Um Poema para as Maes Drummond
ESPERANÇA
Minhas indagações me enlouquecem
Minhas neuras estão me aprisionando
Meu amor foge enquanto minha dor cresce
Mas na trilha do vazio ela sempre investe
Nessa trilha o fogo não queima
O frio não existe
O toque não é sentido
O amor voa, pois não á paraíso.
Essa trilha termina na beira do abismo
Abismo da minha alma
Toque do meu ser
Mas uma flor sempre floresce no amanhecer
Junto com a flor a esperança é plantada
Ela grita e grita buscando uma voz
Ela chora e chora com medo de não ser ouvida
Mas ela sempre continua a gritar
Mesmo quando sentido não há
Mesmo que fique rouca
Mesmo que a dor á tente parar...
No meio da noite eu acordei
pensando no que eu sonhei
...sonhei que estava nas nuvens
com uma pessoa desconhecida.
ela n tinha rosto nem corpo
só uma voz doce e tranquila
pedindo para eu me acalmar
os pensamentos pesados.
sentada no escuro
pensando claro
sentada bem no canto
com a luzis apagada.
triste estava
muito agoniada
sem sono
já ficando estressada.
ai eu pensei que pena
eu não estou bom da cabeça
ela esta cheia de pensamento
e depois de pensar isso
EU FECHEI OS OLHOS E DORMI...
Estive pensando,
Como seria o mundo,
Da forma que imaginamos,
E sempre desejamos.
Sonhos possíveis,
Sonhos realizados.
Tudo em tua perfeição,
Sem essa de traição,
O que seria ilusão?
Nada seria em vão.
Seriam histórias contadas,
Histórias sem fim!
Seriam amores correspondidos,
Sem sonhos interrompidos.
Bom seria o sol raiar,
Com o galo a cantar,
Sem nos preocupar,
Em sair para trabalhar.
Uma realidade tão diferente,
Na qual nos encontramos hoje,
Dia bons dias contentes,
Bons momentos para toda gente.
Ah triste realidade que o mundo é hoje,
Tudo está fora de controle,
É tristeza pra tudo que é lado,
São esperanças jogadas pelo ralo.
Janelas e portas trancadas,
Cadeados e grades estampando,
O medo que é viver neste mundo,
Com tudo nele desabando.
Triste realidade,
Triste ser humano,
Viver desta forma,
Viver de engano.
Onde o diamante é o que fascina,
O ouro vale mais que o coração,
Onde se encontra a platina,
Não se encontra a paixão.
Quantas coisas sem sentido já escrevi,
outras coisas bem sentidas escrevi,
de quantos personagens sem sentido me vesti
e depois, neles, bem sentida me percebi !
GUERRA
Numa guerra entrei
e não consegui sair
logo me desesperei
e tentei fugir.
Me escondi numa moita
cheia demais para mim
cheia de espinhos
cheia de cabeças
cheia de corações partido
e desatentos.
tentei me enfiar nela
mas quanto mas eu entrava
mas me lembrava
o motivo de fugir.
ai eu voltei pra guerra
guerra do sentimentos
guerra da emoção
guerra da desconfiança
e guerra da solidão.
eu não venci a guerra
mas venci os motivos
venci por aguentar
venci por viver
venci por estar
e por saber...
Meus demônios
Me perseguem
Em botecos sombrios
Fumam de meu cigarro
Bebem de minha cerveja
Apagam as luzes
Tudo se escurece
Até outro dia chegar
E meus demônios
Voltarem a me assombrar.
Talvez eu ti ame
Talvez eu ti odeie
Talvez devemos ficar juntos
Talvez não nos conhecemos
Talvez já conversamos
Talvez eu realmente ti ame
Talvez esteja perdido
Mas certamente é em busca de você
Desalunada
A lua foi extirpada
em seus ovários e luzes
por mãos escandalosas.
A lua desfigurada
fez-se de esfinge mais e mais
para as mandíbulas dos vales.
Uma lua decorativa, corroída de sulfores
sem metade de sua história.
Uma lua lenta, sem locomoção
essa lua empesteada por bolorentas cobiças
nunca mais encharcou as matas inchadas do verde apodrecido.
Não deu mais o espetáculo pagão de costume
o plenilúnio de ossatura alva e exposta.
A lua fragmentou-se: em postas de poente
em rosas de sangue azul, calvo...
DE FAUSTO E DO ANJO BOM
Oh, Fausto, amputa tua mão de ganchos
teu olhar de perfuratriz
finge o infinito como uma criança
amassa com as mãos o sonhado
como adolescente de cenho d´espanto
aos pés do imenso
e despreocupando-se!
(de Kleine Faust)
USÊNCIA
Você foi essa ausência,
Presença de minha dor,
E agora...
Meu coração se comove
Com um vazio que me move
Nesse poemas de amor
Vida de Poeta
Ser poeta é escrever com o coração
Ser poeta é tentar descrever com rimas essa estranha imensidão
Ser poeta é ser julgado
Ser poeta é ser aplaudido
Ser poeta é dar a cada verso um pedaço da sua própria alma
Ser poeta é enlouquecer com cada rima, olhar a si mesmo no espelho e manter a calma
Ser poeta é tentar mostrar ao mundo o seu verdadeiro significado
Mas muitas vezes por sua arte acaba sendo menosprezado
Mas mesmo com tanta coisa ruim não desistimos de ser poeta
A gente pode não mudar o mundo, mas sempre haverá essa porta aberta
Não escolhi ser poeta, a poesia me escolheu
Para mostrar a todos o amor que o mundo lhe deu.
A medida do amor
Anjo dourado, quando Deus te fez humana
Criou seus olhos, negros, lindos, só pra me olhar
O formato da sua boca, perfeita pra me beijar
O contorno de seus braços, certinho pra me abraçar
Seu coração, enorme, prontinho pra me amar
E felizmente seus mágicos cabelos vermelhos
Para em minha busca, na multidão te destacar
Agora te encontrei, não quero e não vou mais largar
Ah, os poemas...
essas imagens
atravessadas
de infinitos
que se encontram
na tênue esquina
do silêncio
com o tempo
pintando assim
respingos
de eternidades
nas tortuosas curvas
das palavras que
não vêm em vão.
Quando formos versos decassílabos
distribuídos em estrofes azuis
em rimas entrelaçadas nos perderemos
à procura da cadência ideal...
Quando conseguirmos a rima perfeita
ah , que bonito então será
nossa pequena canção ecoará
inundando de lirismo o coração !
Castelo de Areia
Você sonha
Você Constrói
Você modela
Você rega
Até que o vento bate tão forte
que os grãos de areia se vão
Você insiste
até perceber que não adianta
continuar, porque sem uma base
a onda sem avisar bate,
E a muralha cai.
Assim é o talento do artesão
que esculpe em troca de pão
Sonhador e construtor
Mas não conquista seu tostão.
O vento vem e vai
A lagrima percorre a maçã
de sua face até não existir mais!
Se em palavras vieste inspirar
Ó Deus, fascínio crias em tuas poesias.
Natureza de beleza ímpar,
Ensinai a viver teus dias.
Se em amor escreveu o poeta
Ó Deus, da-lhe entendimento.
Em tuas palavras destes o encanto,
E em pleno pranto, trazes o lamento.
Se em beleza nos deu a mulher
Ó Deus, estendo as mãos ao céu.
Dedicamos ao doce veneno
Palavras jogadas ao léu.
E a tudo que não provém
Ó Deus, vem nos libertar.
Do riso sem viço
Paixão sem serviço,
Do amor sem amar.
Então você percebeu que estava chovendo
Se aninhou no meu peito ao sentir o vento
E eu encantado só apreciava o momento
Se faz sol você me deixa
Te espero no frio
Que é quando tu me procura
Quando tira a armadura do verão
AO ME OLHAR...
Umberto Sussela Filho
Quando me olhar, não repares
Pois meu jeito pode mudar
Não enxergue com seus olhos
Pois estes jamais poderão olhar
O que a minha alma carrega
E que só outra alma pode notar
Olhe com sentimento
E assim se ponha a observar
Que os caminhos assim se cruzam
Pra quem se põe a caminhar
E afastam de nós os olhos
De quem só olha pra julgar
Ao me olhar traga o sentimento
Dos que habitam o sonhar
Longe dos olhos sedentos
Que cobiçam o que se pode comprar
Mas que desejam sem pressa
O que a alma pode mostrar
Traga sempre em seus olhos
A esperança do semear
Pois verei os seus cuidados
E a sua forma de tratar
Se as sementes forem boas
Coisas boas irão brotar
Quando me olhares, tenha calma
Para não se ofuscar
Se aproxime com verdades
Para verdades encontrar
E se olhares com os olhos da alma
Ao meu lado poderá caminhar
DOS FATOS...
Umberto Sussela Filho
Retirou-se do povo
A esperança minguada
Limpou-se assim a calçada
Sem olhar quem ficou pra traz
E aquele que cumpre e faz
Sem olhar a consciência
Traz em si a decadência
De um tempo que não tem paz
Olhares ficaram parados
Clamando pela mudança
Cadê então a Esperança?
Eu lhes pergunto amigos
Se inventaram inimigos
Ao invés de assim pegar
Quem disfarça e se põe a roubar
Com seus costumes antigos
Valores estão inversos
Sonegam assim a razão
Se esquece dá comunhão
Que quer Ordem e Progresso
Pois se torna Réu confesso
Os mais fracos é decentes
E se dá poder aos dementes
Que do correto tira o acesso
Trabalhar nunca foi crime
Dignifica o homem honesto
Mesmo que miudes protestos
Achem que isso é errado
Quem é então o culpado?
Quem não dá nota fiscal?
Ou quem não tem a moral
Pra dizer o que é errado
As leis devem ser cumpridas
Quando forem verdadeiras
Ao contrário é só besteira
E propaganda falsificada
Daqueles mandantes de calçada
Sem se preocupar com o futuro
Pois vivem num mundo escuro
Que aos outros não oferece nada
Que está indignação
Não fique só no pensar
Que possamos reclamar
Desta falta de coerência
Enquanto uns sem decência
Enriquecem abrigados
De outros pobres coitados
Se priva a sobrevivência
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