Vácuo
Estou no vácuo, onde qualquer ruído pode ser um grito ardente e exprimido. Estou no momento de sentir saudades do que eu era, e do que ainda vou ser.
Uma ligação perdida, um vácuo na internet, um SMS respondido grosseiramente. Aos poucos, fui negando, fui querendo fugir de algo que só me fazia bem. Fui tentar enganar o mundo e olhe só... acabei sendo enganada por um amor louco, louco e surreal
O ferimento causado por lâmina sangra e cessa,entretanto o causado por palavras ecoa no vácuo do sonho que ali foi morto.
As vezes me sinto assim só... como se não houvesse nada nem ninguém que pudesse preencher esse vácuo, essa dor, doce- amarga- dor que me invade uma solidão perpetua,o anseio de não viver mais assim...um suspiro de dor .
Será a dor do amor?
Mas se há amor não deveria haver dor nem esse vazio tento esquecer minha alma e me entender com outros corpos, mas o vazio me assombra e logo depois me invade me entristece, meu corpo desfalece e minha alma chora ....
O tão estimado "pra sempre" jurado pelos apaixonados, nada mais é do que um vácuo mascarado de plenitude.
A COR DO VÁCUO
Como se contemplasse uma paisagem impalpável,
Testemunho recorrentemente
O ocaso e o desassossego dos sóis humanos:
Ainda hospedados na nave d’aurora;
A meio caminho do limite da estrada
Sombria, pérfida e sinuosa;
Dando passos cautelosos, breves
Sobre a obliqua corda bamba
Da falcifórmica alegria,
Cuja sina é ser o corpo
Que sempre tomba
Muito antes de chegar
Á fonte da água cristalina.
A mais pura verdade
É que a flor da inocência
Mal eclode, desabrocha, prospera;
Já sofre voz de prisão
E passa sua vida ----
Que, na gestação,
Emitia uma luz
Tão impávida, ígnea ---
Numa empedernida cela:
Solitária, sádica,
Faca a esventrar
Inclementemente
As vísceras da mental aquarela.
Ah, a onipotência da crueza
É uma força inexorável:
Ela desfila pelas passarelas da guerra;
Ela se alimenta de almas errantes, erráticas, crédulas;
Ela se transforma continuamente
Nos habitacionais carcinomas da selva de pedra.
Ah, a miséria humana
Ah, a sede por vidas etéreas
Sôfrega e celeremente
Apodera-se da nossa chama e medra soberana.
E depois,
A paisagem do vácuo
É o que unicamente sobra:
Não há mente
Não há verve
Não há lembranças nem versos de protesto
E de paixão.
O que vive é um corpo:
Um corpo
Que não ama, não pensa.
Um corpo
Que não sente dor, desejo,
Brisa, luto ou tampouco saboreia a vida.
O que vive,
Finalmente,
É uma matéria
Que apenas anda
E ocupar lugar
Sob a imensidão
Da atmosfera da Terra.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Porque a cada música é uma viajem distante ao vácuo de minha mente, é a cada dia e um aprendizado sobre o quanto o amor esta presente!
Tenho medo de gostar demais do frio. Sabe quando se sabe que no fundo, bem no fundo, há um vácuo de razões, tão vasto, que a gente mal consegue olhar? No fundo de nós há sempre um precipício, e talvez eu esteja lá, deitada, olhando estrelas como sempre faço.
#VÁCUO
Tempo...
Sábio ingrato tempo...
Tal qual ladrão furtivo...
Que me rouba sem que eu me perceba...
Minhas idéias...
Minhas imagens...
Minhas palavras...
Meus alentos...
Transforma em cinza minhas saudades...
Os sonhos por mim vividos...
As minhas dores sofridas...
Minhas penas...
Minhas conquistas...
Até elas serão esquecidas...
Assim como amores e desejos...
Sugados ao vácuo...
Preteridos...
O amor mais árduo...
Suprime...
Suas marcas me oprime...
Torna-se pesado...
Tempo que não me ignora...
Transforma as minhas esperas...
Sufoca minhas horas...
Me fustiga...
Traz-me vitórias e derrotas...
Para ti pouco lhe importa...
Será castigo?
Nada terei?
Mais nada?
Nada mais serei?
Nem um pequeno momento?
Relegado ao esquecimento...
Nem mesmo tormentos...
Terei...
Tudo será esquecido...
Até mesmo meus motivos...
Não o compreendo...
E isso deixa-me estarrecido...
Um miserável ontem...
Um ditoso hoje...
Amanhã o que serei?
O tempo em mim já é perdido...
De mim já nem mais falo...
Palavras tornariam-se ecos...
Já não quero mais nada...
Pois tudo nasce e morre...
A cada alvorada...
Tempo...
Tempo...
Meu amante...
Meu algoz...
Esconderá minha alma?
Lentamente...
Lentamente...
Apagando minha voz...
Na escuridão que se avizinha...
Nada mais...
Nada mais serei.
Sandro Paschoal Nogueira
Caminhos de um poeta
A mente hesita
Os olhos raiados de breu
O vácuo já habita
Aquela alma que sofreu
Como se pudesse lembrar
Ou pudesse esquecer
Aquele mesmo olhar
Que faz enrijecer
Demônios sob os ombros
Estranhos na cabeça
E em meio aos escombros
Sucumbir até que desvaneça
De vácuo em vácuo, a saudade aumenta, o coração aperta. Que aos poucos vai deixando de ter importância.
Nova estrada
Página virada.
Esperança por um fio.
No vácuo um vazio.
Segue meu rio.
Uma força que de mim emana.
Um sol que todo dia surge.
Perder o medo urge.
Um toque tocando o corpo carente.
Um abraço forte e comovente.
Página virada.
Segue-se por uma nova estrada.