Velha
Velha e boa infância.
Saudades de um tempo..
De andar em balanço, quando isso não era desequilíbrio, mas pura diversão...
De deslizar num tobogã e não estar nem aí pras calças;
De tomar banho de chuva, sem gripes;
De achar que o comigo não tá, seria apenas uma brincadeira...
De que obrigação era estudar...
De ter a cama de meus pais quando tinha pesadelos..
De me divertir por ter tomado um caldo...
De ser metralhada por jamelões na casa de meus avós...
Quem não teve infância, dificilmente terá leveza... "Crescer" é monótono.
Você!
Você já não sorrir mais! Não como antes, será que conseguiu matar a velha criança que habita em seu intimo?
Se responder afirmativamente, quero dizer que você está acometido da hemorragia da alma, ela está te sufocando, está te torturando, está te fazendo refém da sua própria mediocridade deixando esquecer-se de si, e oque é pior te tornar invisível de si mesmo.
Abra sua mente, pense, seja um pouco egoísta consigo mesmo, dê-se ao luxo de desfrutar de si, amplie-se, motive-se, abra sua mente, expanda-se seja em um sorriso amplo e sincero a si mesmo ao seu bel prazer, rompa as amarras que você impôs. Vá em direção de sua liberdade, não se detenha, mova-se, queira estar bem e com certeza ficará porque você assim decidiu. Não dê ouvido aos outros, afinal os outros são os outros e só, arisque-se ao ridículo oque importa é você, opiniões vão dar mas e dai? A sua é a que conta e vale, afinal é sua VIDA não a do outro. E tem mais cada um corre por sí ninguém , mergulhará no seu caixão, não existe cova compartilhada, só vida; Deus deu a cada ser sua vida a estrada é igual para todos. O detalhe da vida é só você, quando deixar este mundão ninguém te segurará em terra, a bola da vez é sua. Que a paz esteja sempre em sua mente e coração.
“Lembranças:
Ilhado a minha varanda, sentado na velha e ranzinza cadeira de balanço, meu olhar abrangia tudo que não se podia ver, a chuva e o sol, compartilhavam e harmonizavam pelo mesmo espaço no ar, um arco iris era formado, e nele eu podia ver seu retrato, segui com meus olhos em plena euforia sentindo uma brava nostalgia, toda a minha vida revivia, rimava e sorria, até que a cadeira parava e um de meus olhos abria, era um sonho eu dizia, que desalegria.”
— Senhor vivendo em um mundo pós-guerra.
Estou com 31 anos agora,não velha demais, mas velha o bastante pra me sentir Só. As vezes no momento em que antecedem a chegada do sono,pergunto-me se estou destinada a ficar SoZiNhA para SEMPRE.
A cada dia me sinto mais incomodada e achando que estou velha e inadequada. Não pela data de nascimento escrita no meu RG, mas por não compreender esse modo de viver moderno.
As conversas são no computador, os jantares em frente a TV, os e-mails são mal escritos, ninguém tem mais tempo para ler livros, ninguém visita os amigos, ninguém respeita os mais velhos ou os mais pobres. Os relacionamentos numa noite duram minutos e é mais pseudo feliz quem beija mais bocas.
É triste admitir, mas definitivamente não estou pronta para esses dias de hoje , e suspeito que nunca estarei.
Sou antiga. Eu quero falar olhando nos olhos, quero absorver as palavras ditas ouvindo a voz das pessoas. Quero desfrutar a companhia ruidosa dos amigos em casa e me despedir com abraços apertados. Quero ler mais livros de Machado de Assis e reler os que já lí. Quero visitar as pessoas, falar e ouvir sobre a vida, sobre as tristezas e sobretudo das alegrias e até de coisas corriqueiras. Quero ouvir histórias de quando eu sequer tinha nascido, da boca de quem já viveu e aprendeu muito. Quero poder trazer alegria ajudando quem precisa de muito pouco para sorrir. E finalmente não quero beijar mil bocas e me sentir vazia. Quero apenas aquela que toca também minha alma.
Tapa
Por mais que eu pense em largar
Lá está ela, aquela velha sabedoria de uma mesa de bar
Escandalosa, cínica, estúpida, me dizendo:
-Tu quiseste não querer
Hoje te viras jogada, de luz apagada
Cega e maltratada por aquilo que queres esquecer.
Lembras de tudo, das mãos de veludo, dos corpos safados e desnudos
Daquele saudoso dia clichê
A vida agora te esfrega na cara
Aquilo de que tu duvidarás , grita:
-Está aqui o que tu mereces viver.
Aroma da realidade
E assim sem mais, pouco a pouco as gotas marcavam o chão de madeira velha, um barulho quase tão sutil quanto de uma folha caindo ao pé da mesa enferrujado. Gotas de um vermelho encantador, com o reflexo da luz tornando-as hora como um vinho, hora vivas como o sangue, destoavam de todo o silêncio contido no tempo.
Tempo este tão vazio quanto às lembranças, quanto às ideias, tanto quanto a falta de planos, como os corpos ali presentes e apenas presentes, seguindo suas sinas. Sem sombras, sem reflexos, sem espelhos, apenas portas e pequenas janelas, sem deixar espaço para sonhos, tão pouco espaço para esperanças, apenas sobreviver, destoados de toda a realidade, que volta e meia, retorna para lhes assombrar.
As palavras distantes, não se faziam necessárias diante de tantos murmúrios, explicar já não estava presente em suas necessidades como pessoa, tão pouco o que restava de sua dignidade, estava ausente assim como sua alegria.
Os meses passam, fevereiro, março, maio, agosto, da vida, das sobras, da esperança em Deus, dor lentamente assimilada pelo seu olhar, em partes tristes e em certas horas vazio. Apenas mais um momento congelado, destoado, ignorado, inexistente para outros tantos, apenas mais uma lagrima que dificilmente faria brotar algo novo e quem sabe se possível e permitido, apenas mais um instante de dor.
Meia hora, uma ou duas passadas na eternidade dos segundos, quem saberia dizer, indiferente para quem não vive, apenas sobrevive. Apenas deixando as paredes ásperas de tristes histórias, olhos fixos no vazio, sentir o aroma espalhado pelo lugar, mistura do pouco que se tem com os sonhos que nunca realizará. Um adeus, um até logo, calçar os sapatos, deixar de lado por momentos a miséria e ir trabalhar.
Você faz piadinhas comigo por ser muito velha para assistir desenhos , e no fundo eu rio de você por ter apenas 15 anos e já esta gravida
Achava que ia morrer só. Dizia que as pessoas eram incapazes de amá-la de verdade. Se achava velha, acabada, mal-arrumada. Os olhos ardiam de dor a ponto de sangrarem. Vivia rindo pelos cantos sem motivo aparente. Insistia em dizer que a felicidade era ela mesma ontem, hoje, amanhã e até onde desse.
Senhores de Sí, Tudo do homem, Nada de Deus
A juventude e a sua velha máxima: "tudo posso em mim mesmo".
E nessa vida tudo se esvai com tanta frequência e tão rapidamente,
que mal paramos para analisar, a nossa conduta motivada pelos atos inconsequentes
e impensados do nosso ego.
Rios se tormam formas, e não por acaso no acaso, forjados a lágrimas.
O nó na garganta que transpassa a alma, riso em choro, toda uma estrutura se vai ao chão,
e "nossa juventude se perde".
Se perde por achar-se imortal; se perde por se acharem senhores de si; se perde por aplicar
seu "prazer" em prazeres da vaidade.
Motivado pelo seu ego, e "cheio de vida", pensa ser intocável, vive obstinado com a adrenalina,
de uma "vida louca",e na loucura dessa vida, la se vai mais uma vida.
E ouvi-se um som, cujo seu "teor" ostenta:
- desperta-te juventude que a vaidade te corrompe, e em contra partida, ecoa-se o som da inconsequência, que diz:
- Vá, tu ainda é jovém!
Carrega os sonhos na mão, porque já não ha espaço no coração.
Tudo o que resta é uma velha promessa, que um futuro depois, será dois.
"E mais vez aquela velha história. Mais uma garota qualquer na minha cama, no meio das minhas coisas. Como uma reprise distorcida daquele sorriso..."
Informação demais?
Cada um sabe de si, diria a velha Inácia, empregada quase da família, na casa da minha avó Rosinha.
Cuidar da própria vida, o que deveria ser uma questão de educação, passou a ser uma quase virtude nos dias modernos.
A gente não precisa ficar sentado na porta de casa, como antigamente, esperando que os vizinhos passem com as novidades, porque elas vem ao nosso encontro e nos atropelam, nas telas dos computadores, tablets e telefones interligados pelas redes sociais.
Afinal, a gente fica sabendo das coisas mesmo sem perguntar.
As periguetes desfilam suas virtudes em exíguos mini vestidos, as mais ousadas tapam só aquilo que a gente nem precisa ver para saber exatamente como é o tamanho que têm.
As recatadas... bem, dessas a gente não fica sabendo mas os maledicentes se encarregam de divulgar os predicados e preferências ainda que a gente não pergunte. Caiu na internet, caiu na boca do povo.
Antigamente a molecada se vangloriava na escola e na rua, contando quem comeu, quem comeu quem e da vontade que tinham de comer alguém.
Hoje em dia os adolescentes “ficam” e a gente não sabe se ficaram na cama, se deram uns beijinhos na porta do colégio ou se aproveitando a liberalidade, mandaram ver geral, com a experiência que dá ter acesso à pornografia e sacanagem da internet.
Ahhh... como era diferente o acesso à pornografia nos meus tempos. Para começar, guardar bem escondido com uma senha, deletar ou simplesmente olhar e apagar o histórico das visitas às fotos e outras informações era impossível.
A posse tinha que ser material e sempre sujeita a uma revista nas gavetas e bolsos de roupas no fundo dos armários. Nunca soube que as garotas da minha época tivessem fotos explícitas guardadas num baú ou que ficassem fofocando com as amigas seus sonhos mais eróticos.
Fico só imaginando se como num passe de mágica pudéssemos ter um tablet conectado em 1.958 e como se fora uma bola de cristal pudéssemos antever o futuro.
Nóóóósaaaa!!! Iria ser demais!!!!! Claro, se não fossemos queimados como bruxos...
Eu tenho uma não velha lembrança...
Era domingo, não muito tarde, começo de crepúsculo.
Não pude evitar e então percebi que amava o seu sorriso, seu jeito, seus olhos, foi tranquilo, foi calmo e foi ali.
Eu não me limitaria e por ironia o tom da sua voz e seus ombros eu queria, me perguntava se então ali eu ficaria e se você permitiria.
Eu diria para vir aqui, sentar aqui, respirar o ar daqui e sentir o que se senti aqui.
Chega mais perto, nada se é concreto.
Eu aceito suas condições, a calçada ainda se encontra no mesmo lugar e lá eu te levaria e o universo conspiraria.
- Ao conto da lagoa e o sapo, que se descreve como bom e inesperado.