Único
Que, se inevitável haver um único caminho, este seja mais plural que a soma de todos os demais singulares.
desejo único na escuridão
te amo meramente por amar demais,
deito dentro do peito,
pois tudo é o amor,
perfeito no meu coração.
Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida.” A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos, horários, metas.
Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam descanso em prol da produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status, dinheiro. Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não porque são dignas e, sobretudo, necessárias, a vontade de não ser medíocre naquilo que se faz e a recusa à estagnação. Sim, quando ambas comprometem momentos de entretenimento minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que sombra e água fresca são luxo e não merecimento.
Recentemente, um construtor com o qual eu conversava me disse que estava havia nove anos sem férias e lamentou o pouco tempo passado com os netos. O patrimônio milionário veio de dedicação e empenho. Mas custou caro também. Admirei a trajetória, a abdicação. Entretanto, senti um pesar por aquele homem com conta bancária polpuda e rosto abatido. Na hora me perguntei se era realmente preciso escolher entre sucesso e diversão. Evidentemente, não. É simples e absolutamente viável conciliar o suor da batalha com mergulhos no mar, planilhas Excel com caipirinhas em fins de tarde.
Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em ingressos para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e viagens de barco.
Convivo com pessoas que amam o que fazem e se engrandecem cada vez que percebem como são eficientes na missão de dar sentido à profissão. Pessoas que, por meio de suas atribuições, transformam o mundo, sentem-se úteis, reforçam talentos. Mas até essas se esgotam. É o famoso caso do jogador de futebol que, estressado com as cobranças do time, vai jogar uma “pelada” para relaxar. Desculpe a petulância ao discordar, Confúcio: mas ainda que trabalhemos com o que amamos, será sempre trabalho. Muitas vezes prazeroso, outras tantas edificante… mas nunca capaz, sozinho, de suprir toda uma vida. Arregacemos as mangas conscientes de que os pés na areia da praia e as rodas de amigos em bares são combustíveis importantes para o bom andamento da labuta diária.
Somos resultado do tempo...
E o tempo a todo tempo tentando nos unir...
O tempo é único,
E não quer ver ninguém sozinho perdido nele.
Sobrevivemos,
mesmo sabendo que só
o Tempo permanecerá.
O único meio eficaz de transformação do ser humano, da sociedade e das formas de comunicação, é sem dúvida alguma a educação.
Tem amores na vida, que só existe luz, porque você concebeu e se tornou responsável e único culpado também.
Por que culpado?
Porque às vezes colocamos as pessoas em um pedestal e não tiramos até nos decepcionarmos com ela. E na maioria gritante, dizemos que foram elas que nos decepcionaram – perdendo de fato a razão, pois fomos nós que iluminamos o santo.
Tem muita relação vivendo assim, de luz de candeeiro, vela de 7 dias, sopro de amor.
Temos que entender que primeiramente, a luz do raio de sol que adentra o meu quarto veio para iluminar a minha vida, veio por mim. E só posso doar ou emprestar a alguém, se ela tem a sua própria... Para juntos termos motivos suficientes para que perdure por muito tempo.
O contraditório de tudo é que não nos apaixonamos por esta pessoa – é um engano! Apaixonamo-nos por uma ideia que ela seja assim ou assado. Apaixonamo-nos por nós mesmos, uma vez que emprestamos a nossa luz a ela.
Daí que vem toda decepção.
Se você retirar tudo aquilo que foi projetado, restará somente ela mesma. E não é culpa dela! Pois, muitas não pediram que você projetasse nada, mas você fez assim mesmo, no afã de provar que estava certa.
Temos que olhar uns para os outros e se perguntar de onde vem à luz.
Quanto de mim esta projetada nela e quanto dela de fato você enxerga sem querer se desmotivar.
O erro nosso é nos apagarmos de um todo. Toda relação tem altos e baixos, toda escada leva para o alto, o quão alto queremos chegar é que é a resposta.
Pergunte-se de onde vem sua luz?
O tempo talvez seja o único, em exercício da virtude, capaz de suprimir ou confraternizar a tempestade da realidade com a bonança da esperança.