Vago
Poemas Caseiros
Escrevo poemas em casa
Durante o Tempo vago
Os preparo com muito amor
Como se prepara uma refeição
Os poemas saem do forno
E os sirvo com carinho
Tentando agradar a todos
Com uma variedade de sabores
Sabor de Paixão, amor e alegria
Também tem de saudade, tristeza ou melancolia
De algum deles você irá gostar
Pois terá o sabor que você necessitar.
quisera eu, quisera
acabassem os dias de espera,
em que vago nas noites, feito pantera
pudera eu, pudera
fazer do tempo quimera,
matar solidão a paulada, a megera!
quem dera
recuperar tua amada,
que eu era
Por onde andei não me recordo, o que falei já me é vago, o que vi, se tornou um borrão, e as dores, à as dores, estas ainda estão comigo, cada dia mais fortes, agonizantes e companheiras
Permissão
Até permito que cometas o vago pecado
De não me perceber sempre ao teu redor,
Pois de todos os males, eis o menor,
Aquele que já se consuma perdoado...
Deixo que sorria a ilusão do pseudoamor,
É notório o prazo do teu sorriso,
Te seguras num falso compromisso,
Se faz caça em selva sem caçador...
Permito que te enganes ao relento,
Permito que se deslumbre enquanto vive,
Permito que seja escrava, seja cativa...
Pois em minhas mãos o teu pensamento
Vai curvar-se ao que sempre tive:
Ao amor que se inventa e se cultiva!
(jOnnY MaCk, 16.02.16 20:03)
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora
Vago
O vento sopra lá fora
fazendo melodia
de saudades no peito.
As nuvens correm no céu
desenhando sua partida e
anunciando o seu adeus.
Meus pensamentos soltos ao vento
voam livre
a procura de um lugar
e em nostalgia ficar.
... vago nas lembranças
de doces momentos
do nosso querer
que se perdeu no tempo.
No mesmo instante,
rola da face uma lágrima
para selar a nossa poesia
que ficou inacabada.
METADE
Sol de meia noite,
meia lua em meio dia.
Vago em meio devaneio,
meia luz em tarde fria.
Vou e volto, volta e meia,
não consigo te encontrar.
Meio triste, meio solta,
busco a luz do teu olhar.
Quantas noites meio calma,
meia volta tento dar,
desta dor que me derrota,
não consigo me livrar.
Vou seguindo meio morta,
meio viva ainda estou,
o meio amor que tu me deste
era pouco e se acabou.
Coração!
Coração não iluda minha visão,
Fazes um pensamento vago, cotidiano,
Revivendo, sonhando, pregando e relembrando!
Tenha do de min coração
Não sou mais do que sou!
Deixa apenas o que sou!
Coração, tem mais consciência
Não simplesmente te atires
A primeira que veres sorrides!
Ah! não tem jeito não!
Esse estupido coração!
Pensa e ajê por emoção!
O que mais irei fazer!
Só choro e a culpa, pertence a você!
Deixa min assim,
Não vivas mais,
Morre, morte,
Anda não levanta
quebre como vidro
cuja o qual sofre pressão
não mais min iluda
Ah! pobre coração!
O vazio que sentimos,
não é falta de sentimentos...
É o excesso transbordando,
deixando vago por dentro.
O CORVO
Vago por entre os túmulos que me fitam com seus olhos de mármore
Sentindo a chuva que perfura a carne e sangra a alma
Tornando o dia cinza
Reflito assim sobre a morte
Transformo todo vão pensamento ou cada tétrica palavra em sonetos sombrios
E as escrevo com imagens em minha mente
Os homens de outrora vagavam como sonâmbulos
Desprovidos da leveza do espírito
Reclamões, céticos e agnósticos.
Cuspindo discursos doentios nos ouvidos mecânicos da laica classe operária
Agora jazem em silêncio sepultados
Não mais desejam, não mais sussurram, não mais amam, não mais sangram
Silêncio
Consegue ouvir?
Um corvo me olha imóvel sobre as pedras
Olho para as lápides e procuro por homens
Não os vejo
Penso em mim quando eu já não mais existir
Outro alguém procurará por meus olhos?
Desejará ouvir minha voz procurando respostas?
E assim como eu agora só ouvirá uma resposta
Morreu...
"Anoiteceu...desejei te abraçar e num vago toque do seu corpo com o meu;"tocar nesta linda obra de arte!".-,(VEM,...realiza!), sobre a sua ou sobre a minha barra de leito...vamos compor o seu suspirar com o meu e cantar o som da felicidade."
Era um caminho. Aberto. Vago. Alheio.
Pesava sobre meus ombros posses, abstrações.
Não há setas, bússolas, perdões.
Não há um destino, mas vários ou nenhum.
As pegadas dos últimos passos, eu vi adiante.
Que garantias isso me dá?
O que é o destino se não a morte?
Caminho em direção a ela?
E eu tentei ver nas réstias do horizonte onde dará.
Dará na última pegada, ao cair numa armadilha.
E o que será adiante se não um ponto de vista?
20 anos e os ombros pesados.
A dificuldade de se desvencilhar…
É preciso estar leve pra escalar montanhas.
Um dejá vu. Me pergunto se já estive nesse ponto
Ou se os pontos se repetem gradativamente.
Talvez a natureza não seja tão criativa.
Parece que o ar se torna cada vez mais rarefeito.
Ou eu me sufoco com meus próprios ombros.
Fui tirando pedaços da bolsa. Um apelido, uma mentira...
Alguns pedaços saíam com muita dificuldade,
um chiclete grudado aqui e ali.
No final… no final… estava leve?
Mas afinal alguma coisa permaneceu, aguada e inconsciente
e essa coisa afinal sou eu?
Havia um vazio pesado. Como o ar rarefeito.
Como a melancolia que inunda os domingos.
Um cemitério vazio encharcado de medo.
Afinal, quando acabara já estaria acabado?
O mais se temia já teria se adiantado?
Não sei o que eu era e o era um estado de mim.
Nem ao menos sei a diferença.
Sei que quando chegar a hora
a hora já terá passado.
Tão lógico e paradoxalmente.
Pela noite escura vago...
E um ar impuro trago...
Teus cabelos não mais afago...
A solidão me leva a um profundo lago...
Meu coração sofreu tremendo estrago...
Só o tempo vai me tirar essa sensação de náufrago!
Pedro Marcos
sonho vago temor
além das consequências,
o vicio nas concordâncias,
sendo o frio da alma,
tão simples quando
a dor no coração,
muitas angustias
são defendidas pelas
passagens do destino,
sou apenas um espectador
sem um destino,
somente mais um dia entre tantos,
dilemas que terroriza,
mesmo assim tudo soa profundamente.