Um para o outro
Cedo aprendi que não se "cura" um amor com outro - amor não é doença, deve-se respeitar seu tempo de partida.
E limpe seu coração antes de reabitá-lo... essa é a última prova de amor para quem foi, a primeira prova de amor para quem vem e o máximo de respeito para consigo mesmo.
As pessoas não nascem boas ou ruins. Talvez nasçam com tendências a um caminho ou outro, mas é a maneira como elas vivem a vida que importa.
"Na realidade, tua alma e a minha são a mesma.
Aparecemos e desaparecemos um com o outro.
Este é o verdadeiro significado das nossas relações.
Entre nós, já não há nem tu, nem eu."
Três etapas de um casamento: 1. loucos um pelo outro; 2. loucos um com o outro; 3. loucos por causa do outro.
A beleza do mundo, que é cedo demais para perecer, possui dois extremos, um da alegria, outro da angústia, rachando o coração em duas metades.
Somos como o Sol e a Lua, que trocam olhares, piscam um para o outro, mandam beijos... Mas sabem que jamais poderão ficar juntos... É uma pena, porque soube que a Lua está completamente apaixonada pelo Sol... Por isso o universo deu uma mãozinha para eles, criou o eclipse... Ora a Lua cobre o Sol, ora o Sol cobre a Lua... Leva tempo mas um dia eles fazem amor, que perdura por muito tempo, até que a saudade não aguente mais... Até o próximo eclipse...
Tenho dois lados: um ruim e outro pior: um quer que eu seja frio e calculista, e o outro quer que eu demonstre tudo que eu sinto.
Dor
Passa-se um dia e outro dia
À espera que passe a Dor,
E a Dor não passa, e porfia,
Porque trás dia, outro dia
Que traz Dor inda maior;
Porque embora a Dor aflita
Calasse há muito seus ais,
Ainda, fundo, palpita
Uma outra Dor que não grita:
A Dor do que não dói mais.
(in "Dispersos e Inéditos")
A mais bela ponte construída no planeta é a distância entre um olhar e outro.
Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver.
Lembre-se de Mim
Se você vir um par de sapatos, um para cima outro para baixo
Ou um surfista elegante de sociedade
Se você sentir que está ventando demais e não tiver agradável
O vento que estava tão bom
Então lembre-se de mim
Com minha hipocrisia
Um amor como o nosso está fadado a acabar
E eu já não tenho mais fôlego para soprar a fogueira
Você parece barata tonta, envenenada por Rodox
E teu barato já está muito descoordenado
E desse jeito não vai dar
Então se você vir um tarado na escada
Lembre-se de mim
Um vira-lata emocionado
Lembre-se de mim
Lembre-se de nós e a nuvem alaranjada
Lembre-se de nosso amor
Com as decisões que tomamos juntos
Das nossas músicas malucas
E esse talento de tomar a cena de assalto
Pagamos o preço, por não sermos medíocres
Lembre-se disso quando for falar mal de mim
Lembre-se da nuvem e da luz
Alaranjada no lustre do quarto
Fazer amor é coisa séria demais...
Não basta um corpo e outro corpo, misturados num desejo insosso, desses que dão feito fome trivial, nascida da gula descuidada, aplacada sem zelo, sem composturas, sem respeito, atendendo exclusivamente a voracidade
do apetite.
Fazer amor é percorrer as trilhas da alma, uma alma tateando outra alma, desvendando véus, descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos, sem pressa com delicadeza... porque alma tem tessitura de cristal, deve ser tocada nas levezas, apalpada com amaciamentos...até que o corpo descubra cada uma das suas funções.
Quando a descoberta acontece é que o ato de amor começa.
As mãos deslizam sobre as curvas, como se tocando nuvens, a boca vai acordando e retirando gostos, provando os sabores, bebendo a seiva que jorra das nascentes escorrendo em dons, é o côncavo e o convexo em amorosa conjunção.
Fazer amor é Ressurreição !!!
É nascer de novo: no abraço
que aperta sem sufocamentos no beijo que cala a sede gritante,
na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.
Vale chorar, vale gemer...vale gritar, porque aí já se chegou ao paraíso, e qualquer som ha de sair melódico e afinado, seja grave, agudo, pianinho... há de ser sempre o acorde faltante quando amantes iniciam o milagre do encontro.
Corpos se ajustaram, almas matizaram...Fez-se o Êxtase! É o instante da Paz... é a escritura da serenidade!
E os amantes em assunção pisam eternidades !!!
Feitos um para o outro
Se amar é querer estar juntos
se amar é sentir saudades
se amar for a busca do carinho
de sentir o calor do teu corpo
das batidas compassadas
de dois corações em harmonia
dos segredos, das confissões
dos sentimentos em sintonia
então vou morrer te amando
te desejando te buscando
mesmo que a distância
entre mim e ti seja grande
mesmo que seja impossível
a convivência entre nós
mesmo que seja proibido
o que sentimos
mesmo que digam
...é absurdo...
continuarei te buscando
continuarei te amando
sonhando...
como poderei não te amar
se a doçura, o encanto
que me das todos os dias
se te busco, se me buscas
se encontramos o que precisamos
um no outro...
se a carência que existe em mim
é a mesma que existe em você...
como não te amar se me buscas
me acaricia com suas fantasias
se me sentes perto e se delicia
com o som da minha voz...
como não gostar de sentir tudo isso
se encontro tudo quanto
preciso e anseio
até aquele segredinho existente
entre mim e você
aquela cumplicidade
em tudo o que sonhamos...
fomos feitos UM para o OUTRO
Sabe aqueles banheiros mínimos, que quando um entra o outro tem que sair? Tem amores que parecem um banheiro apertado: só cabe um.
Ela ama o cara. Interessa-se pela sua vida, seu trabalho, seus estudos, seu esporte, seus amigos, sua família, enfim, ela está inteira na dele. Ele, por sua vez, recebe isso de muito bom grado mas não retribui. Não pergunta pelo trabalho dela, pelas angústias dela, por nada que lhe diga respeito. Ela, obviamente, não gosta desta situação, mas vai levando, levando, levando, até que um belo dia sua paciência se esgota e ela tira o time de campo. Aí ele entra. De repente, como num passe de mágica, ele se dá conta de como ela é legal, de como ele tem sido distante, de como vai ser duro ficar sem a sua menina. Então ele a torpedeia com e-mails e telefonemas carinhosos. Mas ela é gata escaldada, não vai entrar nessa de novo. Ele insiste. Quer vê-la, quer que ela entenda que ele é desse jeito tosco mesmo, mas que no fundo ela é a mulher da vida dele. Ela é gata escaldada mas não é de gelo: então tá, vamos tentar de novo. Ela entra com tudo.
Com a namorada resgatada, ele se isola novamente em seu próprio mundo, deixando-a conduzir tudo sozinha. É ela quem o procura, é ela que o elogia, é ela que arma os programas, é ela que lembra das datas, é ela, tudo ela, só ela. Quer saber: tô fora!
Aí ele entra. Pô, gata, prometo, juro, ó: vou cobrir você de carinho. E não é que ele cumpre? Passa a tratá-la como uma deusa, superatencioso, parece outro homem. Ela aceita a deferência, mas não entra mais nesse jogo. Simplesmente não retribui o afeto dele, quase nunca telefona, sai com as amigas toda hora, e ele ali, no maior esforço. Ela esnobando, ele tentando, ela se fazendo, ele se declarando. Até que ele enche: tô fora. Aí ela entra. E ele esfria, e ela cai fora, e ele volta, e seguem neste entra-e-sai até o desgaste total.
Bom mesmo é amor em que cabem os dois juntos.