Vai Ficar na Memoria
Que se libertem os suspiros. Desprendam-se das mágoas escondidas nos labirintos da memória. Deixem-se levar pela brisa de um momento de paz que reside no vosso interior. Aterrem no cerne da vossa elevada autoestima. Sintam-se Seres evoluídos de Felicidade.
Na minha queda, gravei na memória quem estendeu a mão e quem, com frieza, me empurrou ainda mais para o abismo.
Retinas e vidraça
O dourado do pôr do Sol ficará retido em minhas retinas e memória.
Todas as imagens juntas.
Desde que nasci, ainda menina,
Sentava no chão e, ao pé da cama de meus pais,
privilegiada visão do todo me invadia.
Olhos fixos na vidraça e muito além,
Sob o astro rei que reluzia -
eu confirmava, ainda pequena:
__ É redondo como uma laranja; enorme como o fim do mundo e o começar dos tempos!
2021
Última visita
Dedicado à memória de minha tia Lea (*)
Em férias na Colônia dos funcionários públicos localizada na cidade de Amparo (cidade em que nasceu a família Giovanni Fratini - para os íntimos, João Arquimedes Fratini), dirigi-me à cidade de Campinas para encontrar minha irmã Marisa e, assim, realizar uma visita à tia Lea, que se encontrava muito enferma.
Foi a última visita, ocorrida durante um verão causticante que, apesar dos estragos, desejava-se chuva forte o tempo todo.
A viagem foi calma até chegar ao local, à casa que desconhecia. Somente o coração ia apertado, pois já sabia que seria a última visita. Se lembro corretamente, há oito anos não nos víamos. Eu só tinha as informações passadas pela minha irmã Marisa.
Relutei em ir visitá-la, pois sua doença me faria voltar no tempo e a me deparar com minha mãe, com meu avô e comigo mesma.
A morte das pessoas que amamos tem esse poder: fazer-nos refletir sobre o nosso destino, a nossa sorte e a nossa própria morte.
Preparei-me tanto para esse encontro que, devo dizer, não fiquei chocada, apesar de não mais reconhecer a minha tia.
Fisicamente ela não era mais a Lea Fratini. Mas havia mais que a sua parte física ali presente: pude reconhecer o seu tom de voz, os seus trejeitos, a sua aura, seus verdes olhos e relembrar da minha infância.
Foi com ela que aprendi a andar de bicicleta, a cair, a me levantar das quedas, a saber que as moças namoram e se casam, da meiguice e beleza femininas e quão complicada é a relação de subserviência das mulheres com seus maridos.
Apesar dos oito anos que não nos víamos, sempre a encontrava em meus sonhos, na sua antiga casa onde a avó Telesphora morava.
Observando o ambienta da casa de Campinas, impressionou-me mais o sofrimento estampado no rosto do marido, o tio Altemio. Tão abatido, que dava dó!
A tia ficou feliz com a presença de suas duas sobrinhas e pôs-se a contar parcialmente o sucedido com sua doença, uma triste história de descuidos médicos, da falta de um olhar profissional e mais humano.
Sucedeu que, a má digestão e as dores de estômago que sentia, não era caso de orientar a comer bagaço de laranja para ajudar na digestão, como o médico erroneamente recomendou... Calada, traço comum das mulheres Fratini, demorou para perceber que os bagaços não ajudavam, dando-se conta, mais tarde, que o caso era pior do que o imaginado por perceber que suas dores só pioravam...
Atendida na UNICAMP, por médica conhecida, seu caso foi encaminhado para cirurgia, mas não informaram minha tia sobre o real estado da doença que a acometia... Durante a cirurgia, os médicos perceberam que já era tarde demais para quaisquer intervenções, pois o câncer que a acometia, assim como ocorreu com meu avô, seu pai, havia se expandido pelo sistema digestivo. A equipe médica, então, resolveu cortar as ligações nervosas para que ela não tivesse muitas dores...
Toda essa parte da história foi contada por meu tio e primos, pois ela desconheceu a doença até a sua partida deste mundo.
Voltando à visita... Ela estava extremamente magra e reclamava, dizendo que não conseguia comer quase nada e não entendia o que estava acontecendo com ela, pois não tinha apetite e emagrecia a olhos vistos. Confiava não ter algo mais grave porque não sentia dores...
Seus olhos resplandeciam como dois faróis verdes a nos suplicarem por informações da doença... e nós, suas sobrinhas, respeitando a decisão dos familiares, dizíamos que tudo deveria melhorar mais adiante...
Doía o coração ver aquela linda mulher, uma das mais bonitas que já havia cruzado meu caminho, definhar daquele jeito...
O calor de cerca de 35º nos derrubava. Suávamos a olhos vistos. Nossa tia também. Suava e se abanava o tempo todo. E aquele derretimento de líquidos nos assustava, dando-nos a impressão de que toda a energia de nossa tia fosse sendo eliminada em nossa frente.
Ela pedia água gelada, algo que a fizesse refrescar... Seus olhos, o órgão mais lindo e comunicativo que possuía, implorava-nos!
Eu e minha irmã não sabíamos o que fazer. Ajudávamos abanando-a também. De repente, nossos olhos se cruzaram e surgiu uma ideia do gênio antigo da garrafa:
__ Sorvete de limão! Sorvete de palito de limão!
Propusemos essa ideia à sua decisão. Imediatamente ela aceitou. Seus grandes olhos verdes cintilaram.
Saímos correndo, então, em busca da padaria mais próxima para comprarmos os deliciosos sorvetes de palito, sabor limão.
Felizes com a ideia e com o achado, compramos vários palitos e voltamos em disparada para a casa de nossa tia, que nos aguardava, ansiosa, para tomar todos os sorvetes que conseguisse.
Foi uma festa abençoada!
Tia Lea, enfim, conseguia comer. Melhor, degustar algo fresco, gelado, azedinho e doce, remetendo-a a velhos tempos em que tudo podia comer.
Seus olhos brilhavam de prazer e agradecimento pela ideia e pela oferta!
Provavelmente, este tenha sido seu último regalo, pois, semanas depois, nossa tia nos deixaria, retornando à Casa do Pai Maior, ao plano em que todos nós, um dia, voltaremos para nos reencontrarmos – se permitido for.
Foi uma visita difícil, mas alvissareira. As almas se encontraram e partilharam suas lembranças, o amor existente entre elas e a sabedoria de que, nesta vida, tudo passa e outros mundos aguardam-nos do outro lado de fronteiras invisíveis, pois nossos carnais e mortais olhos ainda não sabem vislumbrar este mundo daquele outro mundo, o verdadeiro.
Na partida dela deste mundo, eu e minha irmã sabíamos que, minha mãe, com certeza a aguardaria, pois desde jovens combinaram de morarem juntas na velhice, mesmo que fosse em alguma casa de repouso, dada a irmandade que as unia como cunhadas.
Boa viagem minha tia. Um dia nos encontraremos novamente.
Da sobrinha que jamais a esquecerá, Hidely Fratini,
Janeiro de 1996.
(*) Relato em parte realizado através da memória da sobrinha que este artigo escreve.
Nesse momento, a felicidade esta instalada em meu coração...
Creio eu, que ela veio de "mala e cuia", veio pra ficar.
Não lhe desejo somente hoje. Quero-lhe na sexta à noite ao som de um bom e vivo Rock’in Roll e aos domingos a tarde para comer pipoca no sofá. Vou te escolher para fechar o zíper do vestido que está apertado e para lhe arrancar um sorriso do rosto quando me ver toda linda só para ir a festa com você. Se eu realmente lhe escolher, não é para que substitua ninguém, mas, para ser o meu único alguém. Peço que, quando eu lhe escolher, você se comprometa a ficar bem aqui, no lugar onde você nunca deveria ter demorado a chegar.
Mas uma noite e deito e só consigo pensar em você, penso em como serei capaz de te esquecer, quanto mais tento convencer-me que não podemos mais ficar juntos, mais me convenço que a quero agora, que a quero sempre, mas a recíproca não existe, terei de conformar-me, porque de esquecer, eu já desisti!
Nesse meu vazio eu vou ficar,
Nas recordações da saudade eu vou te Amar E Te beijar,
Eu perdi a noção do tempo, já faz muito anos sou
Um refém do meu sentimento que existia e a saudade
Disfarçada no sorriso não me faz tão bem
no meu coração peço
Fantasias de um adolescente,
novamente mais a saudade me
mata de amor, saudade
Impossível ser diferente
sem pode apagar o luto no meu coração
Tudo que passou entre avida da a gente.
INSCRIÇAO - 28.37.32
Autor Moises da vitória ribeiro
Se eu te pedir em namoro você deixa de ficar solteira, se você aceitar eu prometo que deixo de ficar solteiro também.
Estou com medo de alguma coisa, só não sei o que é. Estou com a sensação de que corro perigo, que a qualquer hora vou morrer. Os músculos da minha garganta parecem que estão sendo pressionados, sinto dificuldade de respirar, meu estômago está irritado, sinto meu peito gelar. Ontem,tive dificuldade para dormir por mais que o cansaço e o sono estivessem presente. Quando pegava no sono sentia minha respiração ficar lenta e difícil. Parecia que estava morrendo. Estou com muito medo. Estou com medo agora. Estou com vontade de chorar, mas não posso e nem quero. Tenho que ficar bem.