Uma Menina com Medo
Oh Deus, como estou sendo feliz. O que estraga a felicidade é o medo.
O meu maior medo já aconteceu, era te perder. E o segundo maior está acontecendo: não conseguir te esquecer.
Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um caminho.
Quero te fazer compreender que não é assim, que tenho um medo cada vez maior do que vou sentindo em todos esses meses, e não se soluciona.
E eu só tenho a mim, eu só tenho a mim, repetiu, voltando a cair sobre a cama. Não posso sentir medo, não devo sentir medo, não quero sentir medo.
"Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem você, de como eu tenho muito mais certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz sem você."
Então, admitiu o medo. E admitindo o medo permitia-se uma grande liberdade: sim, podia fazer qualquer coisa, o próximo gesto teria o medo dentro dele e portanto seria um gesto inseguro, não precisava temer, pois antes de fazê-lo já se sabia temendo-o, já se sabia perdendo-se dentro dele finalmente, podia partir para qualquer coisa, porque de qualquer maneira estaria perdido dentro dela.
Ele abriu os olhos. E acolheu todos os sentimentos, mesmo o medo. Não queria ficar só. Virou o rosto contra o travesseiro, sentindo o contato com a fronha limpa. As lágrimas molhavam o pano, mas eram um consolo. As paredes não riam mais. Um sentimento novo encolhia-se dentro dele, em atitude de espera. Não sabia dar-lhe nome, mas isso não era essencial. O essencial que estava dentro dele, o novo sentimento — quente, amável — como se apontasse um caminho com o dedo em riste.
Chega em mim sem medo, toca meu ombro, olha nos meus olhos, como nas canções do rádio. Depois me diz: " - Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como está. Feche as portas, não pague as contas e nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, os restos são restos. E não importam. Mas seus livros, seus discos, quero perguntar, seus versos de rima rica? Mas meus livros, meus discos, meus versos de rima pobre? Não importa, não importa. Largo tudo.
O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.
Eu que não me lembrara de lhe avisar que sem o medo havia o mundo.
Ela só imaginava que tudo era como realmente ela queria, ela só sonhava com um amor verdadeiro, ela só acreditava nas doces e lindas palavras que ouvia e lia, ela só queria amar e ser amada, ela só queria que fosse verdadeiro, ela só não sabia que não seria assim, ela não sabia que ele apenas dizia mas não agia como quem ama, o que ela fez? Ela chorou, tremeu, não acreditou. O que ela fez? Ela conversou com seu "Abba pai"ele a consolou com o teu Espírito. O que ela fez?
Descobriu que deveria guardar seu coração.❤
Ele inventa apelidos e implica com ela. Ela o odeia. O mundo todo sabe que eles se amam. Menos eles, que acham que é ódio mas, que na verdade, é apenas um amor escondido lá no fundo.
É ao teu corpo que eu quero me agarrar pra passar o frio...
É a tua respiração que eu quero sentir no meu pescoço me acordando...
É a tua voz que eu quero ouvir me chamar , quando eu estiver com preguiça...
É a tua mão que eu quero segurar pra passar por cima de todas e qualquer dificuldade...
É em você que eu quero pensar antes de dormir...
Meu Deus! São tantas emoções em apenas um dia… Alegria, tristeza. E quando você acha que não vai mais aguentar aparece mais um motivo para você seguir em frente… E então você está lá apenas com a cara e a coragem que te guiam sempre.