Velas

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As paixões são os ventos que enfunam as velas dos barcos, elas fazem-nos naufragar, por vezes, mas sem elas, eles não poderiam singrar.

Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros.

Os poetas reclamam que a ciência retira a beleza das estrelas. Mas eu posso vê-las de noite no deserto, e senti-las. Vejo menos ou mais?

As discussões são como as luzes de velas acesas na escuridão.

Se tens conhecimento, deixa que as outras pessoas acendam as suas velas na tua.

Você sabe que está ficando velho quando as velas começam a custar mais caro que o bolo.

A distância é como os ventos: apaga as velas e acende as grandes fogueiras.

Às vezes nem me preocupo tanto comigo... Mas há pessoas que amo e não quero vê-las sofrer.

As coisas mais simples da vida são as mais extraordinárias, e só os sábios conseguem vê-las.

Paulo Coelho

Nota: Trecho adaptado do livro "O Alquimista", de Paulo Coelho.

Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.

Cora L. V. Hatch

Nota: O pensamento costuma ser atribuído a muitas pessoas, como Confúcio e Dolly Parton, mas acredita-se que seja uma variação de um pensamento de Cora L. V. Hatch, proferido em uma palestra em 1859.

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Maturidade tem mais a ver com o tipo de experiência que você teve na vida do que com quantas velas você apagou.

Veronica Shoffstall

Nota: Trecho da versão adaptada do poema Depois de um tempo, de Veronica Shoffstall, que costuma ser erroneamente atribuída a Shakespeare.

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A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.

Vou imprimir novos rumos
Ao barco agitado que foi minha vida
Fiz minhas velas ao mar
Disse adeus sem chorar
E estou de partida
Todos os anos vividos
São portos perdidos que eu deixo pra trás
Quero viver diferente
Que a sorte da gente
É a gente que faz

Quando a vida nos cansa
E se perde a esperança
O melhor é partir
Ir procurar outros mares
Onde outros olhares nos façam sorrir
Levo no meu coração
Esta triste lição que contigo aprendi
Tu me ensinaste em verdade
Que a felicidade está longe de ti

Milhares de velas podem ser acesas de uma única vela, e a vida da vela não será encurtada. Felicidade nunca diminui ao ser compartilhada.

A razão e a paixão são o leme e as velas da alma navegante. Sem ambos, ficarias à deriva ou parado no meio do mar. Se a razão governar sozinha, será uma força limitadora. E uma paixão ignorada é uma chama que arde até sua própria destruição.

As paixões são como as ventanias que incham as velas do navio. Algumas vezes o afundam, mas sem elas não se pode navegar.

Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas. Às vezes também me dá uma bruta raiva delas, de sua tristeza, sua mesquinhez. Depois penso que não tenho o direito de julgar ninguém, que cada um pode — e deve — ser o que é, ninguém tem nada com isso. Em seguida, minha outra parte sussurra em meus ouvidos que aí, justamente aí, está o grande mal das pessoas: o fato de serem como são e ninguém poder fazer nada. Só elas poderiam fazer alguma coisa por si próprias, mas não fazem porque não se vêem, não sabem como são. Ou, se sabem, fecham os olhos e continuam fingindo, a vida inteira fingindo que não sabem.

Se você tem conhecimento, deixe os outros acenderem suas velas nele.

A Canção das Lágrimas de Pierrot

I

A sala em espelhos brilha
Com lustres de dez mil velas.
Miríades de rodelas
Multicores - maravilha! -

Torvelhinham no ar que alaga
O cloretilo e se toma
Daquele mesclado aroma
De carnes e de bisnaga.

E rodam mais que confete,
Em farândolas quebradas,
cabeças desassisadas
Por Colombina ou Pierrete

II

Pierrot entra em salto súbito.
Upa! Que força o levanta?
E enquanto a turba se espanta,
Ei-lo se roja em decúbito.

A tez, antes melancólica,
Brilha. A cara careteia.
Canta. Toca. E com tal veia,
com tanta paixão diabólica,

Tanta, que se lhe ensanguentam
Os dedos. Fibra por fibra,
Toda a sua essência vibra
Nas cordas que se arrebentam.

III

Seu alaúde de plátano
Milagre é que não se quebre.
E a sua fronte arde em febre,
Ai dele! e os cuidados matam-no.

Ai dele! e essa alegria,
Aquelas canções, aquele
Surto não é mais, ai dele!
Do que uma imensa ironia.

Fazendo à cantiga louca
Dolorido contracanto,
Por dentro borbulha o pranto
Como outra voz de outra boca:

IV

- "Negaste a pele macia
À minha linda paixão
E irás entregá-la um dia
Aos feios vermes do chão...

"Fiz por ver se te podia
Amolecer - e não pude!
Em vão pela noite fria
Devasto o meu alaúde...

"Minha paz, minha alegria,
Minha coragem, roubaste-mas...
E hoje a minh'alma sombria
É como um poço de lástimas..."

V

Corre após a amada esquiva.
Procura o precário ensejo
De matar o seu desejo
Numa carícia furtiva.

E encontrando-o Colombina,
Se lhe dá, lesta, socapa,
Em vez de beijo um tapa,
O pobre rosto ilumina-se-lhe!

Ele que estava de rastros,
Pula, e tão alto se eleva,
Como se fosse na treva
Romper a esfera dos astros!...

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M. Carnaval, 1919

A prudência dos cobardes assemelha-se à luz das velas; ilumina mal, porque treme.