Vazio
Oh, meu peito vazio
Que se alastra a solidão
Oh, devaneio poético
Que imunda o coração
O devaneio de poeta
Torna tudo confusão
Me sinto despertencido
Pertencendo à mim
Somente à mim
Como uma estrada de um mão
Esse meu devaneio
Me deixa louco
Com o fato de despertencer
Vou seguindo em frente
Por aí
Buscando me reconhecer
Depois de tudo, no vazio
da manhã inabitável,
ajuda-me a negar
este remorso:
eu só queria uma canção
que não morresse
e a hipótese de um poema
que não fosse
o lugar onde me encontro
uma vez mais,
sem desculpa, sem remédio,
diante de mim mesmo.
DE VOLTA
Aqui vai o meu olhar de volta, pro vazio
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
a distância e, a poesia ficou com fastio
Se tudo tem seu tempo, em mim doeu
ao deixar o seu gosto sem o seu feitio
ao sentir que já me esqueceu, arrepio
e que no seu amor, não tem mais o meu
Olha pra mim, só restou a minha metade
dum coração solitário, onde, eu sou réu
e neste cancioneiro, está triste fatuidade
Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o seu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia deste plebeu.
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019
Tem horas que sinto um vazio tão grande!
Como se um buraco negro sugasse todo o prazer pela vida. Mas a pior parte é que mesmo estando com esse vazio, eu tenho que sorrir para as pessoas, para evitar que elas não sejam sugadas junto comigo.
Perdida no vazio...
Luzes escuras, tempestade de lágrimas
Coração vazio num lago tão frio...
Coração perturbado mente distorcida, palavras incompreendidas sofrimento que aflora nesse peito que chora, sem você a minha alma vai embora...
Nesse canto tão florido no jardim tão escondido a paz e a felicidade se vai...
Liberdade de voar só que o tombo é mais alto...
Parte da vida sonhos ou pesadelos buscar enfim alternativa no caminho
Viver sem ti falta parte de mim...
Licia Madeira
Dias de solidão
Hoje estou vazio
sem nada pra escrever
não sinto calor nem frio
mas peço para chover.
quero ver o dia cinza
como a cinza do cigarro tragado
do homem parado na esquina,
pois nada me chama atenção
nem o sorriso de uma bela menina
não tenho sina
nem gana
parece que estou sem chão.
Como é ruim dias assim
dias que parece não ter fim
dias que em mim
há uma grande confusão.
Dias que não como pão
pois na garganta parece ter um nó
dias que prefiro estar só.
Dias de solidão.
"Depois"
E assim,
Quando todos estiverem atentos
à imensidão do meu vazio,
cortarão, como pétalas,
as folhas solitárias dos meus livros
e lerão o que deixei palavra por palavra.
Frente a frente, cara a cara desses versos,
saberás a origem que expresso
os meus pesos carregados pelos ombros
como as lágrimas mais pesadas dos teus prantos,
quando cito nossos tempos como amigos…
E me abre, diante à flor da poesia,
um desprezo, do segredo à revelia,
expostos por ruídos do desvelo
tão secretos e sentidos pelo medo.
E, então, tu me atinges à memória…
E resgata a minha voz por teu silêncio
quando fechas o livro na lembrança
e abres, no coração, meus pensamentos.
"Quando se tem um vazio existencial, tudo que o te leva para fora da realidade se torna um vício..."
Agitação secreta;
*Vazio espiritual;
* O céu se tornou apenas espaço cósmico;
* Emboscadas por ausência de autoconhecimento;
* Nossos dias não conseguem preencher o vazio interno;
Por isso é preciso que cada um volte para dentro de si, de nada adianta ter o externo, enquanto nem sabes quem és.
É enfado, é loucura.
Dor dos meus Jejuns -
No branco silêncio de um depois
fica sempre um cheiro de vazio
porque esse alguém, p'ra onde foi,
não levou a saudade nem o frio.
E lá na rua onde morava
oiço ainda o eco dos seus passos
o cheiro a rosas que deixava
quando nos envolvia nos seus braços.
Às vezes, fechando os olhos, vejo ainda
aquele olhar que nos trespassava
e oiço aquela voz que nunca finda
dizendo o quanto nos amava.
Eram gestos, palavras incomuns
que ao fundo da infância davam paz
e fiquei livre da dor dos meus jejuns
minha alada e adorada Monsaraz!
É Sábado
evangelista da silva
O mundo explode lá fora, e eu aqui tão só e vazio...
Abandonado pela saudade, tristeza e solidão...
Certamente aguardando à morte aportar...
E todos se foram, e eu aqui...
Aqui, no mesmo lugar de outrora...
Visto ter perdido o trem da morte.
Os raros amigos que tive, o trem levou...
Hoje é sábado e não vou à feira
Sorver a cerveja com xebeu e embriagar-me.
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Que saudades de Julieta!...
Uma explosão de amor e entrega
Que eu não soube viajar...
Filho aos 17 criado com avó era uma criança...
Não sabia matar a ânsia de amar Julieta
Saciando a sua fúria de amar e sexo...
Hoje, neste sábado frustrado de lembranças,
Saudades, amor e recordações, não mais vou à feira...
Fixo-me na estação aguardando o trem da morte...
E nesta espera de merda e desespero...
Aguardo que todos desembarquem
Para a vida recomeçar...
Santo Antônio de Jesus, 09/01/2016, (12 h 46 min)