Vai Ficar na Memoria
Tem muita gente que tem orgulho de mentir muito bem - são pessoas criativas, com boa memória e algum poder de persuasão sobre alguns. Admiráveis são aqueles que com a coragem que nasce da força de caráter, independente das condições adversas, dos interesses, dos riscos, se esforçam todo o tempo para dizer a verdade e ser honesto em suas relações... Trabalham com a premissa de que a confiança é edificante e de que sem ela nada se sustenta.
A lembrança é a memória viva de algo, ou alguém que já morreu, mas vive dentro de nós, naquele cantinho chamado saudade.
É…a perda de memória, quase me matou, mas os flashes sufocam-me …
Mas , sinceramente, a diferença não é assim tão grande…
De acordo com os dados da minha memória eu não fiz nada de errado. E se eu fiz algo de errado eu estou com amnésia. E se eu estou com amnésia, isso é meio preocupante, porque eu ainda nem fiz 20 anos.
Em minha memória o filme da nossa história.
Em minha memória o filme da nossa história, que faz meu coração bater no ritmo da melodia chamada felicidade. Vejo passar as cenas mais belas, mais lindas de uma breve vida vividas com muita intensidade, em muitos momentos de amor. Quero guardar comigo segredos que só a nós pertence, é assim que eu quero reverenciar tua memória, não deixarei que a dor da perda me faça perde-lo duas vezes, mesmo sem tua presença física te sinto presente, em espírito e é tão forte que se torna real mesmo não sendo palpável. Há! Meu raio de sol, eu te sinto na magia de todas as manhãs orvalhadas que me ilumina, assim como teu amor iluminava meus dias, eu te sinto no toque da brisa leve a acariciar meu rosto nas tardes de verão. Eu te vejo, eu te sinto em cada estrela, nas madrugadas insones nessa falta de ti, eu te sinto no toque da alma. E assim eu prefiro pensar que você não é minha saudade, mas é só um coração que está distante e que vem com a chuva que cai e irriga meu coração de amor e o faz viver, enquanto espero me unir a você no além.
Jalcy Dias
REMINISCÊNCIAS
Muitas coisas, meu Deus
Pretendo guardar no coração,
Salvar na minha memória e arquivá-las
No pensamento, para que um dia minha história
Não seja, meticulosamente, arremessada
Ao vento.
Não permita, meu Deus
Que eu perca meu tino, com o tempo
E apague os dados relevantes da minha memória!...
Não deixe que eu mesmo, um dia, venha riscar
[As palavras] que formam, fidedignamente,
A narrativa brilhante da minha história!...
Não permita, meu Deus, que um dia
Eu seja um [ser inexistente], eternamente!...
AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro
Minha memória reprisa você tal qual uma tela
Sou a chama da vela que quase se apaga com o sopro do ar
Se volto ao passado, reviros guardados, um tanto inseguro
Por saber de verdade que neste presente você não está...
Viver é a arte de tornar imortal na memória os momentos de felicidade consigo e com as pessoas que te amam.
O Estado do Rio, no geral, é um Estado sem memória. Chega, às vezes, a ser ingrato com os que aqui viveram e ajudaram a progredir e projetar seu valor cultural. Não fosse o trabalho de um pequeno grupo de escritores com acesso aos jornais locais e alguns destes repórteres, muito dos homens notáveis que aqui viveram já estariam esquecidos. E quando me refiro aos notáveis, não quero falar dos que foram importantes para fortuna que souberam amealhar, graças aos bons negócios realizados, ou aos bem-sucedidos na política, que são os dois caminhos mais curtos para projeção social e a glória atreladas às homenagens póstumas consequentes. Não. Embora reconheça que muito dos nossos homens bem sucedidos em atividades lucrativas fossem merecedores de homenagens pelos atributos pessoais que possuíram e apesar de não fazer qualquer restrição aos políticos que se destacaram por seus méritos pessoais, não são eles, repito, o alvo dessa observação. Com o que não me conformo é com o esquecimento habitual dos prefeitos, deputados, e especialmente dos vereadores, com relação aos que se destacaram pela cultura, pela inteligência e, sobretudo, pelo amor que demonstraram ao Rio, seja transitando pela Serra, pela região dos Lagos, por Niterói ou na própria capital. Não quero citar muitos exemplos pois faltaria espaço para tanto. Porém, gostaria de chamar atenção para alguns nomes que encontrei nos escritos do meu avô, bilhetes recebidos de amigos de escrita e trabalho, fiquei bem curioso e descobri nomes hoje que praticamente não existem, se contrapondo com o que eles representaram, cada um à sua época para o nosso estado. Vou citar apenas as coisas que encontrei e que me deixaram mais acesos, pois não quero incorrer em falta quando tento apontar os amnésicos homens de bem. Encontrei nessa caixinha obras e bilhetes trocados com Lacerda Nogueira, quase esquecido Lacerda. Lembro quando era pequeno que meu avô sempre falava do amigo Lacerda. Agora, lendo os papéis que encontrei no seu antigo quarto, esse Lacerda merecia uma alantada biografia pelo muito que fez pelas letras fluminenses, com seus primorosos livros, artigos e conferências, sempre tendo em mira divulgar as preciosidades histórias do estado, principalmente no Rio e em Niterói. Num dos bilhetes, meu avô o chamava de paciente e meticuloso, quando escreveu (também achei esse livro aqui - e fico triste que quase nada está na internet) "A escola normal mais antiga do Brasil". Na época, recebeu da crítica os melhores elogios. Nesta obra, além de interessante e notável descoberta, demonstrou, também, seu cuidado em apontar os homens ilustres que preparavam os excelentes professores para cursos mais doutrinários. Outro livro dele que achei nas coisas do vô e que tem um nome gigante foi "A Força Militar do Estado e as origens da corporação. Serviços somente para paz e heroísmo para sociedade". Sobre este livro, achei uma troca de cartas entre meu avô e Levi Carneiro, que dizia ao meu avô: "Li, com real prazer o pequeno em benfeito histórico da força militar no Rio. O trabalho do nosso colega é um novo documento pela paz, um novo documento da sua operosidade profunda e do seu devotamento esclarecido às coisas do nosso Estado". Descobri nesta caixa Oliveira Viana, outro fluminense ilustre na sua época, que eu nunca havia escutado na faculdade. Grande sociólogo, assim manifestou ao meu avô com relação ao mesmo livro que meu avô indicava: "Li-o com o prazer, o proveito e a simpatia intelectual que me suscitam sempre os labores da sua inteligência e cultura.. Eu já estou de há muito reconhecer e admirar a força do seu talento; não me surpreendem mais as amizades que faz indicando os livros dos seus novos amigos da academia; não surpreendem mais as demonstrações frequentes da capacidade de trabalho de vocês e, especificamente, do seu senso de investigador. Este ensaio é tão excelente pela sua probidade histórica e pela invocação artística, que não me dispenso de dizer nesta minha impressão cheia de admiração e aplausos". E, mais adiante: "Não basta estudar a história do seu grupo, meu amigo, vocês mostram que faz-se preciso estudar as instituições; só assim será possível grande serviço às letras do nosso grupo fluminense e também às letras históricas do nosso belo País." Mas Lacerda não ficou só nesses valiosos livros, publicou mais: Bibliografia Pitorescas; Elogios de Saldanha da Gama; História Literária dos Fluminenses; A Província Fluminense; Os Fluminenses na História do Brasil. Infelizmente, pelo que sei do material do meu avô, só divulgados em comunhão às mesas dos concursos de trovas e poesias que promoviam no Clube da Literatura e na Academia Brasileira de Letras. Encontrei poucos destes resumidos em arquivos do jornal O Globo. A origem da própria da Academia Brasileira de Letras, da qual foi secretário, foi por ele divulgada em artigos que achei pela internet num Volume 10 da Revista AFL. E como pude notar, sempre apregoando, de forma brilhante, Niterói, Friburgo, o Rio, e por aí vai. Encontrei bilhetes que trocou com meu avô e Armando Gonçalves, outro grande talento, e demonstrou sua capacidade de historiador quando contestou Nilo Bruzi na questão do local do nascimento de Casimiro de Abreu, quando escreveu artigos sobre o tema em parceria com meu velho. A par disso tudo não posso deixar de incluir neste pequeno perfil do Lacerda Nogueira a sua excelente qualidade de narrador quando proporcionava, aos amigos (a melhor parte que encontrei) bilhetes escritos em mesas de bar que mandava o garçom entregar para os próprios amigos boêmios que com ele estavam sentados à mesa, na Lapa. Eram interessantes ocorrências da vida, entremeando, aqui e ali, amostras do seu talento e iniciando debates, prelecionando em todas as oportunidades. Paro por aqui. Deixo para quem tiver o engenho e a arte que me falta, a tarefa de explorar outras facetas da sua cativante personalidade. Me avisem sem algum de vocês descobrir algo! Prefiro, agora, apontar a falta de memória das cidades e dos seus vereadores do Rio, de Niterói, de Friburgo, deste Estado. Esse homem ilustre, esse escritor notável que perpetuou, principalmente em três trabalhos as histórias da Academia Brasileira de Letras, da Escola Normal mais Antiga do Brasil, e da nossa gloriosa força pública indiscutivelmente - três motivos de orgulho para qualquer escritor dessas cidades - não mereceu até hoje sequer uma sala com seu nome em qualquer destas cidades. É possível até que da biblioteca da própria Academia Brasileira de Letras conste seus livros e sua história. Mas, de resto, ingratidão, amnésia e ignorância; qualifique a gosto quem quiser; apenas lamento. Nome em ruas seria pedir muito. Nós, friburguenses, niteroienses, cariocas, já nos habituamos a denominar ruas com nome de pais desconhecidos de pessoas influentes; de filhos desconhecidos de pais importantes, de negociantes estrangeiros sem qualquer expressão e que só fizeram enriquecer nestas cidades, mas que em nada contribuíram para a coletividade, enfim, homenagens encomendadas por gente orgulhosa e bajulável. Isso tudo me fez lembrar a Bíblia, em Gênesis, 11,4 (outra obra prima da literatura), que diz: "Celebremus nomen nostrum", ou seja, "Façamos célebre nosso nome." Só que lá a narração termina com um castigo; aqui a história se repete infinitamente.
Eu sempre soube que você era diferente, que era aquele que ficaria na minha memória, de uma forma única, que não tem como não levar para sempre. São pessoas como você que nos fazem dizer: obrigado por existir.
Eu sou mas o que sou ninguém se importa ou conhece,
Meus amigos desistiram de mim, como uma memória perdida.
Sou o consumidor das minhas próprias mágoas.
Elas ascendem e desaparecem em chão estéril,
como sombras em dores delirantes de um amor sufocado.
E ainda assim eu sou, eu vivo
Há em mim uma gota de sorriso, um brilho no olhar, uma música na memória que está sempre a tocar, há meu amor conto as horas para em casa chegar, sentar na varanda e te namorar ao luar, falar com as estrelas e contar que só por um milésimo de segundo te amei e fui tua...
Cantiga
Te amar,
é como uma cantiga de ninar, não é necessário
a memória forçar,
na ponta da língua ela já está.
Não há tempo ou hora para isso,
sempre que tudo for propício, o amor sempre será
o motivo certinho,para se viver esse eterno carinho.
És o meu canto de ninar,
e eternamente em minha memória o terei.
Haverá sempre o tempo certo, para que eu continue,
o meu amor por ti, cantar.
Roldão Aires`
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
caminha a memória por pedaços de recordações a querer esquecer a fuga irremediável dos dias, cativa da busca do sonho ...