Vacilo e Perdao
"A verdadeira grandeza nasce quando o espírito se entrega ao estudo não para ser visto, mas para ser fiel àquilo que busca compreender, pois o saber recompensa aqueles que o servem em silêncio."
“Comece a agir!
A sua felicidade não está nas mãos de ninguém além de você mesmo. É verdade que, em meio às dores e conflitos, os olhos quase sempre deixam de ver os milhões de motivos que a vida oferece para sorrir... e basta um único motivo para fazer chorar. Mas lembre-se: você é infinitamente maior do que as lágrimas que caem, e a sua força é mais luminosa do que qualquer piedade que os outros não poderão lhe dar. Sorria para dentro de si e descubra o imenso valor que já existe em você.”
“A verdadeira tolerância para com o outro nasce do juízo lúcido em nosso íntimo, quando aprendemos a amar a nós mesmos sem alimentar a enfermidade do egoísmo.”
“Nenhuma dor é eterna. Toda sombra cede à luz do amor.”
Que saibamos, com coragem e ternura, olhar para dentro, reconhecer nossas sombras e acender em nós a chama da renovação. Pois a Reforma Íntima é o verdadeiro caminho da paz aquela que o mundo não pode dar, mas que o espírito em evolução pode alcançar.
“O amor de Cristo é a força que nos ergue quando a estrada parece longa; é o vínculo invisível que, mesmo entre lágrimas, nos impede de O deixar.”
Inspirado por Jesus o guia moral por excelência o espírito perseverante encontra força para não " Apenas sonhar com um mundo melhor, mas edificá-lo com suas próprias mãos e intenções purificadas.
A transformação íntima é, pois, a semente espiritual do futuro regenerado, destinada a florescer nas consciências que compreendem que a verdadeira reforma começa no coração e se expande, como luz, até os confins da humanidade."
“A árvore boa é aquela que, ao ser ferida, exala perfume.”
Que o nosso exemplo, diante das injúrias e das provas, seja o testemunho mais eloquente da mensagem do Cristo. "
“BEM ESTAR E ESTAR BEM.
“A paz do Cristo não é a paz do mundo. É a paz da consciência reta, do dever cumprido, da fé inabalável no porvir.”
(Léon Denis. “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, cap. XXII)
Que aprendamos, pois, a buscar menos o bem-estar ilusório e mais o estar bem verdadeiro, cultivando a alma, praticando o bem e iluminando nossa consciência.
Frase motivacional:
"Quando tudo ao redor parecer desabar, preserve a sua paz. Porque quem está bem consigo mesmo não depende do mundo para ser feliz."
O Movimento Espírita precisa sair desse Igtejismo( termo utilizado por José Herculano Pires) perpétuo e adentrar nos outros fundamentos básicos da doutrina. Como diz o filósofo, pesquisador, escritor, tradutor José Herculano Pires : A Doutrina Espírita é maravilhosa, mas o Movimento Espírita deixa muito a desejar. Vamos tirar a Trave dos nossos olhos e abrir esses mesmos olhos, a mente e estudar o Ser humano, suas nuances, seus inter e intra relacionamentos à Luz da Doutrina Espírita. Vamos pensar e refletir sobre tudo isso.
“Entre o corpo e o infinito não há serenidade sem responsabilidade, nem harmonia sem esforço moral.
Agir com calma, compreender o outro, e converter as experiências em degraus de crescimento é o caminho seguro para a verdadeira paz. Essa serenidade não é passividade, mas sabedoria em ação: é a força de quem aprendeu a reagir com luz diante das sombras do mundo.
Entre o corpo e o infinito, o Espírito humano constrói sua eternidade. Cada gesto de cuidado, cada palavra de amor e cada pensamento de fé convertem-se em sementes que florescem no jardim da alma.
A educação moral, a comunicação consciente e a oração sincera são os três pilares de uma nova civilização mais fraterna, mais justa e espiritualmente desperta.
Que saibamos, pois, reencontrar o equilíbrio entre a matéria e o espírito, transformando o cotidiano em um hino silencioso de amor e progresso.
“A verdadeira paz nasce quando a alma aprende a conversar com Deus dentro de si.””
“Se a tua última vela arder apenas por um fio de paz e fé, ainda assim, nenhuma noite será capaz de sufocar-lhe o brilho; pois mesmo a menor centelha, quando nasce da alma, desafia o escuro do mundo.”
Ó mestre, eu permito que tu me persigas.
“Jesus, ó meu Mestre, meu Guia, minha dor amada… eu permito que Tu me persigas, se for na direção da Tua luz.”
Há corações que já não pedem consolo, pedem apenas sentido. E nesse instante sagrado, quando o Espírito se ajoelha diante do invisível, nasce a verdadeira prece aquela que não suplica por alívio, mas por permanência na Vontade Divina.
Há dores que não ferem, purificam. Há lágrimas que não denunciam fraqueza, mas lavam o que ainda é humano demais dentro de nós. Quando a alma pronuncia esse “eu permito”, ela não se entrega à fatalidade, mas à consciência daquilo que a move: o Amor que corrige, que chama, que transforma.
Não é a perseguição do castigo, é a perseguição da graça. O Mestre não vem para punir, vem para fazer de cada ferida um altar, de cada queda uma oportunidade de renascer. A perseguição de Jesus é o toque suave da Verdade que não desiste de nós, mesmo quando fugimos do espelho da própria consciência.
Quem assim se entrega já não busca milagres, busca entendimento. Já não deseja o conforto do corpo, mas o repouso da alma em Sua presença. É o instante em que o “eu” se dissolve e resta apenas o silêncio luminoso de quem ama sem pedir, de quem serve sem pesar, de quem sofre sem revolta.
E nessa entrega sem nome, sem forma e sem recompensa, a alma descobre que a dor, quando amada, deixa de ser dor. Torna-se caminho. Torna-se luz.
O monge que queria ver Cristo.
livro: Pontos e Contos
Irmão X.
Conta-nos Longfellow a história de um monge que passou muitos anos, rogando uma visão do Cristo. Certa manhã, quando orava, viu Jesus ao seu lado e caiu de joelhos, em jubilosa adoração.
No mesmo instante o sino do convento derramou-se em significativas badaladas. Era a hora de socorrer os doentes e aflitos, à porta da casa e, naquele momento, o trabalho lhe pertencia. O clérigo relutou, mas, com imenso esforço, levantou-se e foi cumprir as obrigações que Lhe competiam.
Serviu pacientemente ao povo, no grande portão do mosteiro, não obstante amargurado por haver interrompido a indefinível contemplação. Voltando, porém, à cela, após o dever cumprido, oh maravilha! Chorando e rindo de alegria, observou que o Senhor o aguardava no cubículo e, ajoelhando-se, de novo, no êxtase que o possuía, ouviu o Mestre que Lhe disse, bondoso:
“ - Se houvesses permanecido aqui, eu teria fugido.”
Assim, de nossa parte, dentro do ministério que hoje nos cabe, não nos é lícito desertar da luta e sim cooperar, dentro dela, para a vitória do Sumo Bem.
"Juventude e Silêncio da Alma:
O Despertar Espiritual em um Mundo Barulhento"
Há uma tragédia silenciosa que se alastra nas gerações mais jovens e não está nas telas, nas ruas ou nos ruídos que preenchem a existência moderna, mas sim no íntimo de corações que sentem demais, e por isso, sofrem. Em meio a um mundo que valoriza o imediatismo e a aparência, muitos jovens trazem dentro de si um clamor que não encontram palavras para expressar. São almas generosas, sensíveis, vocacionadas à luz, mas que se sentem deslocadas numa sociedade que parece premiar a superficialidade e o egoísmo.
O Espiritismo, como doutrina consoladora e racional, surge justamente como um abrigo para esses corações inquietos. Mas o encontro entre o jovem e o Espiritismo não é simples é, antes, um diálogo de almas: o jovem busca sentido, e o Espiritismo oferece luz; o jovem busca acolhimento, e o Espiritismo propõe responsabilidade; o jovem quer sentir Deus, e o Espiritismo o convida a compreendê-Lo pela razão.
Sob o ponto de vista filosófico, essa busca é o eco natural da alma imortal que, ao reencarnar num século de transição moral, encontra-se diante do velho dilema socrático o “Conhece-te a ti mesmo”. O jovem espírita de hoje é o novo filósofo da alma, pois precisa questionar o mundo sem perder a ternura, e indagar o sofrimento sem cair no desespero. Vive o conflito entre a sede de liberdade e o chamado da consciência, entre o impulso dos sentidos e a exigência do Espírito.
Do ponto de vista psicológico, o jovem moderno é o retrato de uma alma em reajuste. A ansiedade que o consome, a solidão que o acompanha e o vazio que sente não são apenas sintomas sociais são expressões de um Espírito em processo de amadurecimento moral. O mundo grita, mas o Espírito quer silêncio. O mundo exige máscaras, mas o Espírito clama por autenticidade. É nesse hiato entre o externo e o interno que se trava a grande batalha do ser. E o Espiritismo, ao oferecer-lhe a compreensão da vida espiritual, não o anestesia — educa-lhe a dor, dá-lhe sentido à espera, mostra-lhe que “muitas vezes, quando o coração mais se dói de solidão e ingratidão, é que está mais próximo de Deus”.
No aspecto moral, o jovem espírita é convidado a ser semente de renovação e não reflexo do mundo. A Doutrina não pede perfeição, mas coerência. É por isso que aos neófitos, àqueles que ainda tateiam os primeiros conceitos e, por desconhecimento, dizem algo anti-doutrinário, nós compreenderemos; mas aos que se dizem realmente Espíritas, por razão de estarem imersos em seu bojo transformador, nós lamentamos quando perdem o senso moral e o testemunho do Evangelho que professam. Porque o jovem que encontrou o Espiritismo tem o dever de não apenas falar sobre a luz, mas de acendê-la dentro de si.
O que o Espiritismo espera dos jovens? Que sejam sinceros, que estudem, que questionem, que sintam, mas, sobretudo, que vivam. Que transformem a fé em ação, a dúvida em pesquisa, o sofrimento em serviço. E o que os jovens esperam do Espiritismo? Que ele os acolha sem julgamentos, que não lhes imponha dogmas, que dialogue com sua dor e sua linguagem que lhes mostre que ser sensível não é fraqueza, mas uma das formas mais puras de força.
Ambos se completam: o Espiritismo precisa do coração ardente da juventude; e a juventude precisa da sabedoria serena do Espiritismo. Um é o ideal que ilumina, o outro é a chama que impulsiona.
Assim, a tragédia silenciosa da alma que sente demais pode tornar-se o prelúdio de uma nova era moral. O jovem que hoje chora em silêncio poderá ser o consolador de amanhã. Pois o Evangelho, quando verdadeiramente vivido, não pede aplausos pede entrega.
E quem, em meio ao barulho do mundo, consegue escutar a própria consciência, esse já começou a ouvir a voz de Deus.
“A Liturgia da Dor:
Quando Amar é Sofrer em Vida pelo Ser Amado”
Texto filosófico e psicológico.
Amar é sofrer em vida não por fraqueza, mas por excesso de humanidade. O amor, quando autêntico, carrega em si o germe do sofrimento, porque nasce do desejo de eternizar o que é efêmero, de reter o que inevitavelmente escapa. Amar é querer aprisionar o tempo no instante em que o olhar do outro nos faz existir; é suplicar à eternidade que não nos apague da memória de quem amamos.
Há uma liturgia secreta na dor amorosa. Ela purifica, depura, torna o ser mais lúcido e, paradoxalmente, mais enfermo. O amante vive uma crucificação sem sangue: carrega o peso invisível de um afeto que o mundo não compreende. Vive entre o êxtase e o abismo, entre o beijo e a renúncia. Freud chamaria isso de ambivalência afetiva: a coexistência de prazer e dor em um mesmo movimento da alma. Mas há algo mais profundo algo que a psicologia talvez não alcance, pois o amor, em sua forma mais elevada, é sempre um sacrifício voluntário.
Quem ama verdadeiramente, sofre antes mesmo da perda. Sofre por pressentir a fragilidade do instante, por saber que a ventura é breve, que o corpo é pó e que toda promessa humana é feita sobre ruínas. Esse sofrimento não é patológico, mas metafísico: é o reconhecimento de que a alma, ao amar, toca o eterno e, ao voltar à realidade, sente a mutilação de quem regressa do infinito.
Nietzsche, em seu niilismo luminoso, diria que o amor é a mais bela forma de tragédia, pois ele exige entrega total, sabendo-se fadado ao fim. Amar é afirmar a vida apesar do sofrimento, é dizer “sim” à existência, mesmo sabendo que o objeto amado um dia há de desaparecer. É um heroísmo silencioso, uma luta contra o absurdo.
Mas há também o lado sombrio o amor que se torna cárcere, o sentimento que se alimenta do próprio tormento. A psicologia o chamaria de complexo de mártir, mas o filósofo o vê como a tentativa desesperada de alcançar o absoluto num mundo que só oferece fragmentos. O sofrimento, então, torna-se o altar onde o amante consagra sua fé.
“Amar é sofrer em vida pelo ser amado” eis a verdade dos que ousaram sentir profundamente. É morrer um pouco a cada ausência, é carregar dentro de si a presença que já não se tem. O amor, quando verdadeiro, não busca recompensa: ele é em si o próprio sacrifício.
E talvez seja esse o segredo trágico e belo da existência: somente quem amou até sangrar conhece o sentido oculto de viver. Pois o amor é o único sofrimento que salva, a única dor que eleva. Quem nunca sofreu por amor, nunca amou apenas existiu.
Epílogo:
“Há dores que são preces disfarçadas. E o amor é a mais silenciosa de todas elas.”
QUANDO OS MORTOS FALAM AOS VIVOS.
“E vêm os mortos que estão sempre vivos, falar aos vivos que estão não invariavelmente sempre mortos.”
Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .
A sentença, paradoxal e provocadora, nos conduz à reflexão sobre o verdadeiro sentido da vida e da morte. O Espiritismo nos mostra que a morte não é o aniquilamento, mas apenas a transição de uma forma de existência para outra. O corpo se desfaz, mas o ser essencial, o Espírito, permanece, consciente de si mesmo, apto a prosseguir em sua jornada.
É por isso que, desde tempos imemoriais, os chamados “mortos” retornam, não para semear assombro, mas para recordar aos que permanecem na carne que a vida não cessa. Kardec registrou, em O Livro dos Espíritos (questão 149), a pergunta direta: “Que acontece à alma no instante da morte?” – à qual os Espíritos responderam com simplicidade desarmante: “Volta a ser Espírito, isto é, retorna ao mundo dos Espíritos, que deixou momentaneamente.”
Os ditos mortos, portanto, não são mortos: são vivos, mais lúcidos, mais despojados dos véus da ilusão material. Quando se comunicam, vêm advertir-nos de que a existência terrena é apenas um capítulo breve da longa obra da eternidade.
Já os vivos, muitas vezes, parecem mortos: mortos em esperança, mortos em ternura, mortos em fé. Respiram, mas não vivem plenamente; caminham, mas não sabem para onde; acumulam, mas não se enriquecem. É nesse sentido que se tornam “mortos” espirituais, não invariavelmente, mas sempre que se esquecem de sua natureza imortal.
Léon Denis, em Depois da Morte, expressou esse contraste com clareza: “A morte não é a noite, mas a aurora. Para os que sabem ver, é libertação, é ascensão, é vida mais intensa.” Ele nos convida a despertar para a vida real, que não está no corpo que envelhece, mas na alma que progride.
Mensagem consoladora.
Diante disso, o consolo se impõe: não há separação definitiva, não há perda eterna, não há silêncio inquebrantável. Os que amamos, se partem do mundo físico, continuam ao nosso lado, atentos e afetuosos, provando que não morreram. A verdadeira morte seria apenas a da alma que se recusa a amar, que se fecha ao bem, que se deixa endurecer pelo egoísmo.
Assim, quando ouvimos a voz dos que chamamos mortos, ecoando na consciência ou pela via mediúnica, eles nos recordam: vivam, porque nós estamos vivos. A existência prossegue, a esperança permanece, e o reencontro é destino certo.
A morte não rouba ninguém; apenas devolve o ser humano à vida real do Espírito. E se os mortos falam, é para despertar os vivos que ainda dormem na ilusão da matéria.
PASSAR E VIVER:
A perda da presença na contemporaneidade.
Vivemos uma época de velocidade e multiplicidade de estímulos; é cada vez mais difícil distinguir entre simplesmente “passar pela vida” e verdadeiramente “viver”. A diferença não é meramente semântica: trata-se de modalidades profundas de existência que modelam sentido, memória e identidade.
Passar pela vida equivale a ser arrastado pelos acontecimentos: rotinas, reações automáticas, acumulação de experiências sem reflexão. A sensação de que “o tempo passou e eu não” nasce daí não por falta de eventos, mas por ausência de integração. Viver, ao contrário, pressupõe presença reflexiva: observar o que ocorre, extrair significado, transformar percepção em mudança interna. Filósofos existencialistas já chamaram atenção para a urgência dessa presença; a modernidade acrescenta a distração em massa, que pulveriza a atenção e empobrece a memória afetiva.
Essa distinção mobiliza três eixos: atenção (capacidade de permanecer no instante), narrativa (a construção de uma história que dá sentido às experiências) e ética do aprendizado (usar o contato com o mundo para reformular escolhas). Quando a atenção falha, a narrativa racha: memórias perdem detalhes, afetos empobrecem e o sujeito se torna mero espectador de sua própria vida. A consequência mais grave não é apenas tristeza, mas uma erosão progressiva do caráter: escolhas repetidas sem compreensão não educam o interior.
Exemplos concretos
Considere o trabalhador que passa horas em tarefas mecânicas sem refletir sobre finalidade; ou a relação amorosa em que os parceiros acumulam convivência sem escuta deliberada. Ambos acumulam “tempo vivido” sem que o tempo se torne aprendizado. Em contrapartida, pessoas que praticam a reflexão regular mesmo breves momentos diários de atenção plena e análise convertem acontecimentos em pontos de virada pessoal.
A vida plena exige investimento: presença, reflexão e a disciplina de transformar experiência em sabedoria. Não se trata de romantizar cada instante, mas de recuperar a capacidade de aprender com aquilo que nos atravessa. Só assim deixamos de ser presenças fugazes e nos tornamos agentes do próprio destino.
II — Aprender com a vida: um mapa psicológico para o autoconhecimento
Introdução
Aprender com a vida é, antes de tudo, uma operação psicológica. Implica reconhecer padrões, aceitar falhas e transformar sofrimento em possibilidade de crescimento. A psicologia contemporânea oferece ferramentas para que a passagem dos anos se traduza em amadurecimento e resiliência.
Desenvolvimento
O processo de aprendizagem vital envolve três momentos: reconhecimento, processamento e integração. O reconhecimento é aceitar que uma experiência teve impacto (alegria, perda, frustração). O processamento exige que se nomeie a emoção, se analise o contexto e se busque compreensão evitando defesa automática ou repressão. A integração é a etapa transformadora: a experiência altera crenças, comportamentos e estratégias de enfrentamento.
Dois mecanismos clínicos são cruciais: a metacognição (capacidade de pensar sobre os próprios pensamentos) e a reatribuição de sentido (recontar um evento com foco em aprendizado). Pessoas que percorrem esse caminho reduzem sintomas de ansiedade e arrependimento. Psicoterapias baseadas em narrativa e em atenção plena oferecem protocolos práticos: diários reflexivos, reavaliação de episódios-chave e exercícios de exposição emocional assistida.
Ilustração prática
Imagine alguém que repetidamente falha em relacionamentos por medo de intimidade. O primeiro passo é reconhecer o padrão (reconhecimento). Em seguida, mapear crenças (ex.: “se me aproximo serei rejeitado”) e testar hipóteses através de pequenas ações (processamento). Por fim, incorporar novos relatos pessoais "aprendi que posso confiar progressivamente" e ajustar comportamentos (integração).
O resultado é que a história pessoal muda, e com ela a qualidade da vida.
Aprender com a vida é uma prática psicológica: avaliamos, trabalhamos e integramos. Trata-se de uma técnica de humanidade que todos podem cultivar. A transformação não exige heroísmo: exige metodologia diária, coragem para revisitar o passado e disciplina para reescrever o futuro.
III — Transformar passagem em sentido: práticas éticas e exercícios cotidianos.
Introdução
A diferença entre ter a vida como passagem ou como sala de aprendizagem é, muitas vezes, prática mais do que teórica. Este artigo propõe exercícios concretos e um pequeno código ético para transformar rotina em terreno de crescimento.
Desenvolvimento — Princípios éticos.
1. Presença deliberada: priorizar momentos onde a atenção é inteira (conversas, refeições, trabalho criativo).
2. Responsabilidade interpretativa: assumir que a interpretação dos fatos está sujeita a revisão; não culpar o externo sempre.
3. Curiosidade compassiva: investigar erros sem autocondenação, mas com compromisso de mudança.
4. Reciprocidade transformadora: fazer com os outros o que se espera de si mesmo aprender em comunidade.
Gandhi, ao contemplar a vitrine repleta de bens materiais e dizer: “Estou vendo justamente tudo o que eu não preciso”, revela o grau supremo de autossuficiência moral e espiritual a que o ser humano pode chegar.
Ele não via pobreza em si mesmo, mas riqueza na simplicidade. O olhar de Gandhi não era de desejo, mas de consciência consciência de que a verdadeira liberdade não está em possuir, mas em não ser possuído.
Mensagem final.
O amor, quando vivido em sua expressão mais pura, não é um sentimento é uma decisão de alma. Gandhi decidiu amar, e por isso continua vivo, não nas estátuas, mas na consciência de quem compreende que a única revolução capaz de salvar o mundo é aquela que começa no coração humano.
“Os gritos carregam um significado assombroso: em quem os lança, ressoa a imposição do teu silêncio.”
