Urbano
No sertão urbano
mais uma criança chora
de fome,
que já perdura
por uma semana.
A sociedade
segue indiferente.
Silêncio das
horas mais
agudas da noite.
A desigualdade
faz vítimas inocentes.
A periferia
alimenta
rostos sem formas,
gentes sem nome.
Mas outras crianças,
gulosas e
inconscientes
se empanturram
descontraidamente.
A alegria
burguesa
contrasta
com a tristeza
dos olhos cinzentos
e das bocas sem vozes
da vizinhança.
O choro desperta
o condomínio.
Nasceu mais um João
que ninguém esperava.
Mais um no meio
dessa multidão,
que calada,
ordinariamente
vive.
Mais um
sem esperança.
O descaso com a Avenida Anhanguera é o caos urbano mais impactante da capital. Planejada para cinquenta mil habitantes a cidade sonha com um pretendente a orientar o seu crescer sem abafar a magia da tradição.(Do livro de crônicas - Romanceiro de Goiânia).
A fé é a munição que alimenta nossa arma vigorosa para adentrar esse matagal urbano na esperança de propor dias melhores.
A pichação assim como o grafite visceral urbano é a oralidade manifesta assim como a plataforma periférica da arte urbana que expressa o desejo de mudança da sociedade contemporânea trans que por agora sai dos guetos, becos e lugares sombrios do antigo modelo social adotado pelos tradicionais grupos políticos e financeiros dominantes e propõem uma nova espacialidade afastando se também do neo liberalismo e do perverso capitalismo que tanto tem prejudicado as comunidades livres nos diversos lugares do mundo.
Tempo de mudanças retrocesso e perseverança.
Vidas corrompidas, fé abalada em meio ao caos urbano, papel picado e sonhos no chão.
Possibilidades em forma de repressão, violação, mais valia e descaso.
Toda via as Vidas seguem se equilibrando em poças de sangue, balas perdidas, contratos e leis contraditórias de uma justiça sega.
O trânsito urbano é formado por dois tipos de condutores: Os monstros adormecidos e aqueles que despertam os monstros adormecidos, uma hora estamos de um lado, outra hora estamos do outro.
Esse caos urbano é tão desumano, sub humano, suburbano e animalesco. Feras rugindo suas palavras de ordem, arrotando seus planos futuros.
Crise e transporte urbano no Brasil
"Além das incertezas e oscilações que vêm sendo vivenciadas pelo mercado financeiro no País, o próximo efeito da crise no Brasil deverá ser sentido no mercado de trabalho, com o aumento do desemprego. Tal aumento do desemprego deve desencadear uma queda da demanda por transporte público coletivo urbano, levando a uma redução das receitas tarifárias das concessionárias. Como importante parcela da remuneração dos serviços de transporte urbano se dá por meio dessas receitas, não é difícil visualizar que a sustentabilidade econômica e financeira desses serviços deverá ficar fragilizada."
Rafael H. Moraes Pereira é sociólogo pela UnB e mestre em Demografia pela Unicamp. Pesquisador bolsista do Programa Nacional de Pesquisa em Desenvolvimento (PNPD) do Ipea e Ana Paula Borba G. Barros é arquiteta, mestre em Transportes e doutoranda em Transportes pela UnB. Pesquisadora bolsista do Programa Nacional de Pesquisa em Desenvolvimento (PNPD) do Ipea
Fonte:
"http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1023:crise-e-transporte-urbano-no-brasil&catid=29:artigos-materias&Itemid=34"
"Não importa que a queda da demanda é do transporte ou do transportador, não tendo uma demografia sustentavel toda logistica será sobrecarregada em um espaço concentrado de procura e oferta sem saida de distribuição gera desemprego local de funções e a consequencia da falta de distribuição é a falta de relacionamento social de negocios e vai indo um ciclo de pré-queda e pós-queda." Eron de Sousa Tavares
Crise e transporte urbano no Brasil
"Além das incertezas e oscilações que vêm sendo vivenciadas pelo mercado financeiro no País, o próximo efeito da crise no Brasil deverá ser sentido no mercado de trabalho, com o aumento do desemprego. Tal aumento do desemprego deve desencadear uma queda da demanda por transporte público coletivo urbano, levando a uma redução das receitas tarifárias das concessionárias. Como importante parcela da remuneração dos serviços de transporte urbano se dá por meio dessas receitas, não é difícil visualizar que a sustentabilidade econômica e financeira desses serviços deverá ficar fragilizada."
Rafael H. Moraes Pereira é sociólogo pela UnB e mestre em Demografia pela Unicamp. Pesquisador bolsista do Programa Nacional de Pesquisa em Desenvolvimento (PNPD) do Ipea e Ana Paula Borba G. Barros é arquiteta, mestre em Transportes e doutoranda em Transportes pela UnB. Pesquisadora bolsista do Programa Nacional de Pesquisa em Desenvolvimento (PNPD) do Ipea
Fonte:
"http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1023:crise-e-transporte-urbano-no-brasil&catid=29:artigos-materias&Itemid=34"
"Não importa que a queda da demanda é do transporte ou do transportador, não tendo uma demografia sustentavel toda logistica será sobrecarregada em um espaço concentrado de procura e oferta sem saida de distribuição gera desemprego local de funções e a consequencia da falta de distribuição é a falta de relacionamento social de negocios e vai indo um ciclo de pré-queda e pós-queda." Eron de Sousa Tavares
Sou morador de Três Lagoas/MS e lembro que desemprego não apenas não ter trabalho mas também não ter profissão ou direitos dignos de trabalho é um desemprego da função ou de atividades auxiliares que exerce por não ter insentivos devidos para exercer seu valor social.
Vivemos em uma sociedade de vantagens e desvantagens que não respeita o direito e o valor de exercer beneficios e não de exercer vantagens e desvantagens produtivas não levam e não traz nenhum direito e beneficio para valer demografico social.
Vantagens são vistas como objetos de consumo e a desvantagens são vistas como os objetos encalhados no consumo mas nenhum e nem outro são culpados pois são objetos mas o uso exagerado em um espaço concentrado faz da demografia um jogo de vantagens e desvantagens e não uma estrategia de distribuição demografica.
Eu sou indigena, indigena em contexto urbano.
Dentro do meu corpo território, também já houveram invasões.
Primeira invasão foi ao nascer nesse mundo e ser arrancada do pertencimento da minha cultura.
Segunda invasão foi na infância, saquearam minha inocência de achar que éramos todos iguais.
Em todos lugares, tentaram me marginalizar, escantear e dizer que eu era menos, apenas por ser na indígena.
A terceira invasão foi na adolescência, onde acharam que meu corpo tinha que ter dono, pois uma mulher indigena é considerada apenas objeto de dominação.
Cor do pecado, olhos que hipnotizam, exótica, selvagem, são palavras usadas pra normalizar a violência e o abuso sob nosso corpo território.
Dominaram e destroçaram meu espírito mais vezes do que eu saberia contar, mas eu nunca abaixei minha cabeça, ando com nariz empinado em qualquer lugar que eu passo porque apesar de me tratarem como invasora da minha própria terra, eu resisto e insisto em mostrar que estaremos aqui.
Sempre estaremos aqui, na nossa terra, com nossos ancestrais nos levantando em cada caída rumo a nossa re(tomada). ✊🏽
FAVELA:
Área de povoamento urbano, formada por moradias populares, onde predominam pessoas socialmente desfavorecidas. Essa comunidade é o resultado de um processo histórico de exclusão social e de um modelo de má distribuição de renda.
Não não, favela é muito mais que isso, favela é onde moram nossos irmãos, nossos conterrâneos, nossos amigos, nossas famílias.
Povo de amor
Povo de luta
Povo de abrigo
Povo de guerra
Povo que não deixa a “peteca” cair
Favela é resiliência, conformidade, restauração, dominação, atuação, amizade, amor, coração.
Favela é comunidade, sociedade, felicidade.
Favela é aquele nome que reverencia a união de pessoas humanas, sensatas, exatas e sensoriais.
Um ser da montanha, mesmo que desça e viva no meio Urbano não deixa de ser montanhista. Tua alma o conecta a sua verdadeira casa e assim foge a todo instante, a qualquer pretexto, para o lugar onde sente o amor, a força e a paz que alimenta suas veias e pulsa vida.
"Lixo não é mais só lixo, é resíduo sólido urbano e tem grande valor econômico dentro de uma cadeia de produção global."
Não sigo a trilha
de versos regulares,
caburé urbano no ar,
no campo, na cidade, no vale…
À procura de versos
livres,
livres,
livres...
[AS ESCRITAS DO TEXTO URBANO - a Cidade como texto]
A aplicabilidade da metáfora da “escrita” à cidade pode incorporar, certamente, diversos sentidos. Existe por exemplo a escrita produzida pelo desenho das ruas, monumentos e habitações - em duas palavras: a escrita arquitetônica de uma cidade. Trata-se de uma escrita sincrônica, que nos fala daqueles que a habitam, e também de uma escrita diacrônica, que nos permite decifrar a “história” da cidade que é lida através dos seus ambientes e da sua materialidade. A cidade em permanente transformação, em muitos casos, vai dispondo e superpondo temporalidades, ao permitir que habitações mais antigas convivam com as mais modernas . Em outros casos, a cidade parece promover um desfile de sucessivas temporalidades, quando deslocamos nossa leitura através de bairros que vão passando de uma materialidade herdada de tempos antigos a uma materialidade mais moderna, nos bairros onde predominam as construções recentes.
É também importante notar que os próprios habitantes reelaboram a escrita de sua cidade permanentemente. Por vezes imperceptível na passagem de um dia a outro, este deslocamento da escrita urbana deixa-se registrar e entrever na longa duração. Os prédios que em uma época eram continentes da riqueza e símbolos do poder, podem passar nesta longa duração a continentes da pobreza e a símbolos da marginalidade. Os casarões do século XIX, que eram habitações de ricos, degeneram-se ou deterioram-se em cortiços, passando a abrigar dezenas de famílias mal acomodadas e a configurar espaço habitacionais marginalizados. Nesta passagem marcada pela deterioração do rico palacete em cortiço miserável, deprecia-se também a imagem externa do bairro e o seu valor imobiliário, de modo que o espaço que um dia configurou uma “área nobre” passa em tempos posteriores a configurar uma zona marginalizada do ponto de vista imobiliário.
Este ‘deslocamento social do espaço’ também acaba por se constituir em uma forma de escrita que pode ser decifrada. As motivações para este deslocamento podem ser lidas pelo historiador: a história da deterioração de um bairro pode revelar a mudança de um eixo econômico ou cultural, uma reorientação no tecido urbano que tornou periférico o que foi um dia central ou um ponto de passagem importante. Ou, ao contrário, pode ocorrer o inverso: um bairro antes periférico ou secundarizado no tecido funcional urbano torna-se, subitamente, valorizado pela construção de um centro cultural, pela instalação de uma fábrica, por uma mudança propícia no eixo viário, pela abertura de uma estação de metrô, ou por diversos fatos de redefinição urbana. .Enfim, de múltiplas maneiras o próprio espaço e a materialidade de uma cidade se convertem em narradores da sua história.
[trecho extraído de BARROS, José D'Assunção. Cidade e História. Petrópolis: Editora Vozes, 2007, p.42-43]
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