Vamos Rir
Senhorita chuva
me concede a honra
desta contradança
e vamos sair
por esses campos
ao som desta chuva
que cai sobre o teclado
Meus amigos, vamos brindar o cansaço! Este é o prêmio pra vitória do boêmio, que bebeu de bar em bar o seu fracasso.
Não vamos imitar o homem da fábula que viu um menino se afogando e, imediatamente, lhe passou uma preleção a respeito da imprudência de ir para a água onde não mais dá pé. Não, não, vamos tirar o menino para a margem, secá-lo e vesti-lo, e então falar a ele que não deve mais fazer isso para que coisa pior não lhe aconteça.
Durante nossa vida, eu e você vamos cruzar com algumas pessoas descartadas. Jogadas fora. Ás vezes jogadas fora por igreja. E precisamos escolher: desprezar ou resgatar? Rotulá-las ou amá-las? Sabemos qual é a escolha de Jesus. Apenas veja o que ele fez conosco.
Vamos esclarecer uma coisa: você nunca vai ter isso: lealdade. Você não pode comprá-la, você não pode possuí-la, você não pode forçá-la.
Chorar faz bem, mas rir é melhor ainda.
Feliz daquele que consegue rir nos maus momentos,
e tirar sarro da própria dor.
A pessoa que menos me acrescentou, que menos me amou, que menos me fez rir e que eu menos conheci é a que eu amo, ou pelo menos é a que me mata de saudade todo dia!
Gosto de gente que faz eu me sentir diferente, que me deixe com o coração na mão e me faça rir das coisas sem graça.
Viver é encantar-se com as coisas simples.
Emocionar-se com palavras doces.
É rir de si, quando pisa em falso.
É chorar diante da saudade.
Viver é isso...
Amar, sorrir, chorar...
E acreditar sempre na FELICIDADE.
Estou querendo apenas o que me faça rir! Estou me livrando de tudo que me dá bloqueio. Estou colorindo tudo a minha volta. Estou ganhando a leveza dos dias. Coloquei a alma pra dançar tango! Dei a mão pro vento.
Eu tenho alguém que me faz rir de um jeito louco, que me faz andar descabelada na rua, que me acorda domingo às sete da manhã com um sorriso lindo e que me faz esquecer de brigar. Eu tenho alguém que se importa com o que sinto, que se preocupa com o que penso e que me diz o que as outras pessoas têm medo, a verdade. Eu tenho um alguém que xinga por mim e se for preciso bate, que ama comigo e me apoia mesmo quando sabe que não vai dar certo, ela acredita que vou aprender. Eu tenho alguém que sabe seduzir e me faz rir vendo idiotices tão cotidianas, que me ensina que certos temperos não combinam, na comida e na vida, que me apresentou meu amor, um amor que eu não era capaz de sentir. Tenho alguém que sente ciúmes, mas que sabe que ela me têm também. Tenho alguém que é único pra mim, que é meu anjo, não por escolha, mas por se tornar, por vida e não vai ser qualquer coisa que vai nos separar, porque eu tenho alguém por quem vale a pena lutar, por quem vale a pena viver, por quem eu descobri que o amanhã pode ser melhor, se você estiver disposto a viver.
Guarde sua capacidade de rir descontroladamente de tudo. Eu, às vezes, só às vezes, também consigo. Ultimamente, quase não. Porque também me acontece – como pode estar acontecendo a você que quem sabe me lê agora - de achar que tudo isso talvez não tenha a menor graça.
E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.
O destino decide quem vamos encontrar na vida, as atitudes decidem quem fica.
Nota: Adaptação de um pensamento de Karen Gibbs.
Texto para uma separação
Olhe aqui, olhos de azeviche
Vamos acertar as contas
porque é no dia de hoje
que cê vai embora daqui...
Mas antes, por obséquio:
Quer me devolver o equilíbrio?
Quer me dizer por que cê sumiu?
Quer me devolver o sono meu doril?
Quer se tocar e botar meu marcapasso pra consertar?
Quer me deixar na minha?
Quer tirar a mão de dentro da minha calcinha?
Olhe aqui, olhos de azeviche:
Quer parar de torcer pro meu fim
dentro do meu próprio estádio?
Quer parar de saxdoer no meu próprio rádio?
Vem cá, não vai sair assim...
Antes, quer ter a delicadeza de colar meu espelho?
Assim: agora fica de joelhos
e comece a cuspir todos os meus beijos.
Isso. Agora recolhe!
Engole a farta coreografia destas línguas
Varre com a língua esses anseios
Não haverá mais filho
pulsações e instintos animais.
Hoje eu me suicido ingerindo
sete caixas de anticoncepcionais.
Trata-se de um despejo
Dedetize essa chateação que a gente chamou de desejo.
Pronto: última revista
Leve também essa bobagem
que você chamou
de amor à primeira vista.
Olhos de azeviche, vem cá:
Apague esse gosto de pescoço da minha boca!
E leve esses presentes que você me deu:
essa cara de pau, essa textura de verniz.
Tire também esse sentimento de penetração
esse modo com que você me quis
esses ensaios de idas e voltas
essa esfregação
esse bob wilson erotizado
que a gente chamou de tesão.
Pronto. Olhos de azeviche, pode partir!
Estou calma. Quero ficar sozinha
eu co'a minha alma. Agora pode ir.
Gente! Cadê minha alma que estava aqui?