Velha
“No pátio abandonado onde a velha árvore fazia sombra estava ele sempre a brincar correndo de um lado para o outro desejando encontrar sua infância perdida a árvore foi a única coisa que ficou de pé depois da triste guerra que atingiu grande parte de seu pai. A chuva caia o fazia recordar os bons momentos que passará ao lado de sua família a qual o destino se incumbiu de separar a guerra haverá matado um a um de seus parentes a vida lhe deixou só... Ele passou muito tempo nessa guerra sem vitoriosos quando voltou não encontrou nada do que havia deixado para trás nenhum de seus pais, irmãos, primos, tios, amigos nem ao menos seu cavalo Kaires. A árvore onde ele brincava foi a única a prevalecer forte naquele local quase sem vida e foi naquela mesma árvore que ele decidiu acabar com sua vida. E a chuva continuou caindo”
Olhar no espelho do futuro e ver um velha psicótica, efusiva, acalmada com remédios ou outras drogas. Seus vizinhos ficarão com pena, tão velha, tão só. Há de amedrontar as crianças da rua. Sozinha ela assistirá a vida passar sentada num banco de seu jardim, que vai ser a única coisa que ela há de se importar, suas belas margaridas. Se pegará recordando de sua adolescência e de algumas tentativas fracassadas de ser feliz. No final do dia ela se verá como no começo, só, sem amor, sem rancor.
Esta velha angústia,
Esta angústia que trago há séculos em mim,
Transbordou da vasilha,
Em lágrimas, em grandes imaginações,
Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror,
Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.
Transbordou.
Mal sei como conduzir-me na vida
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este poder ser que...,
Isto.
Um internado num manicómio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicómio sem manicómio.
Estou doido a frio,
Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos:
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura
Porque não são sonhos
Estou assim...
Pobre velha casa da minha infância perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que é do teu menino? Está maluco.
Que é de quem dormia sossegado sob o teu tecto provinciano?
Está maluco.
Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.
Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer!
Por exemplo, por aquele manipanso
Que havia em casa, lá nessa, trazido de África.
Era feiíssimo, era grotesco,
Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê.
Se eu pudesse crer num manipanso qualquer —
Júpiter, Jeová, a Humanidade —
Qualquer serviria,
Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?
Estala, coração de vidro pintado!
Posso amar uma única mulher por toda vida, tanto quanto pode frutificar a velha árvore ainda enraizada no mesmo solo que lhe semeou!
ADVERTÊNCIA
Quando eu for velha vou usar roxo
Com chapéu vermelho que não combina e não fica bem em mim,
E vou gastar minha pensão em conhaque e luvas de verão
E sandálias de cetim, e dizer que não tenho dinheiro para a manteiga.
Vou me sentar na calçada quando ficar cansada
E comer vorazmente amostras grátis nas lojas e apertar botões de alarme
E passar minha bengala pelas grades de ferro dos parques
E compensar a sobriedade da minha juventude.
Vou sair na chuva de chinelos
E colher as flores dos jardins dos outros
E vou aprender a cuspir.
A saudade é como uma velha amiga, que volta e meia vem nos visitar, mas sempre deixa um gosto de "fica mais um pouco?".
A casa velha, não se habitou mais
o que um dia, habitou-se a alma enferma
Fui o poeta que tentou por ignorância, descrever sobre dignidade
em meio as máquinas, a revolta consumia-me, equivocadamente sucumbi o mal do homem, que interpretou o genitor no meu coração
Somente depois de três décadas ao meu desencarne, o perdão libertou-me, não sou mais aquele que amou as pessoas com objeção, na qual um dia exercitei como arma em autodefesa
Só agora compreendo na vaga lembranças da mocidade, a minha solidão vivenciada nos meus versos, onde imprimia meus sentimentos solitários, sem verdade alguma.
PAIXÃO
Semente da obsessão
Geradora de devaneios
Encantadora de imagens
Velha irmã da loucura
Manipuladora do caráter
Destruidora da razão
Indutora de vontades
Mescladora de sentidos
Por favor, apareça!
Mas que seja,
Que somente seja,
Quando for correspondida!
(Guilherme Mossini Mendel)
Todo mundo sente um dia um jeito diferente
Ainda vive a velha vontade de estar inteiro
Quando você acha que enfim chegou, tropeça
Mas recomeça, pra estar inteiro, novas palavras
O sonho antigo que te acorda e te faz seguir
Novas estradas
Ouve o mar como se ouvisse a mim
Após o choque inicial de estarmos juntos no mesmo ambiente, acho que voltamos a nossa velha rotina de brincar como uma família.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Retribuir o mal com o bem
é como virar uma velha roupa pelo avesso, única maneira de multiplicar seu preço.
Jamais ouse em zombar de uma pessoa por ser mais velha que você. Isto apenas comprova a sua imaturidade.
Pensa...
Não é necessário agir, não há mais tempo, nem chance,
Só pensa...
Aquela velha história de que no pensamento a gente voa,
sem preconceitos contra nossos próprios sentimentos, lembrança de um tempo que adoça a alma...
Lembra?
Se lembrar dói, pensa só naqueles sonhos que sonhamos acordados,
Nos planos que nunca foram realizados mas que vão ser pra sempre nossos,
e se um dia realizar com alguém, pensa que começou a sonhá-los comigo, e guarda pra ti, sem nunca deixar de lembrar que essa força pra realiza-los veio também de mim, não precisa falar, só não esquece de lembrar de vez em quando,
dos sonhos...de mim...de nós, que não somos mais nós, que não sonhamos mais juntos, que falhamos nos planos, mas que quando olharmos pra trás, estaremos sempre lá...naqueles momentos, naqueles lugares, na lembrança daquelas pessoas, naquelas canções...em algum lugar do tempo que já foi, nós estamos e vamos permanecer pra sempre, é só pensar, porque esquecer sei que não iremos, então é só buscar no pensamento o que já não está mais no coração...
RECORDAÇÕES
Pela janela do ônibus vislumbro a velha rua da minha infância,
As casa, as calçadas de cimento partido, tudo como antes...
Sem grandes mudanças, a não ser as pequenas árvores, que cresceram
Os antigos amigos e as brincadeiras que também se foram,
Mas há outras crianças brincando, nas mesmas ruas que brinquei.
A velha casa lá... batida pelo tempo, mas em pé, assim, como eu, marcada
Pela vida, mas vivendo cheia de lembranças.....
O ônibus vai passando e eu recordando.
O tempo bom, a vida sem problemas, a felicidade inocente do primeiro amor,
Passo no ônibus pela minha antiga rua.
E vou passando pela minha vida, levando lições amargas, mas também muitas lembranças boas das coisas e pessoas que vieram e passaram…
E levo comigo a esperança de coisas novas e boas que ainda virão…
Estou cansada demais para construir castelos de areia.
E velha o suficiente para saber que castelos de concreto só existem apenas nas ilusões transtornadas.
FOTOGRAFIA VELHA !
Click: esse foi o barulho da minha máquina velha,
registrando mais uma fotografia,que se eternizará no meu álbum, e que, daqui à muitos anos se tornará uma fotografia velha.