Velha
No fim vai ficar aqui
Todos os dedos
Roupas e sapatos
aqueles livros e vinis
a velha agenda
tudo vai ficar aqui
as jóias e os lápis
Velhas manias
Bolsas e Cartões
Etiquetas e modos
Gargalhadas e os dados
aquele caminhar
os segredos da caixinha
os óculos e os colares
Todas as maquiagens
Os cadernos e as Toalhas
aquele tênis que não colou a sola
e a vassoura no quintal
a cor do girassol
Tudo vai ficar aqui
O sol na fresta da janela
o pires sem a xícara
Perfumes em vidros
As velhas coisas da lateral ...
Ano novo, novas parcerias, novos clientes, novas possibilidades... e a velha vontade de crescer sem precisar prejudicar ninguém :D (22/01/2016)
Você já não anda mais com aquela roupa que tanto gostava porque ela está velha. E quando sua mãe estiver velha, não vai andar mais com ela ?
O mundo é feito também de arquétipos. Não é uma velha que é feia e sim a representação do mal como a bruxa que oferece a maçã envenenada para alguém, como em alguns contos infantis. Tolice querer filosofar em cima do óbvio. O que aparece na figura é apenas uma entidade hipotética irrepresentável em si mesma e, evidente, somente através de suas manifestações. Então é simples, não vale a pena discutir o indiscutível a não ser como alimento do ego de quem discute.
Bodega
Às vezes, no rústico balcão
de velha tábua enegrecida
o tempo parava…
Às vezes, o vento passava
e o papel de embrulho acenava
convidando o cliente
a absorver o aroma
pungente de couro curtido
que se irradiava no ar…
Só a velha balança parada
com os pratos vazios
ponderava o que havia
de sabor no denso langor
de algo invisível a indicar
que a tarde se dissipava
pesarosa a chorar…
E quando vinha freguês
Antonio, Maria ou João
de caderneta na mão
fiava o açúcar, a farinha,
num embrulho feito com arte
com dedos magros da mão
de um bodegueiro artesão!
É aquela velha história:
o amor não tem limites,
não se marca hora.
Se vive,
ou se não vive, não se perdoa...
porque a saudade se faz companhia
porque as lembranças não se esquece !
UMA VISÃO, PESADELO
Ela era velha, simples e horrenda.
Unhas compridas, cabelos grisalhos,
Voz semi-rouca, veste em frangalhos.
Tinha um olhar temível e frio,
Da boca, gemidos qual foz de um rio,
Amedrontavam, distantes pássaros no ninho.
Sua cabana agreste e escura,
Coberta de palha, escorada por lenha,
Ao centro de uma sala, uma mesa jazia.
Por cima, um signo: a serpente da magia.
Ao lado, um quarto, um altar e esteira,
Onde suas preces não eram de uma freira.
Falou-me tudo, de tudo:
Do nascer, do morrer.
Do homem, a ignorância
Haveria de sofrer.
Meu presente e meu futuro,
Sim! Um pouco eu pude crer.
Falou-me, ainda, sua voz sempre rouca,
Das provas que eu um dia iria sofrer,
Das lágrimas que eu chorei por tudo,
De momentos que eu vivi por nada.
Meu futuro... prometeu
A felicidade que eu a conheceria.
Doze badaladas ouvi tocar;
Gargalhadas, gemidos, árvore a se agitar.
Já se foram os espíritos – disse;
Só resta um altar.
Nele uma velha que o mundo desconhece
Flertou comigo por um tempo
E fez o meu sonho despertar...
Paraíso
Aquela velha luz quebrada
Eram meus dois castanhos olhos
Quando eu ainda podia te ver
Fechando a porta pelo lado de fora
Por hora um olhar que jamais esquecerei
Que persiste no intimo do meu ser
Esta corroendo me noite e dia
Cegando ao poucos minha alma
Você nunca me disse um adeus
Porque, porque, porque?
Perdi neste jogo do amor?
Perco tudo quando lhe perco
Olhe para mim, não sou forte assim
Olhe, estou tropeçando estou caindo
Estou morrendo pelo lado de dentro
Sangro tristes sentimentos
Deixando apenas um espaço vazio
Que não mais consigo suportar
Estou aqui e todos os dias choro
Sem conseguir meu coração acalmar
Há razoes que me fazem chorar
Até o confim da minha eternidade
Luz. ó luz não consigo te encontrar
Em meio a esta forte tempestade
Preciso do teu único abrigo
Da chuva de lagrimas que cai
Enquanto o livro dos sonhos se fecha
Neste malvado jogo do amor
A única maneira agora é só chorar
Com uma única gota de lagrima
Vou engolir seu amargo olhar
E o tempo que não cura essa dor
Não quero que o mundo assim me veja
Ando perdido sem saber o meu destino
E só agora que eu percebo tudo isso
Será que serei por ti ainda encontrado
Tento encontrar alinha do teu tempo
O meu futuro eu ainda não sei ler
Mas conceda me um lindo amanhecer
Uma nova chance, um novo viver
Dei me tuas asas para até o teu céu voar
Onde o sol a cada pagina virada vira brilhar
E as estrelas dentro de nos iluminar
Dai me o teu paraíso e nele eu possa repousar
A velha maneira de proceder como os mandamentos de Davi acerca do Velho Testamento aborrece a nova Dispensação no Novo Testamento, que vivamos na graça e no conhecimento de Jesus.
Sobre a velha mesa me esperava
uma pequena e singela rosa...
era o Amor que se mostrava
na sua mais linda face.
Que tenhamos cuidado com a velha empolgação. Pois ela bem se parece com um camaleão: embora ainda seja a mesma, se disfarça em muitas coisas.
Às vezes penso que deveria ser mais velha. Talvez para ver a vida acontecer como desde já suponho. Mas ao mesmo tempo que penso nisso, também penso em quem sou. No meu eu, no meu âmago, na minha parte intangível, e que forma o meu caráter. Não que eu desconsidere a experiência contida nos anos. Sei que ela existe! Mas quando olho para mim, não é para vigiar a aspereza em minha pele, e sim os valores que me dão peso por dentro. Sendo assim a idade não vem ao caso; desde que eu me esforce em ser um problema a menos no mundo.
"Diz uma velha e distorcida crença.Que o dinheiro é coisa do diabo.
Agora! quem quiser ver mesmo o diabo é só ficar sem ele"
MUTILADOS RUBROS DE VINHO
Restos mutilados na velha cor dos rubros vinhos
Gramática desarticulada acompanhada de lágrimas
Rasga a mortalha do peito no último arrependimento
Nas brumas dos caminhos esta o gemido silencioso
De um tonto místico profeta, na sua liturgia angustiante
Cicatrizes abertas no trilho da memória do sítio incerto
Tecerei uns sonhos irreais como feridos de batalhas perdidas
Penetramos no sentido da vida seríamos menos miseráveis
Nos anseios os tigres de garras que dilaceram o pior pesadelo
Duvida do suor com as lágrimas salgadas pedaços de si mesmo
Pobres de palavras para exprimir a mentira na dor do que
É escuro, sujo sem o conforto nas horas de sofrimento na verdade
Do tempo, de uma alma plantada do mundo que anda perdida
Não tem norte, nem vida, sente-se já crucificada dolorida
Sem sorte, sem sonho, sem destino, restos mutilados
Numa gramática de batalhas, esquecidas, perdidas
Escondidas no sentimento de uma alma em luto
Sem nunca ser compreendida nos rubros vinhos de cor.
Sabe o que causa aquela sensação de que estamos vivendo mal?
Comparação!
Isso mesmo, aquela velha formula de querer nos comparar com os outros, a nossa vida, situação, e tudo mais.
Por isso apenas viva, você foi plantado aonde deve florescer, sempre !
Ainda menino brincava com uma prima através de uma velha cerca de bambu que separava nossas casas, éramos proibidos de frequentar um a casa do outro por motivos que não entendíamos. Mas sempre brincávamos com bichinhos de plástico, através de um buraco na velha cerca... existia amizade sincera e alegria de viver.
Não devemos separar as crianças por nossas vãs diferenças. Afinal, nem mesmo a intolerância dos adultos impede a inocência das crianças com uma cerca de incompreensão. Pois nas crianças está a pureza de coração e o mais perfeito louvor a Deus.
VELHA MORTALHA
Mar velho feito em mortalha
Que na fria carne rasgada
Embalsamas todas as dores
Entre os murmúrios tristes
Voz escura na calada garganta
Nas tramas obscuras da queda
Ondas serenas de maremotos
Nos carinhos remotos em fúria
Lágrimas tuas em gritos roucos
Tormentas tolas numa ambrósia
Vagos espaços nas lentes perdidas
Os arcanjos cantam proclamam amor
Pobres vidas perdidas nos enigmas
Velha mortalha feita no profundo mar
Entre os portões de ferro nos sonhos
Transladam o delírio no fim risonho
Velho mar que embalsamas a mortalha
Dos erros das tristezas em murmúrios
Voz calada nas tramas obscuras da vida.