Valente
Na insensatez despida dos poetas
No desequilibrio tolo dos sensíveis
Te encontrei
Me encantei por teus anseios híbridos
Me alimentei dos teus olhinhos tímidos
E gritei
Gritei calada em cada verso que escrevi
Loucura vã...
De me fazer ouvir.
No jardim dos teus olhos sou flôr rara
Sou jóia cara nos porões do teu ser
Sua deusa, seu ar, a luz que pretendes ter
Eu aqui imóvel,longe
Sem saber que rumo tomo
Sem saber achar meu prumo
Sou devassa, me entrego a ti
Sou casta, minha mão me basta!
SEMPRE
Quero você assim
Risonho, claro
Homem raro
Quero um querubim
Quero você sempre em mim
Em cima, embaixo
Qualquer lugar bem perto
Num vai-e-vem sem fim
Deita, recosta, toma pra ti o que é teu
Bate, maltrata, xinga
Pra que serve o amor se ele nunca doeu?
Agora você é meu
Vou transformar seu mundo
Tragar você num segundo
Como faço com minha verdade, ainda que tardia
Transformo tudo em poesia.
REPARTINDO OS BENS
Deixo pra você, não discos nem livros
Nunca dividimos nada físico..
Deixo pra você, não cabides vazios
Nem espaço na cama...
É tudo teu...
Pega pra você os sorrisos que eu te dei
O tempo que eu dediquei...
Leva..é tudo teu!
Fica com meus olhares, minhas caretas
Leva...eram teus mesmo.Não dava pra mais ninguém...
Só queria que você me devolvesse meus arrepios..aqueles, que sentia quando você chegava.Estão com você? Não sei realmente onde os perdi...
Comigo, aqui, seu,ficou só tua alegria, tuas bobagens; Mas já te aviso que não vou devolver
Ainda me fazem falta.
Ah! O teu silêncio ta aqui tambem.Uso ele todo dia pra esquecer você...
Sem beijos,sem medos, sem nada...
Faz assim...vai seguindo o fiozinho
Que vai dar no ninho
Que preparei pra ti
Faz bem de levinho
Que é devagarinho
Que se chega breve...
Faz só um segundo
Que eu te dou o mundo
Na ponta da língua
Vem do teu jeitinho
Que é pra você ver
Como isso tudo vinga...
Tenha medo não
Dá aqui tua mão
Que eu te ensino o caminho
Se eu to aqui contigo
Por que você insiste
Em fazer sozinho?
Segue o fiozinho
Que ele é o caminho
Da felicidade
Se a gente tem carinho
Por acaso, diz
Isso parece maldade?
A gente não tem tempo
Nem idade e o vento
É quem sabe a resposta
Se encosta aqui benzinho
Que eu sei direitinho
Do que você gosta....
Segue o fiozinho que ele te mostra
Ta?
No fio da faca eu afio meus medos
Enfio estacas, alicerço os segredos
Construo muros de seda tal qual camisola
E nos teus dedos minha alma rebola
Se sou brinquedo me guarda direito
Os meus defeitos, não conte a ninguém
Meu corpo suado,teu nome tatuado
Teu cheiro cravado no meu misturado
São teus por direito,não dou a ninguém
E se por ventura, faltar a candura
Duvidar da pureza que em mim você tem
Procura ai dentro, meu nome gravado
Com o fio da faca , com o lado do corte
Antes da nossa morte,por acaso, por um triz
Você vai me achar inteira, como ferida curada
Em forma de cicatriz.
DOIS CAMINHOS, UM ATALHO E NENHUM DESTINO.
Ele tomava sempre duas direções. A cada lugar que tentava ir encontrava uma bifurcação. Por vezes usava atalhos, pensando ter encontrado o caminho mais rápido . As vezes caminhava ao mesmo tempo por duas vias. Por vezes tomava o caminho mais longo, por ser o mais bonito, cheio de árvores frondosas, por onde o sol escapava e riscava no chão um traçado brilhante. Por vezes escolhia o caminho mais curto, sombrio e esquecia que atalhos na maioria das vezes são perigosos. Dizia que não se preocupava com o destino e sim com o caminho. Mas quem anda, anda sempre visando chegar...se não há destino escolhido, não há porque caminhar .. a não ser que seja so por admirar a paisagem escolhida. Contemplar os campos, assuntar os cheiros,se emocionar com texturas e cores. Há caminhos e caminhos e há que se ter cuidado porque existem caminhos sem volta. Tantas vezes seguimos o arco-íris que se faz desenhar no firmamento. Tantas vezes tomamos estradas só porque avistamos nela casinhas mal pintadas, com jeitinho simples , aroma de café fresco e tão acolhedoras. Ele nunca escolhe as rodovias de acesso rápido,seguras,que cobram tributos em forma de pedágio, mas que certamente sabem onde nos levam...Ele preferia não ter destino...andar a esmo, se embrenhar por vielas e caminhs escusos.
Mas ela não. Ela gostava de mapas...do certo, e, decerto, atalho não era.
Eram dois caminhos... e nenhum destino.
Porque é sempre no escuro da madrugada que as coisas se fazem claras.É quando se precisa de alento, quando se conta só com o vento, que podemos ver bem claramente, tudo que o outro "não" sente. Não vem do que se diz, vem do que se faz, a resposta. E eu, mera aprendiz na arte de entender mensagens subliminares, fico a deriva. Não sei ainda me doar sem pensar no retorno, no em torno. Não sei viver so de mim. Ainda. De verdade? Nem sei se quero aprender. Gosto muito da troca, do vai-e-vem, da generosidade não generosa. Escapo do rosa e viro roxa. Calo todos os meus "ais"...sei que mereço algo mais!
Márcia
Sinto com fidúcia a tristeza do quase, mas mesmo quando não vejo, o sol continua lá, irei morrer e estarei aqui, irei correr e estarei aqui, o vento irá passar e estarei aqui, as águas passarão e estarei aqui, vocês irão e eu estarei aqui, enquanto durar o sol, estarei por aqui.
E se eu porventura me perder me acharei aqui.
Quero contar uma história diferente,
quero contar uma história sorridente,
uma história que ocorresse com a gente.
Mas acho que ocorreu a muito tempo daqui,
numa cabeça muito diferente dessa aqui,
se não me engano numa Terra logo ali,
mas que de tão perto era como se não existisse.
As lembranças que jorravam me escondiam ali,
e de tantas tristezas as alegrias é que me levava
e levaria também a todos que fugiam de si.
Quero contar essa história como se fosse contos-de-fadas,
mas se fingir tanto assim a história logo acaba,
e de tanto sucesso seria como outrora, pirateada.
Mas essa história vem de uma época dourada,
vem de um tempo antigo que creio ser infinito,
contém mazelas pintadas em tons de destino,
possui nessa história muitas comédias,
delas fugir é impossível e ser feliz imprescindível.
Aqueles que fugiram não saíram do lugar,
aqueles que ficaram souberam bem aproveitar.
Mas penso que longe vou para perto me encontrar
e em um daqueles aproveitadores (da vida) me tornar.
Quero cantar uma história com tom de sinfonia,
quem essa música escutar ficará anestesiado,
por muitas razões os ouvintes sonharão,
por muitas razões os ouvintes viverão,
e nessa canção se identificarão,
e o sol no céu verão bilhar,
e uns aos outros amarão.
Quero contar uma história que não tem começo,
quero contar uma história que não se findará,
quero contar uma história.
Ivalente
Embú-guaçu SP Agosto/2006.
Se um dia fui domada pela paixão que arrasa, é por amor que hoje vou pra casa , onde sem pressa quero descansar.
Marcia Cardoso da Silva Valente
(mon Gloss)
Sejamos sempre essência, nunca
aparência, isso faz a diferença!
Sou talvez a visão que alguém
sonhou, alguém que veio ao
mundo pra me ver e que
nunca na vida me
encontrou. (¯*♥*¯)TEREZA(¯*♥*¯)
Covardia...
Nos últimos dias tenho presenciado dois tipos de
covardia: do forte que se aproveita do fraco para
dele tirar proveito e, ao mesmo tempo deseja tirar
proveito de alguém mais forte que ele e não ousa
fazê-lo, por medo. Em nosso dia a dia encontramos
muita gente que é valente diante de um fraco, mas
se encolhe diante de quem é mais valente que ele.
A covardia seja em relação ao fraco seja em relação
a um mais forte é sinal de fraqueza de caráter.
O corajoso, mesmo tendo um físico frágil não
foge de nenhum e tenta garantir seus direitos
através de argumentos que poderão ou não ser
aceitos por seus adversários. Mas tenta.
No raiar da alvorada no começo do roçado
Quando canta o zabelê tendo o dia começado
Me levantando da rede peço pra o nosso Senhor
Um dia de esperança na luta do sofredor
No sertão de terra seca tudo tem sua beleza
O valente pode ver mesmo não tendo certeza
Botar sentido na vida com o pouco que Deus dá
E lutar por quem precisa até a chuva voltar
O Paraíso
Eu tenho um paraíso muito lindo
Além de ser lindo é infinito
Um paraíso sem fruta proibida
No meu paraíso a tristeza é proibida
Paraíso que nunca existiu
Um paraíso lindo e formoso
Este paraíso é...
Meu coração!
CORDEL CEARENSE !
Quis montar um cordel
Pra mode ferecer o cearense
Se Home, muié, fio e donzela
Faz-se um cordel cearense
Cuscuz, tapioca na tijela
Buxada, carne seca, rapadura
Nóis, sertanejos com vida dura
Toicim, maxixe na panela
Enche o bucho de nossa gente
É pra mode nóis trabaiá
Nóis sumo do Ceará
“Eita povo valente”.
É preciso estar munido de uma alma forte, um coração seguro, e uma mente centrada, para oferecer sorrisos, em momentos que se deveria chorar.
QUATRO TIPOS DE CABRA
O fraco fica na escora
Pensando que não tem jeito
Pois não quer meter o peito
Nem fazer uso da espora
Parte do dia se escora
Fugindo da lida sua
Da verdade nua e crua
Que ninguém vem lhe ajudar
Ele que vá encarar
Botar a cara na rua
O covarde se espreme
Fugindo do que não viu
Se nada lhe atingiu
Vai vazando que nem creme
Até os joelhos treme
Verga que nem vara verde
A toda hora tem sede
Porque lhe seca a garganta
A acanhação é tanta
Que já se deita na rede
O astuto antecede
Procurando não errar
A ninguém quer aperrear
Fala que nada o sucede
Ao desatento precede
Porque ninguém lhe engana
Assovia e chupa cana
Mata a cobra e mostra o pau
Assume o leme da nau
Mostra a todos que é bacana
O valente quer vitória
Porque nada o detém
Sua bravura o mantém
Não dá a mão a palmatória
Tem força, mas tem memória
Lembra-se de quem caiu
A desilusão não viu
Porque luta pela vida
Não se escora na lida
E atrás do que é seu partiu.
As crianças são os únicos filósofos valentes. E filósofos valentes são necessariamente crianças. E é exatamente assim, como as crianças, devemos sempre perguntar: e depois?