Velha Amiga
Minh'alma é velha,não é burra ou tola. Não sei quantas estâncias já vivi o suficiente para aprender. Mas essa última acredito que foi pra revisar todas interiores.
Tenho baixissímas expectativas sobre tal projeto, mas minha alma velha, meu corpo jovem, uma preguiça iminente e um ego enorme, me trás aqui.
Então, senhoras e senhores. Senhoritas e cavalheiros. Sejam muito bem vindos a minha linha de pensamento.
MINHA AMENDOEIRA
Um dia fui até que [ por demais feliz],
Lembro-me de uma velha castanheira.
Embaixo dela brincava no tempo de minha
Infância.
Chamava-a pelo nome de castanheira, mas,
O que se comia era a amêndoa [ o fruto].
Certo dia dessas distrações de criança,
Pus-me a brincar num balanço improvisado.
De maneira meio solta e leve com a vida, como
A quem não deve nada e não sabe de nada.
Comecei numa pressa de viver o momento
Que só e' peculiar 'as crianças.
Na primeira balançada foi um vai e vem
Esplêndido, e na segunda vez foi uma atirada
Um pouco mais ousada,
Conselhos.
Ela existe
Sim, elas existem
Me lembro de uma velha tia
Que, de vez em quando, me dizia
Me dizia pra eu tomar cuidado
Dizia pra eu olhar pra dentro e não pros lados
Eu jamais dava atenção
Eram coisas sem sentido
Eu estava era atento ao barulho
As palavras dela eram ruídos
Mas, de vez em quando, eu percebia
Que seus olhos eram tristes
Hoje, após ter engolido todo orgulho
Penso que era tão bom
Quando ela dizia
Que as sombras que eu tanto temia, era só medo à tôa
As armadilhas do destino
São como coisas que estão à venda
Expostas à beira da estrada
Hoje, tudo faz sentido
Eu devia ter ouvido esses conselhos tolos
Se alguma sombra me causava medo
É que existia uma pequena luz
Que protegia a gente da completa escuridão
Hoje, ao olhar-me no espelho
Não vejo mais a sombra do meu velho orgulho
Prossigo com a boba alegria
Sorrir pra nuvens, dar bom dia a dia
Saber as coisas que a chuva traz
Ouvir meu silêncio em mim
E confiar em tudo que o tempo faz
Elas existem, sei que elas existem
E, se por acaso houver
Um pouco de tristeza em meu olhar
Vá dizer à minha tia assim:
Eu também aprendi
Esse bem pouco é
Tudo que a tristeza conseguiu de mim.
Edson Ricardo Paiva.
Mochila velha vazia
Boca seca e uma obra toda pra acabar.
Escapulário enosado
Da mãe que mandou o filho rezar
Espírito de menino na terceira série
Lento nas contas, inerte na tábula
Olhar distante do quadro, virado pra janela
Sem a vontade de ninguém
Pé que afunda na beira da praia
Correndo pra longe do povo, que ocupa toda a areia
Deixaram todo o mar
Pra quem não sabe nadar
Santo chamado na desgraça e esquecido na prece
Deixado de fora do altar
De um nome gritado e lançado
A padroeiro do vazio
Rosto cansado do eterno aguardo
Nunca soube o que era, mas sempre esteve pronto
Pronto.
Pra alguém que pediu a permissão e nunca quis entrar.
A preguiça velha no homem relaxado, e como Caracas, moluscos e crustáceos encrustado em ferragem de navios encalhados, difícil demais raspar e tirar da superfície.
"Carro velho pode ser comparado a pessoa velha; se acelerar demais pode parar (morrer), se fizermos um grande trajeto ele pode ter que pegar carona para retornar (reboque)"
O SABOR DOS DIAS
Todos os anos ela voltava,
com o seu sorriso iluminado e a velha saia
azul,
espalhava um perfume a sabonete
e a manhãs soalheiras,
trazia pela mão um garoto de três anos,
cabelo e olhos castanhos,
calções e uma camisola em lã.
Eu sabia que eles não faltariam
quando a altura do ano chegasse
e adivinhava-lhes os passos,
os sorrisos cúmplices,
os cheiros.
Era estranho;
o tempo não passava por eles,
já por mim passava e pesava
e eu estava cada vez mais distante.
Cada canção nesse disco tem uma história. Guardo todas - como uma velha guarda na penteadeira pó de arroz vencido, bibelôs de louça, fotos de amores antigos esmaecidos pelo tempo
Democracia e coisa de sofistas
Papo da velha retórica amarelada
E hoje se fala mais em democracia que na Grécia antiga
Fato é talvez a democracia deixou de ser pano de fundo e passou a ser mais uma boa e conhecia propaganda política da nova era
Onde o povo exerce seu poder democrático um dos pilares dobsofismo
A música do flautista
Provavelmente a democracia nunca passará de uma boa e velha tática de campanha
E fica o alerta
Cuidado com a música do governo
A propriedade privada é a essência das mazelas do homem,que deveria subordinar os interesses individuais aos coletivos.
Thomas More
Falácias e ilusões da democracia
A nova velha era
A velha máxima diz: diga-me com quem andas que eu te direi quem és.
Esta máxima se adaptou à tecnologia e hoje diz: diga-me a quem tu segues, com fidelidade, nas redes sociais, que eu te direi as características dos teus valores reais, bem como o quanto você permite que o seu intelecto seja absorvido pelos conteúdos daqueles que te servem como referência para influenciar seus pensamentos e conceitos de vida e de sociedade.
“Não faça pouco da coragem ou do intelecto duma pessoa mais velha, posto que sua estrada percorrida, teve entraves e obstáculos, e todos formam vencidos…sua ousadia jamais fora repensada ou enfraquecida!!!”
Silvânia Alves Saffhill ✨
Nome: Vozes da minha cabeça
Homem:
aquela coberta
já tá velha
rasgada
pq vc ainda a têm?
Seu Zé:
não sei
pq eu não posso ter aquela coberta?
Homem:
sei lá
as pessoas preferem coisas novas
Seu Zé:
ela pode não tá nova
mas tem história
isso importa
se eu a jogasse
sabe aonde estaria minha consideração?
no lixão
o mesmo lugar que eu ia deixá-la
Homem:
mas sei lá
ela só fica ali jogada
parece que não serve para mais nada
Seu Zé:
aí que vc se engana
ela tem desenhada
uma flor de banana
Homem:
e oq isso tem haver?
Seu Zé:
é simples
não jogo ela fora
pq ela tem uma flor de banana
Homem:
não faz o menor sentido
Seu Zé:
tem sentido
só não faz sentido
Cuidador:
ei vc aí
tá na hora do seu remédio
Seu Zé:
maravilha
não tava aguentando mais aquele cara chato
tava enchendo meu saco
ele vai embora
mas amanhã ele volta...
" Ganhar uma panela velha de quem depende dela para cozinhar, vale muito mais do que ganhar um diamante de um joalheiro. "
By L.F.S.
Velha lembrança
O tempo que se esvaiu,
Dos dias em que nos encontrávamos,
Só o tempo ergueu,
Agora, aqui estou, em versos me expressando.
Pior velhice
Sou velha e triste. Nunca o alvorecer
Dum riso são andou na minha boca!
Gritando que me acudam, em voz rouca,
Eu, náufraga da Vida, ando a morrer!
A Vida, que ao nascer, enfeita e touca
De alvas rosas a fronte da mulher,
Na minha fronte mística de louca
Martírios só poisou a emurchecer!
E dizem que sou nova... A mocidade
Estará só, então, na nossa idade,
Ou está em nós e em nosso peito mora?!
Tenho a pior velhice, a que é mais triste,
Aquela onde nem sequer existe
Lembrança de ter sido nova... outrora...
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