Velha
Aroma da realidade
E assim sem mais, pouco a pouco as gotas marcavam o chão de madeira velha, um barulho quase tão sutil quanto de uma folha caindo ao pé da mesa enferrujado. Gotas de um vermelho encantador, com o reflexo da luz tornando-as hora como um vinho, hora vivas como o sangue, destoavam de todo o silêncio contido no tempo.
Tempo este tão vazio quanto às lembranças, quanto às ideias, tanto quanto a falta de planos, como os corpos ali presentes e apenas presentes, seguindo suas sinas. Sem sombras, sem reflexos, sem espelhos, apenas portas e pequenas janelas, sem deixar espaço para sonhos, tão pouco espaço para esperanças, apenas sobreviver, destoados de toda a realidade, que volta e meia, retorna para lhes assombrar.
As palavras distantes, não se faziam necessárias diante de tantos murmúrios, explicar já não estava presente em suas necessidades como pessoa, tão pouco o que restava de sua dignidade, estava ausente assim como sua alegria.
Os meses passam, fevereiro, março, maio, agosto, da vida, das sobras, da esperança em Deus, dor lentamente assimilada pelo seu olhar, em partes tristes e em certas horas vazio. Apenas mais um momento congelado, destoado, ignorado, inexistente para outros tantos, apenas mais uma lagrima que dificilmente faria brotar algo novo e quem sabe se possível e permitido, apenas mais um instante de dor.
Meia hora, uma ou duas passadas na eternidade dos segundos, quem saberia dizer, indiferente para quem não vive, apenas sobrevive. Apenas deixando as paredes ásperas de tristes histórias, olhos fixos no vazio, sentir o aroma espalhado pelo lugar, mistura do pouco que se tem com os sonhos que nunca realizará. Um adeus, um até logo, calçar os sapatos, deixar de lado por momentos a miséria e ir trabalhar.
Você faz piadinhas comigo por ser muito velha para assistir desenhos , e no fundo eu rio de você por ter apenas 15 anos e já esta gravida
Achava que ia morrer só. Dizia que as pessoas eram incapazes de amá-la de verdade. Se achava velha, acabada, mal-arrumada. Os olhos ardiam de dor a ponto de sangrarem. Vivia rindo pelos cantos sem motivo aparente. Insistia em dizer que a felicidade era ela mesma ontem, hoje, amanhã e até onde desse.
Senhores de Sí, Tudo do homem, Nada de Deus
A juventude e a sua velha máxima: "tudo posso em mim mesmo".
E nessa vida tudo se esvai com tanta frequência e tão rapidamente,
que mal paramos para analisar, a nossa conduta motivada pelos atos inconsequentes
e impensados do nosso ego.
Rios se tormam formas, e não por acaso no acaso, forjados a lágrimas.
O nó na garganta que transpassa a alma, riso em choro, toda uma estrutura se vai ao chão,
e "nossa juventude se perde".
Se perde por achar-se imortal; se perde por se acharem senhores de si; se perde por aplicar
seu "prazer" em prazeres da vaidade.
Motivado pelo seu ego, e "cheio de vida", pensa ser intocável, vive obstinado com a adrenalina,
de uma "vida louca",e na loucura dessa vida, la se vai mais uma vida.
E ouvi-se um som, cujo seu "teor" ostenta:
- desperta-te juventude que a vaidade te corrompe, e em contra partida, ecoa-se o som da inconsequência, que diz:
- Vá, tu ainda é jovém!
Carrega os sonhos na mão, porque já não ha espaço no coração.
Tudo o que resta é uma velha promessa, que um futuro depois, será dois.
"E mais vez aquela velha história. Mais uma garota qualquer na minha cama, no meio das minhas coisas. Como uma reprise distorcida daquele sorriso..."
Informação demais?
Cada um sabe de si, diria a velha Inácia, empregada quase da família, na casa da minha avó Rosinha.
Cuidar da própria vida, o que deveria ser uma questão de educação, passou a ser uma quase virtude nos dias modernos.
A gente não precisa ficar sentado na porta de casa, como antigamente, esperando que os vizinhos passem com as novidades, porque elas vem ao nosso encontro e nos atropelam, nas telas dos computadores, tablets e telefones interligados pelas redes sociais.
Afinal, a gente fica sabendo das coisas mesmo sem perguntar.
As periguetes desfilam suas virtudes em exíguos mini vestidos, as mais ousadas tapam só aquilo que a gente nem precisa ver para saber exatamente como é o tamanho que têm.
As recatadas... bem, dessas a gente não fica sabendo mas os maledicentes se encarregam de divulgar os predicados e preferências ainda que a gente não pergunte. Caiu na internet, caiu na boca do povo.
Antigamente a molecada se vangloriava na escola e na rua, contando quem comeu, quem comeu quem e da vontade que tinham de comer alguém.
Hoje em dia os adolescentes “ficam” e a gente não sabe se ficaram na cama, se deram uns beijinhos na porta do colégio ou se aproveitando a liberalidade, mandaram ver geral, com a experiência que dá ter acesso à pornografia e sacanagem da internet.
Ahhh... como era diferente o acesso à pornografia nos meus tempos. Para começar, guardar bem escondido com uma senha, deletar ou simplesmente olhar e apagar o histórico das visitas às fotos e outras informações era impossível.
A posse tinha que ser material e sempre sujeita a uma revista nas gavetas e bolsos de roupas no fundo dos armários. Nunca soube que as garotas da minha época tivessem fotos explícitas guardadas num baú ou que ficassem fofocando com as amigas seus sonhos mais eróticos.
Fico só imaginando se como num passe de mágica pudéssemos ter um tablet conectado em 1.958 e como se fora uma bola de cristal pudéssemos antever o futuro.
Nóóóósaaaa!!! Iria ser demais!!!!! Claro, se não fossemos queimados como bruxos...
Eu tenho uma não velha lembrança...
Era domingo, não muito tarde, começo de crepúsculo.
Não pude evitar e então percebi que amava o seu sorriso, seu jeito, seus olhos, foi tranquilo, foi calmo e foi ali.
Eu não me limitaria e por ironia o tom da sua voz e seus ombros eu queria, me perguntava se então ali eu ficaria e se você permitiria.
Eu diria para vir aqui, sentar aqui, respirar o ar daqui e sentir o que se senti aqui.
Chega mais perto, nada se é concreto.
Eu aceito suas condições, a calçada ainda se encontra no mesmo lugar e lá eu te levaria e o universo conspiraria.
- Ao conto da lagoa e o sapo, que se descreve como bom e inesperado.
Basta lembrar do seu
sorriso para reacender
aquela velha chama
que ainda ficou dentro
desse meu coração...
Basta-me uma pequena
faísca de esperança...
Babhina
Ao ser chamado de “poeta” sempre me remetem à velha questão do ovo e da galinha: é o Poeta ou o Pensador quem vem primeiro? Inclino-me a acreditar que
o Poeta já traz a poesia em seu sentir, ao nascer, e sua expressão – falada ou escrita – é que é desenvolvida, bastando para isso aprender a falar ou escrever.
O Pensador, em contrapartida, é construído a partir de sua auto-observação, bem como do mundo à sua volta. Dessa feita, enquanto já se nasce poeta, é a vida que reúne as informações necessárias à reflexão do Pensador. A poesia, portanto, se mostra inata e primária em sua essência. O refletir é secundário, resultante de aprendizado. A razão do Pensador inibe a emoção do Poeta, que se faz mais autêntica sem ela. Já a poesia do Poeta precisa do Pensador tão somente para dar forma ao que já se mostra completo em seu interior.
Aquela velha saudade sem pudor a bater
Aquele velho vício que lutou pra perder
Aquele novo sentimento que luta pra crescer
Árduos amores índios
Aquela velha ferida que insiste em doer.
O mesmo plano de vida pra toda vida
O mesmo destino para nossas vidas
Coleção de amores árduos escrita em livros
Aqueles que se pinta com você, pode parecer
Pode até ser, mas não pertence a tua tribo.
Se sou retrógrado? Digo que sou como uma velha locomotiva a vapor, mas que gosta de uma sauna seca. Tenho no eucalipto o odor e no suor minha seiva.
É aquela velha história do "é a última vez que eu vou ficar com ele" “essa é a última mensagem que eu respondo" “eu nunca mais mando mensagem pra ele" “eu nem lembrava mais que ele existia" “eu não sinto mais a falta dele". E você não cansa de repetir isso, você sempre diz que é a última vez, mas não, nunca é. E admita, você não quer que seja. Porque apesar de tudo, você ainda quer ele.
Aí entra aquela velha história; você nunca vai saber onde seu amor está, até você desligar seu GPS e parar de buscar por alguém que você nem sabe se vai te dar o mesmo retorno.
Sou sim da velha guarda,Para mim celular é só para fazer e receber ligações. Não curto livro digital(não dá para fazer anotações), adoro papel, a máquina de escrever era bacana, mas o notebook é bem melhor,convenhamos.
E aquela velha inocência descabida? Deixe-a ir! Ela já estava sufocada com sua maturidade, com seu desenvolvimento e sucesso, com o balé dos estorninhos.