Umbigo
Quatrocentas vezes fui,
outras tantas eu voltei.
Vi, revi, milvi
tudo.
E te digo:
nada há lá fora
senão o próprio umbigo.
"Antes eu até parecia um super-herói, mas vesti o meu pijama e liguei a TV para ser mais um telespectador dos mistérios da sua vida... Eu até tentei, porém não me senti cativado... O tempo mostrou que você vive de atuações vazias e estou lhe dando as costas depois que o mistério foi revelado no umbigo... No seu próprio umbigo. Os seus problemas não são maiores do que os meus... Aceite um sorriso cínico e uma dose preguiça em retribuição ao seu nada produtivo jeito de ser."
Humildade...
(Nilo Ribeiro)
A tristeza esteve comigo,
me mostrou o egoísmo,
me tornei meu amigo,
expurguei o individualismo
sinto os olores,
vejo as cores,
degusto os sabores,
ouço os cantores
isto não é pouco,
eu não agradeço,
me pergunto se sou louco,
também se eu mereço
a bênção não é pequena,
mas eu não percebia,
de mim senti pena,
pois não agradecia
a vida é maravilhosa,
basta estar em harmonia,
veja a perfeição da rosa,
a sutileza da poesia
só olhei meu umbigo,
não via as benesses,
hoje bem arrependido,
agradeço nas preces
apurei meu tato,
falo de amor,
a tudo sou grato,
obrigado, Senhor...!!!
Não são apenas a ignorância e a desinformação que limitam o homem.
Também a perspectiva que se tem e na qual se é mantido refem, ancora o ser humano ao lodo ... ideologias foram feitas com essa finalidade, a de olhar para o umbigo.
"Que preguiça de gente mesquinha.
De egos mal-acostumados.
De gente que quer o mundo girando ao redor do seu umbigo; que quer aplausos a todo custo.
E quando não recebe, bate o pezinho revoltado.
Preguiça desses donos do mundo, de tanta conversa fiada.
Preguiça de papo furado.
Não bato palma pra maluco dançar, não entro em jogo de interesses, não tolero pataquada.
Tenho uma imensa preguiça de quem precisa provar ser mais que alguém, pra sentir-se menos água de batata."
RE(VOLTA)
"Por enquanto, vão encontrar apenas um grande oco, um eco que sai do esôfago sem esforço e charme algum. Eu só volto quando ganhar mais quilos, quando a lua nascer no meu umbigo e os meus cabelos tocarem os mapas nos meus joelhos. Algum calendário quer me abraçar."
Procurei a felicidade
Onde ela estava
Dúvidas
Decepções
Tanto tempo perdido!
Foi quando descobrir
Que a felicidade
Mora abaixo do umbigo.
Algumas pessoas
realmente veem
aquilo que lhes
convém
Conseguem ver maldade
em tudo.
Vivem de ilusões,
fantasiando emoções
sofrendo de alucinações
e causando confusão
Pessoas que gostam de de ser
o centro da atenção
e girar em torno do seu próprio
umbigo
Acredito que as mesmas vivem
de achismos
sem ter humildade
de buscar a verdade
3/9/15
Dificilmente percebemos o que acontece ao nosso redor por dois motivos:
* Primeiro, por não termos o hábito em avaliar nossos erros e atitudes;
* Segundo, por ser muito mais fácil cuidar da vida dos outros.
Reconheço a minha inutilidade na mudança do meu país, pois quanto mais eu leio e assisto reportagens sobre corrupção mais anestesiada e olhando para o meu umbigo eu fico.
Ignore pessoas que vomitam virtude, mas que, na primeira oportunidade que têm, olhando apenas para o próprio umbigo, opinam por cortar benefícios dos que mais necessitam.
Quando dizemos viver em uma sociedade materialista, estamos na verdade colocando a culpa nos outros.
Há mães surdas e mudas.
Há mães com bipolaridade.
Há mães cegas e com debilidade mental.
Há mães solteiras, casadas e descasadas.
Há mães preguiçosas e multifuncionais.
Há mães provedoras.
Há mães que são pais, Há mães que na hora certa é ditadora e num piscar de olhos é doce como mel.
Há mães de todas as naturezas. Há mães de 24horas, de janeiro a dezembro, de uma vida inteira.
Se não reconhecer a mãe que tem, então reconheça que você foi alimentado pelo Umbigo através de 72.000 veias ligada na placenta da (mãe ) por nove meses
Reconheço que tudo em mim, e o que sou, veio através da minha mãe.
Natalirdes Campos
ENCONTRO
Considerava-me um deserdado da sorte!
Por que tinha eu de correr atrás
da minha própria sorte?
pondo-se ela cada vez mais distante,
cada vez mais inalcançável.
Um dia, não por cansaço,
nem por desengano,
- pura determinação simples -
parei e fiquei a contemplar paisagens.
Pois não é que a minha sorte estava
sentada
junto a mim.
Sem arrogância ia dizendo-lhe:
- não quero mais nada!
Calei supresso:
EU TENHO TUDO!
Brasília, 2-3-93
O FUTURO
Sempre fiz um esforço tremendo
para desvendar o meu futuro.
Ciganas leram minhas mãos.
Cartomantes deitaram cartas.
Espíritas fizeram sessões.
Pais-de-santo jogaram búzios.
Astrólogos traçaram mapas.
Disseram coisas inacreditáveis
sobre o presente, o passado e o futuro.
Alguma coisa, porém, de mistério
ficava a ser desvendada.
Uma simples sinusite
levara-me ao hospital
e aí sim, eu vi o meu futuro,
estampado de modo insofismável,
na radiografia da minha face.
(Brasília, 4.3.93)
TESSITURA PARA VIOLA
-Ida-
Resgataste-me ao sol do anonimato
Em PRISMAL tessitura de bondade
Gerando amor e medo com este ato:
Inseguro tateio a claridade
No caminho tão longo que te assiste
Alumiar a certeza e a verdade.
Ir é o gesto exato que resiste
Germinando ao tempo no meu ser,
Embora quede, às vezes, quase triste!
Levanta-o a voz mais alta do saber
-Volta-
Levanta-o a voz mais alta do saber
Enquanto a ternura debruçada
Geme a triste certeza de não ser
Incluída também por esta alçada
Antes confiada somente a seu impulso
Na missão desta gente estraçalhada.
Imbuir-se, porém, de outro recurso
Gritando a gesta voz exatamente
É o primeiro passo nesse percurso,
Reapontado, por ti, tão claramente.
(Recife, 10 e 29/07/79)
A SOBREVIVÊNCIA - MANGUE
- Recife -
POEMA I
E a ponte esvai-se pelo rio
trêmula navegante nula;
nas suas cáries residimos
logicamente crustáceos.
Bípedes arquitetando sombras,
planos rostos refletidos: nunca,
no aquático espelho dos sobrados
sustém o eco dos sentidos desusados
que mordem das impegadas mãos o tato.
Incerta lama convivida:
alma lama reanscida ao sol.
Anfíbio (caranguejos, siris, meninos)
o peito ereto, as mãos para cima,
trazem as bandeiras de medalhas-lama.
Do céu ganhou a armação
em ossos; um nato esquife.
E o recheio, que lhe desse o rio.
Lá na Ponte Giratória, por mais que gire:
ossos que vivem a sobreviver de ossos!
(Publicado na antologia Presença Poética do Recife, de Edilberto Coutinho, Arquimedes Edições, SP, 1969 e 2ª edição, UFPE, 1977.)
"As pessoas criticam, criticam e criticam qualquer ação ou atitude do coleguinha, mas quando os criticadores agem da mesma forma 'é diferente'... Até quando essa hipocrisia? Até quando não vamos olhar para o nosso próprio umbigo ao invés de focar em criticar o outro?"
Dos outros quem quer saber?
Pouco se estima um amigo!
Estranha forma de ser...
Todos parecem viver
apenas para o seu umbigo.
Aquele que só é capaz de olhar para si mesmo, priva-se da beleza que há fora dos limites do seu egoísta umbigo.