado tal longevidade.
Prefiro os pés descalços, os que aprendem observando as ondas, os intensos, os imprevisíveis, os improváveis e os impossíveis; e que assim como eu, não se importam se o mundo acabar hoje. Talvez por isso tenho poucos heróis, poucos amigos, poucos olhares compreensíveis. Na verdade não faço questão de ser leitura fácil, sou um livro velho, gasto, rabiscado, coisa para intelectual. Pinto o mundo da minha maneira e ele é sempre cinza com tons de amarelo. Do jeito que eu quero, de maneira alguma politicamente correto.
Muitos envelhecem, mas deste montante; nem todos amadurecem.
Nara Nubia Alencar Queiroz
@narinha.164
@paginadela
As bagagens velhas que feriram nossa alma e coração eu deixo pela estrada do ano velho levando a esperança de um ano novo e fazendo diferente , com jeitinho, pra deixar na próxima bagagem , tudo arrumadinho.
O novo só tem sentido se for um melhoramento do velho. Já que "não há nada novo debaixo do sol", pois "Nada se perde, tudo se transforma".
O céu dos peixes
Há dois lados neste planeta em que vivemos: o que está acima e embaixo do mar. O vivos que respiram pelo ar e os que respiram pela água. Mundos opostos, muito distantes, mas encostados um no outro. O que está abaixo do mar é tão desconhecido para nós quanto somos para os peixes na água. Assim é a superfície da Terra.
Para os peixes, somos deuses. Vivemos no inalcançável, pescamos impiedosamente, damos-lhes nomes, espécies, classes, cores e idade para morrer. Coisa que não importa nem pra eles. Calculamos a utilidade e o perigo que oferecem. Sabemos quais valem mais e menos.
Para os peixes, somos a Morte. Passeamos pela superfície das águas escolhendo quem vai e quem fica. Para eles, o deslizar da poupa na água é curioso e aterrorizante. É incompreensível. Quase tão longe de se alcançar e entender quanto os próprios trovões soando no céu.
Se somos a Morte para os peixes, o que será a nossa?
Como diz a música:
Já não sou mais veloz...
Como os heróis...
E, há muito tempo, parei de beber...
Água da fonte para não envelhecer...
Hoje sou mais como um sapato velho...
Mas, se você quiser e me calçar...
Ainda posso aquecer o frio dos seus pés...
E, atualmente, quando te vejo, tenha certeza...
Ainda enxergo aquela mesma menina-princesa!
Pedro Marcos