Velas
Vento, não assopres ,tão forte, no meu parco, ideólogo ... Sem velas, nem mastros, que as sustente
,
Saber para onde vai é ter o vento a seu favor. É olhar para o oceano e, mesmo com tanta incerteza, baixar as velas para que o vento nos faça velejar para onde ele quer nos levar. É entender que não podemos mudar o caminho que o vento percorre, mas sabemos que ele é nosso aliado. Porque ninguém melhor do que nós para controlar o rumo da nossa felicidade.
Ó velas do meu moinho,
rodízios da minha azenha,
vão rodando lentamente
esperando que a morte venha.
I
Há qualquer coisa no rosto
desse teu ser pachorrento,
como quem espera o vento
nas belas tardes de Agosto…
O que me causa desgosto
é ver o teu descaminho,
deixo neste pergaminho
saudades do teu passado,
e ao ver-te abandonado
ó velas do meu moinho.
II
Foste um símbolo da vida,
remoeste farinha a rodos,
foi pena não dar p´ra todos,
como é triste a despedida...
Foste pão numa guarida,
imperador real da brenha...
O meu ser em ti se empenha
em ser cantante e moleiro,
ó águas do meu ribeiro,
rodízios da minha azenha.
III
Rodopiando a nostalgia
onde o meu ser nada viu,
não laborou, não sentiu,
nem fez de ti moradia...
Resta a minha simpatia,
o supor de quem não sente,
recordar o antigamente,
enaltecer a nossa História,
E os meus versos, na memória
vão rodando lentamente.
IV
Rodam como uma moagem
com carradas de cultura
e os sinais de desventura
dão-me gritos de coragem...
São murmúrios da mensagem
celebrada na resenha,
pra que o vento nos mantenha
sempre a par do seu saber,
e todo o mais é só viver,
esperando que a morte venha.
Ainda que o palácio esteja iluminado, é no interior da cabana à luz de velas, que se dialoga verdadeiramente com a escuridão
Quem não troca as velas do filtro de água continua bebendo água contaminada, comprometendo a saúde de seus usuários.
Maldita a religião que invoca os mortos que faz de seus devotos almas caóticas, cegas e condenadas à escuridão, acendendo velas ao diabo.
Que adianta acender velas para os santos, quando a sua alma deveria ser iluminada pela luz de Cristo!
Acender velas e venerar os santos da mobília e da parede é o mesmo que iluminar o terreiro, onde sua luz não toca nem retira as trevas do coração.
Não sujo minhas mãos para derrubar pessoas insignificantes afinal, nada melhor do que vê-las tropeçando no próprio fracasso.
"AMOR EU E TU"
Vou seduzir-te, meu amor
Vou acender as velas perfumadas
De incenso de mel e rosas que eu gosto muito
Duas taças de vinho tinto, beijo-te devagarinho
Abraço-te com muito carinho e no tempo
Em que tivermos juntos seremos apenas eu e tu
Vou seduzir…sem fazer de ti escravo
Sem enganos, apenas e verdadeiramente
Tu olhas-me e seduzes-me
Gosto como tu me abraças com ternura e paixão
Deixaste que os teus sentidos te guiassem
Afagaste a minha pele com devoção
O amor fez-se, o fogo ardia
Sentia-se uma explosão de sensações e delicias
Ficamos abraçados, o único som que se ouvia
Era o bater num ritmo desordenado
Descompassado do coração, este é o som do amor saciado.
Deixa-me um sinal
pressentido
entre o vácuo e o manto!
ou o mar!
ou o vento!
ou as velas do meu barco
parado algures
no inevitável
porto das esperas...
Pessoas
Pessoas são como sua vida ,
para senti-las basta respira-las,
mas insistimos em vê-las ,e é
por ver demais que deixamos de
senti-las .
Ela é embarcação
Sua vida segue o vento
Ela é quem controla suas velas
Ela é bússola
Seus caminhos são incertos
São tantos portos a se atracar
Tantos mares a navegar
Mas o destino é ela quem escolhe
Ela é âncora, segurança, proteção
Ela é seu próprio porto seguro
Ela gosta do mar calmo como piscina
Mas é capaz de navegar em mar revolto
Ela é sal, areia quente e sombra fresca
O mundo é dela e ela também.
Sempre gostei de brincar com a imaginação das pessoas, sempre gostei de vê-las excitadas ao extremo.
Pelo vidro do meu caixão eu olhei as vastas sombras das cadeiras a luz de velas do meu funeral. Ninguém veio ao meu enterro,nem amigos e nem parentes.E meus inimigos que em vida irritei e nojo causei,se ausentaram.E assim imaginei meu velório,triste e ilusório,memórias de um defunto vivo.
Vamos tocar o barco, ajustar as velas e seguir em frente, o mar não pode está calmo e isso traz a condição perfeita para continuar, afinal marujos, a felicidade é logo ali em frente. JC
Dentro de mim, não há mastros, nem velas...
Não há terrenos baldios, nem feudos...
Não há pós, nem antis, nem prés, nem pseudos...
Não há machucados... Nem há seqüelas...
Dentro de mim, não há fora, nem dentro...
Não há resposta errada, nem pergunta...
Não há aquele tremor que desconjunta...
Não há terremoto, nem epicentro...
Dentro de mim, há um anjo reticente...
Com asas esplêndidas, coloridas...
Um anjo mais belo do que Morfeu...
Dentro dele, esperando que se invente
a palavra “ser” entre as perecidas...
Dentro deste anjo lindo - o que há - sou eu.