Vácuo
‘Eu nunca fiz isso antes’ é algo poderoso
Um portal
‘Eu nunca fiz isso’ é um voo no vácuo do espaço
Para a imensidão do viver
Um farol no breu
O antes impensado deságua sobre nós
Com a força irresistível de outras possibilidades
Um prisma infinito
Então você acredita na vida após a morte
Porque pode mergulhar de novo em si mesmo
Para nadar ao encontro desse calafrio
Agora eu faço o que eu sempre quis.
O tão estimado "pra sempre" jurado pelos apaixonados, nada mais é do que um vácuo mascarado de plenitude.
A COR DO VÁCUO
Como se contemplasse uma paisagem impalpável,
Testemunho recorrentemente
O ocaso e o desassossego dos sóis humanos:
Ainda hospedados na nave d’aurora;
A meio caminho do limite da estrada
Sombria, pérfida e sinuosa;
Dando passos cautelosos, breves
Sobre a obliqua corda bamba
Da falcifórmica alegria,
Cuja sina é ser o corpo
Que sempre tomba
Muito antes de chegar
Á fonte da água cristalina.
A mais pura verdade
É que a flor da inocência
Mal eclode, desabrocha, prospera;
Já sofre voz de prisão
E passa sua vida ----
Que, na gestação,
Emitia uma luz
Tão impávida, ígnea ---
Numa empedernida cela:
Solitária, sádica,
Faca a esventrar
Inclementemente
As vísceras da mental aquarela.
Ah, a onipotência da crueza
É uma força inexorável:
Ela desfila pelas passarelas da guerra;
Ela se alimenta de almas errantes, erráticas, crédulas;
Ela se transforma continuamente
Nos habitacionais carcinomas da selva de pedra.
Ah, a miséria humana
Ah, a sede por vidas etéreas
Sôfrega e celeremente
Apodera-se da nossa chama e medra soberana.
E depois,
A paisagem do vácuo
É o que unicamente sobra:
Não há mente
Não há verve
Não há lembranças nem versos de protesto
E de paixão.
O que vive é um corpo:
Um corpo
Que não ama, não pensa.
Um corpo
Que não sente dor, desejo,
Brisa, luto ou tampouco saboreia a vida.
O que vive,
Finalmente,
É uma matéria
Que apenas anda
E ocupar lugar
Sob a imensidão
Da atmosfera da Terra.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Porque a cada música é uma viajem distante ao vácuo de minha mente, é a cada dia e um aprendizado sobre o quanto o amor esta presente!
De vácuo em vácuo, a saudade aumenta, o coração aperta. Que aos poucos vai deixando de ter importância.
No vácuo da existência um amor que perdura eternamente... espaço para colorir onde o sol brilha para sempre, na alegria curas os existentes.
O ferimento causado por lâmina sangra e cessa,entretanto o causado por palavras ecoa no vácuo do sonho que ali foi morto.
A mente hesita
Os olhos raiados de breu
O vácuo já habita
Aquela alma que sofreu
Como se pudesse lembrar
Ou pudesse esquecer
Aquele mesmo olhar
Que faz enrijecer
Demônios sob os ombros
Estranhos na cabeça
E em meio aos escombros
Sucumbir até que desvaneça
Nova estrada
Página virada.
Esperança por um fio.
No vácuo um vazio.
Segue meu rio.
Uma força que de mim emana.
Um sol que todo dia surge.
Perder o medo urge.
Um toque tocando o corpo carente.
Um abraço forte e comovente.
Página virada.
Segue-se por uma nova estrada.
#VÁCUO
Tempo...
Sábio ingrato tempo...
Tal qual ladrão furtivo...
Que me rouba sem que eu me perceba...
Minhas idéias...
Minhas imagens...
Minhas palavras...
Meus alentos...
Transforma em cinza minhas saudades...
Os sonhos por mim vividos...
As minhas dores sofridas...
Minhas penas...
Minhas conquistas...
Até elas serão esquecidas...
Assim como amores e desejos...
Sugados ao vácuo...
Preteridos...
O amor mais árduo...
Suprime...
Suas marcas me oprime...
Torna-se pesado...
Tempo que não me ignora...
Transforma as minhas esperas...
Sufoca minhas horas...
Me fustiga...
Traz-me vitórias e derrotas...
Para ti pouco lhe importa...
Será castigo?
Nada terei?
Mais nada?
Nada mais serei?
Nem um pequeno momento?
Relegado ao esquecimento...
Nem mesmo tormentos...
Terei...
Tudo será esquecido...
Até mesmo meus motivos...
Não o compreendo...
E isso deixa-me estarrecido...
Um miserável ontem...
Um ditoso hoje...
Amanhã o que serei?
O tempo em mim já é perdido...
De mim já nem mais falo...
Palavras tornariam-se ecos...
Já não quero mais nada...
Pois tudo nasce e morre...
A cada alvorada...
Tempo...
Tempo...
Meu amante...
Meu algoz...
Esconderá minha alma?
Lentamente...
Lentamente...
Apagando minha voz...
Na escuridão que se avizinha...
Nada mais...
Nada mais serei.
Sandro Paschoal Nogueira
Caminhos de um poeta
É um vácuo de ideias e caos que prorrompe a barreira do pensamento, é perpétuo o momento que se estingue a sensação de se estar pleno, respiramos palavras e sentimentos, guardamos artes de lucidez e imaginações, escutamos Mozart para vivenciar o eterno, excluímos filmes para conservar os livros, e mergulhamos um nos outros pra abrigarmo-nos…
Chegará um dia em que tudo poderá ser rastreado. Até mesmo a matéria que compõe o vácuo. Então, perguntar-se-á: Deus se converteu em homem ou o homem é Deus? Porque até a esse momento Deus era aquele que a tudo via.
As vezes me sinto assim só... como se não houvesse nada nem ninguém que pudesse preencher esse vácuo, essa dor, doce- amarga- dor que me invade uma solidão perpetua,o anseio de não viver mais assim...um suspiro de dor .
Será a dor do amor?
Mas se há amor não deveria haver dor nem esse vazio tento esquecer minha alma e me entender com outros corpos, mas o vazio me assombra e logo depois me invade me entristece, meu corpo desfalece e minha alma chora ....