Vácuo
À volta de mim, o terror e a morte…
olhares de medo
fixos na imensidão do vácuo
interrogam-se mudos
inquietos…
dolorosamente pensam na razão
de tal sofrer
Mas não choram porque o pranto
se esgotou há muito
neste inquieto viver
Ah! Se eu soubesse ao menos rezar…
Rezava por ti
ó homem verme, tirano e sádico
que por prazer destróis;
Rezava por ti
ó governante ganancioso e brutal
que o mais fraco aniquilas;
Rezava por ti
ó deus, que já nem sei se existes,
pela geração que criaste
e abandonaste
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Eu sou um silêncio, a inércia do universo, o vácuo, reverso ao som, O que é o silêncio? Um milagre? Pra alguns um dom.
Posso ser tudo, mas sou um nada, sou um silêncio, nada além de uma possibilidade, complexo de entender, sou um nada, mas sou uma possibilidade, realidade abstrata, nada mais retrata senão a confusão, do nada, do silêncio. Sou um silêncio, sou algo, mesmo sendo nada.
Estou me sentindo no meio do vácuo, no deserto sem ninguém, sem algo para poder suportar o que está dentro de mim, estou até sem palavras pra dizer o que sinto. Só queria que me entendesse o motivo de querer você do meu lado, posso não ser aquilo que você espera, mas tendo você do meu lado posso me tornar uma pessoa até melhor do que você imagina. Consigo lembrar de tudo que vivemos, em cada detalhe, em cada passo seu. Mas também queria poder entender o por que resolveu ser assim, tomar uma atitude onde poderíamos sentar e conversar e reatar, e prosseguir com aquele jeito lindo de nos fazermos felizes. Me dá algum sinal, fala que está sentindo saudades, fala também que, o que eu estou sentindo, você está sentindo em dobro. Você foi a melhor coisa do minha vida que poderia ter acontecido nessa minha fase desajeitada, sei que preciso me centralizar mas não é assim que as coisas podem melhorar. Sei que a vida tira o que nos fazem mais feliz, para nos mostrar a realidade. E foi com sua perda que eu amadureci. Não faz isso, eu não quero passar o resto da minha vida sem você, eu tenho medo, medo de te ver tão distante de mim, medo de um dia triste não poder gritar seu nome, te pedir ajuda. Medo de que um dia você esqueça o meu nome, apague meu número da sua agenda, de esquecer que um dia fiz parte da sua vida. Não tenho que mostrar pra ninguém que eu amo você, só você sabe o quanto meu sentimento é verdadeiro, não estou pedindo nada demais. Só queria que você entendesse tudo e que saiba que não vou desistir. Na verdade, eu não posso.
" De um segundo a dois
Em meio perdi o tempo
Logo sem tempo só vácuo
E mais não penso, não existo
Sem agora, antes ou depois
Um espaço vazio, sem vento
Uma frequência, vagando no espaço
Cor já não tenho, roupa já não visto
Errante frequência sem sintonia
Uma ideia alastra-se e ecoa
Não se escuta, se sente a harmônia
Não ha ideal, não ha equação
Mas a imperfeição da ideia
É onde buscamos a solução"
Eu tenho 5 tipos de risadas:
1. Quando eu estou rindo por rir, pra não deixar uma pessoa no vácuo.
2. Quando eu quero fingir que estou bem.
3. Quando sinto que algo está por vir, então a ansiedade bate.
4. Quando estou com os meus amigos, então tudo é motivo pra graça.
5. E quando eu realmente me deu vontade de rir, porque teve mesmo algum motivo pra isso. E não só pra esconder algo.
perseguido pelo infinito de nada, vivendo no vácuo.
Esperança?
A luz que nos guia é a mesma que nos cega?!
Por vezes me esforço para esquecer você e o vácuo que se forma é gigante. Derramam-se as cores do mundo, derretendo, sumindo, junto comigo.
NO TEU SILÊNCIO
No teu silêncio
Sonho e divago
Entre delírios
E versos.
No teu vácuo
Me aquieto
Sentindo o gosto amargo
Da indiferença.
No teu nada
Me lanço, perdida
No ar pesado
Entre galáxias e estrelas.
No teu vazio
Permaneço com o que me resta
A solidão
Carente como sempre fui
Do amor essencial.
A CARECA
Brilhante obra alva
Do vácuo feito em novelos
Grande cabeça calva
De ideias e de cabelos.
Universo velho sisudo
Cabeça nova p3lada
Ele abraça tudo
Ela reflete nada.
A careca não tem vista
Nem orelha
E nem língua.
Ela é a dor do artista
Da centelha
Que só míngua.
Imaginação
Em terreno fértil onde o saber não alcança, no vácuo do desconhecido, se agita; entre sonhos e devaneios, palpita.
Sem fronteiras nem limites, voa, criando mundos onde a realidade se escoa.
No palco do impossível, protagonista, em um espetáculo etéreo, onde a mente se alista. Assim, na falta de saber, floresce, entre mistérios e enigmas, se engrandece.
No meio da exaltação, um coração vive no vácuo e sem reação
No meio da voracidade da cidade, eu parei e sentei
E sorri com paixão
O mundo parou e julgou-me por pagão
"Aquilo a que chamamos tempo
é, na verdade, um risco feito
no vácuo universal entre dor e cura"
[...]
A carga resiliente,
contida no material genético,
que desde o encarne
permite os seres superarem
obstáculos e perdas,
talvez seja o único ingrediente
que o Criador não hesitou
durante a formulação
da existência
Por outro lado,
essa atitude estoica dos seres,
em aceitar pacificamente
as adversidades,
principalmente quando envolve
uma chama muito forte
de injustiça,
ocasiona acúmulo memorial
desfavorável à espécie
As lágrimas não escorridas
acumulam-se no núcleo
dos sensores emotivos,
entupindo as turbinas
geradoras de bem estar
Não são mais lágrimas
engolidas e esquecidas
no universo interior,
mas um óleo resina lacrimal,
tão condensado
que se torna difícil
sua retirada,
para garantir vida saudável
Se posto pra fora,
o óleo se aquece,
escorre no peito
e queima a epiderme,
obrigando reparação,
para que seja mudada
a velha estrutura,
a velha postura,
a velha teimosia
[...]
"Não é ser só resiliente,
mas ser sábio para dosar
mais partículas de amor
e perdão em momentos
delicados de superação"