Velha
Velha casa de meus pais,
Eu não te esqueço jamais
Por esta existência em fora,
Só porque tu me retratas
As fantasias mais gratas
Daqueles tempos de outrora!...
Mamoeiro! Bananeira!
Joazeiro! Goiabeira!
- Que cinema sem igual!
Jogando sobre as alfombras
Um rendilhado de sombras
Na tela do teu quintal!
E aquela batida longa
Da cantiga da araponga
Que entre os rasgos do concriz
E os estalos do canário
Ia formando o cenário
Daquela quadra feliz!
Mas o tempo - este malvado!
Para matar o meu passado,
Numa explosão de arrogância,
Jogou de encontro ao mistério
Toda a beleza do império
Dos sonhos de minha infância!
Árvores, pássaros, tudo
Rolou para o poço mudo
Do abismo do nunca-mais!...
Enquanto a sonoridade
Dos gorjeios da saudade
Se esparrama em teus beirais...
Por isso em tuas janelas,
Em tuas portas singelas
E em cada vidro quebrado,
Onde a tristeza se deita,
Vejo uma réstia perfeita
Das estórias do passado!...
Ai velha casa sombria
Quem, nesta vida, diria
Que aquele céu sucumbisse,
Que aquela fase passasse,
Que aquela ilusão fugisse
E que não mais voltasse!...
Na festa descolorida
Da paisagem destruída,
Aos olhos da Natureza,
Só tu ficaste de pé
Confortando a minha fé!
Matando a minha tristeza!
Velha casa desolada
Guardas na tua fachada
Uma indelével lembrança
Dos meus dias de quimera,
Das rosas da primavera
Que plantei quando era criança!
E agora que o sol se pôs
E a bruma envolve nós dois
Na sua atroz densidade
Enfrentemos a incerteza
Tu - conduzindo tristeza!
Eu - transportando saudade!
'NASCER'
Chegamos tão frágeis e a alma tão pequenina. Surgimos vibrando no trapézio. É a velha vida que brota do espanto e vem aos poucos, despercebido, nos cantos/melodias...
Não se demora e o 'tempo' torna-se declinante, com seus batimentos cansados impedindo o contemplar das imagens que criamos. Almejamos obstinados os dias que sugamos, imperceptíveis, se espairecem nas varandas, estafados, avistando paisagens íngremes, com seus ciclos e fim definidos...
Para onde foram os sonhos/invenções? Asfixiados, estão vagando nos túmulos. Expirando-se no tempo que resta. Poema desbotado, patéticos na gaveta adormecida. E os círculos sem impressões ofuscam o azul dos horizontes. O azul que sonhara-se de início, nas montanhas, sentado sob o luar maravilhoso, estarrecedor...
Novos nascimentos quebram o silêncio inesperado. Relatando-nos que ainda resta esperança no choro. No afago materno. Na alegria que inflama a alma quando da primeira respiração. Quando abraçamos o mundo minúsculo e tão vasto. Quando apertamos as primeiras mãos e dizemos: estou 'pronto' para exalar a vida que dar sonhos e para os sentimentos que encapsulam os dias no frio...
A velha canção "Le coline Sono in Fiore",
trilha sonora da infância distante...
veio-me à memória...
Papai a colocava para tocar, na velha vitrola,
e tirava mamãe para dançar!
ela, fazia-se de zangada,
mas se percebia, pela troca de olhares,
que adorava aquela doce brincadeira...
Terminada a canção, mamãe escapava para
seus afazeres, não sem que, ele, lhe aplicasse
um tapa no bumbum...
ao que ríamos até não mais poder...
Há muito eles se foram
mas, o seu amor deixou tanto encantamento!
e ensinamentos de como viver a dois...
Amavam-se sem complicações... podia-se
ouvir suas longas conversas, recheadas de
gargalhadas...Quanto a nós, seus filhos,
herdamos deles, a leveza, o bom humor
e a certeza de que é possível viver feliz a dois,
se houver um real desejo de bem viver.
COISAS DA VIDA
Uma velha escada de ferro.
Prédios caindo aos pedaços, abrigam pessoas abandonadas ao próprio destino.
Em meio a este caos urbano,
com seu azul imponente, o mar, ao longe, testemunha a desordem e as contradições daquele lugar.
O ar fresco e agradável de uma tarde no fim do outono,
a paz e a discrição tão cúmplice de quem busca a solidão,
torna o ambiente propício para momentos de confissões sofridas, entregas inesperadas e lágrimas que aliviam a alma.
Duas pessoas praticamente desconhecidas, compartilham uma cumplicidade, vinda não se sabe de onde.
Há um entendimento entre as retinas que dispensa explicações.
Os olhos buscam-se a todo instante, ao mesmo tempo que repelem-se, tentando não sucumbir ao desejo de um contato físico acolhedor.
A relação entre eles, é de quem busca um refúgio emocional, um lugar para se esconder da rotina diária que consome tempo e saúde.
Buscam entre sí um pouso, querem descansar a cabeça da ciranda da vida, que por vezes tira todas coisas do eixo, com o único objetivo de colocar tudo no seu devido lugar.
Sobre aquela velha frase “quando o relacionamento se acaba, nada verdade nunca se amou”? Não acho que seja verdade. Não é porque o relacionamento entre duas pessoas não deu certo, que não houve amor entre elas. Talvez só não era para dar certo mesmo, certas coisas não tem explicação. Talvez era só para se apaixonarem, se amarem e terminarem, levarem como aprendizado. Certas pessoas gostam muito uma da outra, porém não estão destinadas a ficar juntas, suas personalidades e seus caminhos são tão diferentes que não conseguiram se conciliar. Às vezes por mais que exista o amor, o relacionamento entre as pessoas se desgastam, se cansam, a convivência começa a não dar certo e o relacionamento não passa mais a ser uma coisa única e especial, passa a ser rotina, dia a dia, obrigação. E isso não quer dizer que não tenha tido amor. Existe amor até mesmo nas relações mais improváveis, mas talvez o problema é que não exista amor o suficiente de ambas as partes para aguentar um relacionamento longo e duradouro, ou um amor forte o suficiente para seguir mesmo com todos os obstáculos. Mas nem por isso deixa de ser amor. Existem várias formas de sentir, existem várias formas de amor. Cada relacionamento, independente do seu tempo de duração, é único e especial do seu jeito. Cada relacionamento tem sua forma de amor, sua forma de sentir. Existem inúmeras formas de amor e inúmeras formas de ficar junto, independente de estar ao lado fisicamente. Amores intensos, amores calmos, amores agitados, amores tranquilos. Só porque o relacionamento se desgastou e chegou ao fim, não quer dizer que foi por falta de amor, na maioria das vezes é chega ao fim por falta de fé, por falta de esperança, por falta de gestos, por falta de atitudes. Relacionamento nenhum sobrevive somente com amor dito em palavras. Houve amor. Não foi intenso o suficiente para dar certo, mas houve.
SAUDOSA PEÇA DE TEATRO
Acordo e sinto que não sou eu
Sou talvez uma velha atriz sem palco
Talvez já numa peça que não acaba
Onde o pano não consegue descer
Sou alguém imaginado de mim própria
Para me sentir viva tento adormecer a dor
Exorcizo-me muitas vezes de velhos poemas
Onde desnudo-me em frases completas
Construo o amor de palavras incompletas
Sou uma pessoa igual a tantas outras
Tenho medos, mágoas, tristezas e desalento
Acordo, sinto que não sou eu , sou uma atriz
Sem palco numa peça que nunca quer acabar
Onde o pano não consegue ou não quer descer
De uma saudosa peça de teatro perdida, esquecida.
Somos todos filhos de nossa velha Pátria Amada, então temos o dever de protege-la de qualquer ameaça que ponha em risco sua integridade. Caso contrário, sofreremos com as consequências. O comodismo, o conformismo e a falta de compromisso são os primeiros inimigos que devemos combater. Não seja alheio a realidade. Não deixem que destruam seu lar, sua moral, sua dignidade, sua cultura, sua pátria.
Esperança na terra seca...
Refazem o batido caminho pela velha e conhecida terra seca, o mesmo sol que lhes dá vida também lhes judia marcando-os, nos rostos, os poucos, mas já aparentes muitos mais anos de vida...
Intenso, escaldante, é secura demais...
Se a chuva vier o chão não lhes negará a vida adormecida...
Já faz muito, mas ainda se lembram do último ano onde o inverno foi bom, nessa memória tem cheiro da terra sendo encharcada...
Exaustos chegam ao açude ainda com um pouco de lama, olham para o céu com poucas nuvens...
Cai de joelhos e puxa os filhos, com os olhos rabisca no barro todos seus desejos e sonhos como se fossem sementes e suplica:
Meu divino São José,
Aqui estou a vossos pés.
Dá-nos a chuva com abundância,
Meu divino São José.
“O sertão é uma espera enorme”,
Dá-nos chuva com abundância,
Meu divino São José.
Talvez nenhum de seus desejos se realize e nenhuma das sementes veja brotar...
Sabe que não há certezas na vida, mas precisa acreditar que haverá ainda uma próxima vez, pelo menos para os meninos...
O cair da chuva,um céu nublado uma senhora velha cuja rugas alcançara teu rosto envelhecido e cheio de sabedoria , mas sim no canto de tua boca um sorriso doce e confortante de uma senhorinha meiga com roupas de lá e perfume doce
É aquela velha máxima, nada dura para sempre, não pode ser eterno, nem sofrimento, nem dores... Se há algo ruim acontecendo, calma logo passa... Por isso que viver intensamente os momentos felizes, nos tornam mais felizes... Pessoas negativas atraem negatividade... Vamos tentar sermos proativos, felizes, alegres... Ser positivo sempre e mesmo que apareçam instantes ruins... relaxe logo passa!
Queimar a roupa velha do tempo perdido.!do passado negro, sujo, obsoleto, egoísta e mesquinho!
De falsidade, traições e, os nãos, as perguntas!
Sem respostas.
Estagnado, Indignado com tantas mentiras.
Sem confiança em si mesmo.
Desistiu de tudo e partiu rumo a derrota..
Errou, caiu levantou, caiu mais uma, mais, duas, mais três...vezes!
Juntou as partes dos cacos do seu eu despedaçado, os restos que ficaram pra fazer lembrar todos os dias..a vida toda perdida..e, loucamente fazendo as mesmas perguntas dos porquês...sem respostas..!
E, mais uma vez caiu, caiu porque não tinha repaginado sua repaginado sua história.
Não tinha deletado toda a sujeira do passado.!!
..
- Eu tenho duas noticias. Aquela velha história de boa e ruim... Qual você quer primeiro?
- A boa!
- A boa não é bem uma noticia.. E não sei se pra você é boa, mas pra mim é.
- Fala.
- Me namora?
- E você ainda acha que alguma coisa pode ser ruim depois de me pedir isso, com essa praia linda de fundo e esse dia maravilhoso de brinde?
- Ganhei uma bolsa de estudos em Londres.
Foram 5 minutos de silêncio até minha próxima resposta.
- Foi o primeiro namoro mais curto da minha vida.
- Não Maju, eu quero ficar com você..... Mas eu quero ir pra Londres!
- E você vai! Eu jamais te impediria de viver esse sonho, mas... Você tem que viver ele por inteiro Mateus, vive isso. Sabe? Faz o que quiser, aproveita lá, vive lá. Se isso que nós temos for de verdade, permanece.
- Mas e se você seguir a vida?
- Não posso te garantir como vai ficar minha cabeça em um ano, mas hoje é sim. Eu amo você hoje, isso é tudo que me importa, o hoje!
- Você me assusta Maju, e é por isso que eu quero tanto que esse ano passe rápido.
Agora sou velha ferida com as marcas do tempo, enchergo pouco agora não tenho mais a força de antes agora ando lentamente lembro quando eu corria rapidamente lembro quando tudo era engraçado e juvenil
A como eu queria ser criança novamente machucar meus joelhos chorar e velos se curarem rapidamente para mim brincar novamente e ter aquele pensamento infantil de que o coração partido sumiria como um passe de mágica ou como se nada tivesse acontecido brincar com os amigos e amigas de infância fazer nossas loucuras correr para nadar em um rio perto da fazenda em que eu morava eu também gostava de ir a cidade uma vez por semana para ver aquelas luzes brilhando parecendo até natal em pleno meio do ano tudo era tão tão calmo e alegre
Eu gostava de ir em um parquinho ao lado da casa da minha avó lembro que foi lá que eu conheci o meu primeiro beijo que eu dei lá em um menino moreno magrinho e sujo da terra em que brincava tudo foi tão repentino que passei a gostar daquele menino depois do beijo eu o vi mais 3 vezes mas depois disso eu tive que ir embora não pude nem avisalo meu pai avia ganhado uma promoção no serviço e tivemos que nos mudar para a cidade vizinha
Lembrei daquele menino moreno e sujo por 6 anos então decidi esquece lo no mesmo ano meu pai arranjou um casamento para mim eu acabava de completar 18 anos eu não vi meu noivo até a data do casamento marcado passado então 2 meses lá estava eu no altar pronta para casar quando avistei meu noivo falei:
-Nossa ele é tão lindo tem aparência de galã de novela
Parecia que ele era o marido perfeito para mim mas eu estava enganada 1 mês após o casamento meu marido e tão agora se mostrava ser um homem frio, sem alma , sem dó de ninguém , parecia não ter coração ,me batia, me traia e aí da por cima bebia , os empregados se assustavam com os gritos e altos berros que ele dava , nosso casamento durou 1 ano pois ele bêbado sofreu um acidente de carro bateu em uma árvore perto da estrada e morreu na hora
Pensei que acabaria vivendo sozinha e viúva pelo resto da vida , mas a própria vida me aguardava uma surpresa que eu até tente esquecer as 8 anos atrás , ansiosa tentei me aproximar várias e várias vezes mas tive medo do que o povo iria pensar de mim já que eu era viúva recente e ele o menino do meu passado um empregado
Desidi esperar a poeira abaixar , passados 15 anos eu que tinha 35 anos naquele tempo tomei coragem e chamei aquele menino agora homem então comecei a perguntar sobre ele
Perguntei se ele era casado, estava namorando ou algo do tipo mas ele me respondeu:
- não senhora eu sou solteiro
Perguntei se ele tinha filhos , ele me respondeu:
-não senhora nunca tive filhos
Então me arrisquei e perguntar te o se ele amava alguém, ele me respondeu:
- sim senhora amo uma menina que não vejo a 23 anos, ela sumiu repentinamente mas sempre a amei mesmo após isso
Então eu meio emocionada perguntei por que ele não arrumou outra, e ele me respondeu:
- senhora sempre tive a esperança de que eu veria aquela menina de novo algum dia , e prometi a mim mesmo de que eu a abraçaria e a beijaria assim que eu a vise e a reconhecese
Então chorando falei quem eu era e ele emocionado ajoelhar olhou para o chão e chorou eu então me ajoelhei chorando e rindo ao mesmo tempo falei a ele:
- o vi iria fazer mesmo se me vise novamente?
Ele então riu e me deu um abraço e um beijo longo
Naquele momento lembrei do meu primeiro beijo com ele , era idêntico avia mudado nada pois era um beijo inocente como de criança
Então nos casamos pouco tempo depois tivemos dois filhos uma menina e um menino , Ele continuou trabalhando na fazenda agora comandando mas sempre ajudando os empregados diferente do falecido quer saber não pretendo mais ser criança pois as feridas que tenho é doem é por causa da idade e o coração era de despedaçado por um homem mal mas que foi restaurado por um menino agora homem e meu marido amado, estou feliz agora com meus 70 anos sem querer mais voltar ao passado
autoria de meu filho Anderson
Sabe que à medida que vou ficando mais velha, vai me dando uma preguiça...
Mas, não é aquela preguiça que me impede de fazer as coisas, é uma preguiça diferente. Preguiça de gente chata, de gente que complica as coisas, de quem necessita ser bajulado. Preguiça de coisas difíceis, de filmes ruins, de bebidas amargas. Preguiça de gente que quer ser o centro do universo, de gente egoísta, de gente fraca. Preguiça de gente que se acha melhor que os outros, de gente rasa e de gente que desconhece o que é sentir...
Sou como uma velha árvore, plantada em um solo ressequido,que mesmo com suas raízes expostas e maltratadas pelo tempo,ainda floresce na primavera, mesmo sendo o inverno devastador.
"O corpo, tal qual uma velha capa de chuva, já sem uso, deve ficar aqui estendido no chão, e apenas a alma elevada continuará rumo ao abraço do pai, numa demonstração de alegria por ter retornado pra casa...Vivo com essa certeza".
É velha amiga a vida não é só engraçada, ela brinca de esconde-esconde, pula-pula, cabra cega, amarelinha, e outra mais - Porém te ensina que nem tudo é imaginação. Te leva a lugares inimagináveis basta você se deixar levar. Mas cuidado de repente podes acabar ausente da mesma onde tudo é meramente ilusório. Não achas?