Valente
O porvir
Cedo se fez o dia
pra que em seu transcorrer
ainda houvesse as manhãs
as tardes , as noites e as madrugadas.
Pequeno se fez o ser
para que em seu crescimentto
ainda houvesse a infância
a juventude e a maturidade.
...E na madrugada do dia
antes que um novo se fizesse...
na maturidade do ser
A gente se encontrou.
Será dia?
Será noite?
E antes que tudo finde
nasce o amor
que a tudo renova.
que faz do dia ..seu dia-a-dia
Precisa-se:
De uma gota de amor
pra mudar o mundo,
uma gota de bem querer
pra fazer um casal,
uma gota de honestidade
pra formar uma parceria,
uma gota de carinho
pra se criar um animal,
uma gota de orvalho
pra germinar uma semente,
uma gota de sensualidade
pra despertar uma paixão,
uma gota de camaradagem
pra se criar amigos,
e um rio
para conservá-los.
Sonhos
De que nos servem,
Se não nos ensinaram a realizá-los?
Sonhos que não se concretizam,
sao pesadelos diários.
E viver sem sonhar?
Vale?
Sonhos sem vida,
vidas de sonhos...
Sonhos vividos
Sonhos sonhados...
E a vida?
espera?
Caminhos- Parte II
Caminhos insólitos,
que embrenham matas
escalam montanhas,
atravessam rios e
corredeiras.
Caminhos insólitos,
que atravessam
a via Láctea...
Caminhos insólitos,
que penetram na intimidade
do ser,
que tornam públicos
os sentimentos,
que fragilizam a alma,
e que padecem o corpo.
Quisera eu permanecer
estático diante desses caminhos.
E que, por mais que indiquem
permanecer imóvel,
alheia a seus convites.
Quisera eu,
petrificar-me diante
da deusa
que magnetiza meu olhar,
que me escraviza,
que me faz ansiar
na busca dos caminhos..
caminhos insólitos...
Ah , o amor!
Andei na noite,
reli cartas
me doei...
Fiz de conhecidos desafetos...amigos de coração.
Nao adiantou muito.
Você está entranhado.
Criou raízes.
Profundas como as dos carvalhos.
Aí veio a chuva..que abalou a terra.
Varreu os campos.
Avassaladora torrente
que deixou destroços..
Árvores de pequeno porte foram varridas,
muralhas ruíram.
Mas os carvalhos...
esses ficaram incólumes.
Benditas tempestades
que fazem os carvalhos aprofundarem as raízes.
Fiz amigos, não para prendê-los a mim,
não sou regente de suas almas.
A mim, basta vê-los, lê-los ou ouví-los
Não há gaiola que os prenda
nem bajulações que os fidelize.
Fazer um amigo é apresentá-lo ao mundo
dividir suas qualidades
multiplicar seus contatos.
Quero-os bem perto para que veja o brilho dos seus olhos
e tão longe para sentir saudades.
Gaiolas :Doces Prisões
Redomas de madeira e ferro, que trazem beleza pelo que não representam...
Emblemáticas , as doces prisões, abrem as portas para o infinito...
Grades por onde brincam os ventos da liberdade...
e filtram as luzes do alvorecer...
Salas vazias, de vida, de tristes gojeios
lembranças de liberdade
doces prisões!
Estações da Vida
Chega um tempo
em que mais fugazes
são as primaveras.
Chega um tempo,
que que os invernos
da alma são longos..
Chega um tempo
em que os amigos
são outonais...
e às vezes seus frutos
não mais nos alimentam...
Chega um tempo...
em que as andorinhas
não fazem mais verão...
E nesse tempo...
o que nos conforta
é a lembrança do que fomos...
Geometria da vida : Motivos Ponto
A vida, assim como uma reta
ou uma curva
precisa de um ponto...
Aliás pelo menos dois pontos:
o ponto inicial
e os demais.
Parece óbvio...
Mas hoje eu percebo que tem mais
da matemática, na minha vida
que eu supunha.
Sou 100% subjetiva.
Hoje, talvez 99%.
Descobri relações na minha vida com a geometria.
Preciso de motivos, motivos-ponto.
Começo a traçar a reta
que às vezes se curva,
da minha vida.
Preciso sempre divisar um motivo-ponto
pra seguir adiante.
São traços curtos
porque eu não quero viver tudo de uma vez.
Poupo.
Motivo-ponto pra cuidar do cabelo.
Uma festa, talvez.
Motivo ponto pra ganhar aquele contrato:
contas e mais contas a vencer.
Motivo-ponto pra escrever:
Uma tristeza, uma incerteza, um sonho.
E assim vou fazendo o traçado da minha vida.
Percebo agora,que traço mais curvas, que retas.
E me pergunto:
-O que eu espero encontrar no fim das curvas?
prefiro a incerteza da curva,
á realidade visível das retas?
Só o traçado final dirá.
Erga seu castelo
em muitos pilares.
Que apenas um, seja
o do amor.
Ventos virão
e vão abalar as estruturas.
Sêde firme nas suas convicções.
Dê a cada pilar a importância fracionada.
Divida seu peso
não sobrecarregue nenhum.
Enriqueça os alicercers do pilar amigos
com pequenos mimos de carinho
e atenção.
Aprofunde as raízes do pilar profissional
com a capacitação
E regue todos os dias o pilar do amor...
Voar
voar pra dentro de si mesmo
voar pra longe do seu eu
voar como quem quer partir..
voar como quem quer chegar...
vôos razantes na essência do ser
vôos distantes das misérias humanas.
Voando leve como as borboletas
voando veloz como os gaviões
De flor em flor, com o beija-flor
solitário como as águias
Voar em busca dos verões como as andorinhas
Voar sem asas no inverno dos pinguins.
Voando em conjunto com as abelhas
e em vôo suicida do zangão.
Voando errante
até que nos recolham as asas.
Amor & Paixão
Paixão é amor novinho...
que fica inseguro
que toca a face
e retoca a alma.
Paixão é viver
todos os dias de uma vez.
É sofrer sem medida
e na medida da dor
se alegrar por pouco.
Paixão é amor
que não quer crescer
e crescendo arrebata
o corpo e entorpece os sentidos.
Amor é paixão velhinha...
que anda devagarinho
e fala baixinho.
Amor é paixão
sem choro,
sem pressa
que empresta e doa.
Na dança das cadeiras...
sobra ela, sobra eu
quem sai nao volta...
e quem senta não dança.
Na dança das cadeiras...
quem não roda, perde
e se perde não dança
Dança eu, dança ela
perco eu, perde você
quem tiver vontade,
dança
quem não tiver,
se levanta
No embalo do amor
eu adormeço
no embalo do amor
eu me perco...
pra me encontrar
eu embalo,
abalo,
afago,
e faço chover!
Para quando o amor chegar
Eu me vestirei de branco
para quando o amor chegar.
Ele vem de vermelho
em total paixão
que consome o corpo
sem queimar a alma.
Transmuta-se em mil cores
nas incertezas da convivência
ora tudo azul
ora na ira dos violáceaos...
Uma vez verde
nas esperanças
Outras em amarelo nos desespero...
perfumado e doce
em nuances de rosas
quentes no ocaso.
Eu me vestirei de branco
para quando o amor chegar.
Ele se demora no arco iris
faz volta e meia
na paleta da vida
e enfim
para alguns poucos
desbota-se do vibrante
dos tons...
e calmo, e manso
torna-se alvo...
Enfim...é o amor!
Eu quero me cobrir de trapos
fazer barracos e ser feliz
Eu quero me despir das sedas
desalinhar os cabelos e fugir
Eu quero vencer meus medos
sem atropelos despir-me de mim
Eu quero abandonar os saltos,
pisar na lama,
correr o mundo,
cantar bem alto,
sonhar meus sonhos antes de partir..
Mora em mim um coração errante e sem porto, cuja nau veleja ao sabor das ondas. Mora em mim uma vontade enorme de aportar segura meu coração no seu. Mora em mim anseios de liberdade e desejo de aconchego.
Sêde pois como as borboletas... que não causam danos por onde passam. Tiram seu sustento enquanto dançam, embelezam
Planta-se um amor em terra fértil e boa. Dá-se forma, cuida-se. Na germinação cuidados e mimos. E a colheita, será farta.
Viver é isso. Gritar bravo mil vezes e chorar outras mil vezes. Não tem receita que ensine, nem vocábulos que expliquem a dor de perder-se... porque acredito que um amor não se perde... perde-se a si mesmo...por amar...E acredite ... vale a pena cada lágrima. Chega um tempo, em que mais feliz, foi quem mais sofreu... pois cresceu. Amores são construções...não perenes, nem frágeis...Apenas construções...