Vaidade
"O temerário é o imaturo que se arrisca demasiadamente – seja por vaidade, seja por ignorância, seja por medo".
A vaidade, o imediatismo, a eterna incompletude e insatisfação humana, bem como a busca incessante pela felicidade, são ingredientes fundamentais para que a publicidade e o mercado consumista vendam seus produtos.
É necessário cultivar serenidade para escapar dessa lógica capitalista.
A vaidade obsessiva, vida vivida para os outros, refém da busca incessante por validação externa e da encenação, resultando no esquecimento de si.
A vaidade compassiva, valorização de si, sem negligenciar relações genuínas, promovendo o bem-estar, o equilíbrio na vida.
Comparações
Na vida, somos envolvidos em comparações. Pela vaidade, menosprezamos os menos afortunados. Pela inveja, repugnamos os mais privilegiados, num ciclo eterno de insatisfações e contradições.
Narcisistas, julgamos sem permissões, rotulando os outros com todo desatino. Ambicioso é quem nunca se satisfaz, acomodado é quem com pouco faz.
Cegos nos afetos, esquecemos as razões, que, para além das comparações, encontra-se a verdadeira paz.
Na contemporaneidade gradualmente, a vaidade emerge como uma virtude, uma vez que a exposição constante de aspectos triviais da vida cotidiana nas redes sociais é celebrada como um símbolo de orgulho.
A propagação de detalhes efêmeros, como a rotina matinal ou as aquisições pessoais, é promovida como demonstração de autoconfiança e autoimportância.
Essa tendência sugere uma mudança na percepção coletiva, na qual a humanidade passa a atribuir significância a eventos triviais, reforçando a ideia de que a mera existência é suficiente para afirmar a própria relevância.
A constante necessidade de aprovação alheia também deriva da vaidade e das idealizações exageradas acerca da vida.
No entanto, assim como não temos a obrigação de corresponder às expectativas dos outros, eles também não têm a obrigação de corresponder às nossas.
Ademais, ninguém é capaz de suprir as demandas infinitas da insatisfação humana.
Muitos problemas decorrem do egoísmo e da ilusão de que os outros nos devem algo, como uma espécie de aprovação eterna e amor incondicional, que talvez ninguém possa oferecer por completo, pois todos nós temos limitações, dilemas e mistérios em nosso inconsciente.
Vergonha como sintoma da vaidade, revela um narcisismo oculto na busca constante por aprovação do outro.
Vaidade que nasce do zelo pela excelência enobrece; a que vem da soberba, ao menosprezar o outro, empobrece.