Um dia Percebemos Mário Quintana
As palavras não têm valores únicos ou universais. Nem os sorrisos. Há quem diga que ama proferindo um eu te odeio ou quem odeie dizendo o inverso disso. Há quem ria pra alegrar o dia de alguém ou quem o faça para destruí-lo. Palavras e sorrisos são caminhos. Pessoas, são guias nesses caminhos. Problema é que pessoas amem objetos e usem gente. Problema é que façam mera e insignificantemente o que lhes apetece ao ego. E só. Parece que ninguém sabe mais a diferença, aquela sutil diferença entre preço e valor. Parece que ninguém descobre a graça de estar. Más palavras e más sorrisos são como águas do mar. Não matam a sede de quem sente, avançam sem pena e desmoronam aqueles pequenos castelos de areia de criancinhas sonhosas que sem saber e querer, avançam os limites de uma margem invisível.
SORRIA PALHAÇO, SÓ RIA!
Viche Palhaço,
a maquiagem borrou num respingo de lágrima.
Hoje a dor transcendeu o banco do camarim,
O que houve, Palhaço?
Viche Palhaço,
As cores vivas que lhe vestem hoje
desaparecem perante a alma mendiga.
Hoje suas tintas dão-lhe outra cor
Que cor é essa, Palhaço, que dor?
Viche Palhaço,
Você, tão feito de sonhos
Parece imerso no avesso do riso.
Que rio é esse, Palhaço, que não lhe riu?
Viche Palhaço,
Seu nariz vermelho tá torto,
sua tinta desbotada quão folha a secar.
Que cara é essa Palhaço, de noite escura?
Que você tem, Palhaço?
E o que não tem?
Suas lágrimas sangram hoje não só por dentro.
Ê, meu Palhaço, o circo lotado não lhe preenche os vazios.
Ô, meu Palhaço, o riso desgastado lhe parece cansar os músculos da face...
Ah, meu querido Palhaço, quem, por trás da cortina entre palco e real roubou se astral?
Foi o dia? Foi a lua?
Ele hoje é seu. Ela hoje é sua.
Se ajeite Palhaço.
Sorria. Só ria!
Daqui a pouco as cortinas se abre e o show recomeça.
Daqui a pouco a pipoca pulada, as tantas risadas, os pais, os filhos, a rua, chegam todos pra lhe ver.
Pra rir de você,
pra rir com você.
Levanta Palhaço, ainda que a dor lhe aborreça,
a esperança adoeça e angústia lhe pare, não esqueça;
a vida ainda continua.
Se a lua nossa desce o canto no alpendre
eu sobre o som daquela noite triste
escorro em prantos - uma dor que existe -
a melodia que me sai do ventre.
Canto a certeza de só ter em mente
O que nos braços o desejo clama.
Há dor maior que essa, de quem ama,
que emudece o ato que se sente?
DOR DE POETA, DOR DE PALHAÇO
Eu amo ao ponto de me dar ao sim,
de me vestir de ais, de ser o nunca,
o todo, o meio, começo... enfim.
Eu amo ao tanto que não cabe em mim,
Sonho o instante que não chega; junca.
Meço o começo, mas o que tenho é fim.
UMA MENSAGEM DE OTIMISMO
Nem sempre as coisas vão sair do jeito que você quer. E isso não é novidade. Precisamos aprender que cada dificuldade ou cada problema é um degrau para o processo de evolução.
Se controlarmos a ansiedade o tempo será um grande aliado para a resolução dos problemas ou na concretização dos seus sonhos. Desistir, não deve ser uma opção. Às vezes, reduzir o passo seja necessário para poder entender e encontrar a sabedoria necessária e o sucesso do que desejamos.
Em algumas ocasiões, mudar o foco, se afastar um pouco, deixando de lado aquilo que tanto queremos, poderá ajudar a te encaixar no caminho correto. E assim, alcançar aquilo que se busca.
Por mais clichê que se pareça, "tudo tem seu tempo" e "nada é por acaso". Aproveite o caminho. Que seus planos, projetos e desejos estejam alinhados com o universo.
(Mário Pires)
Saudade é um pote cheio d'água
Que transborda a pureza do meu ser
subestima minha rima, minha alma
e me deixas, só pensando em você
Toda ansiedade some por instantes quando meu corpo parece não ter mais peso, o vento que toca minha pele e sopra minhas lembranças, fica forte quanto mais eu chego próximo da escuridão.
O vento frio batia forte em meu rosto, o céu cinza me confortava e me dava mais coragem, pois fazia perder-me em lembranças de sonhos reais. A grama daquele penhasco já não era tão verde como das primeiras vezes que eu a vi, e as rochas, pareciam mais escuras e afiadas do que nunca. Meu pulmão, se enchia com o ar gélido daquele lugar, e com ele o cheiro de água salgada do mar escuro, que aguardava paciente, o último suspiro de mais um ser descontente.
Estamos perdidos
Navegando em mar
De ilusões
Os conhecimentos
Obtidos
Não são capazes
De abrir
Os portões
Dessas prisões
Os filhos do vento
Do tempo
e Do espaço
Mirando o espetáculo
Do ócio criativo
Sondando
O apocalíptico
Caos
E enquanto sonho
Vou seguindo em frente,
Vou sendo valente.
Sem deixar de sonhar.
Por que o sonho é minha energia
Por que o sonho me contagia
Por que o sonho me faz respirar.
O POETA DA PRAÇA DO FERREIRA
Em seu escritório instalado na Praça do Ferreira
O velho poeta ri do tempo
Tempo de delírio
Punhal que corta a carne branca
Da amada morta.
Vestido com seu paletó surrado
O velho filósofo
Com seu riso canalha
Caminha impune
Ao encontro de Dante
Ao meio-dia adormece em seus versos profanos
No final da tarde goza no céu infinito
A noite padece no inferno astral.
O velho dândi repousa no inferno de Dante
Alimenta-se do poema
Que se cala
No instante em que fala.
Absorve a tristeza
E o tempo perdido
Punhal traído
Corpo que padece
E por vezes entorpece os passos
E adormece nos bancos da praça.
Paulo Freire jamais seria contra que alguém contra ele fosse. O que ele seria contra é que quem contra ele fosse e não pudesse ser contra ele.
Quando alguém te deixar triste, lembre-se que também existe alguém que pode te arrancar muitos sorrisos"
Menina tu não fazes a ideia de quanto eu te quero, andar de mãos dadas contigo. Sentir ciúmes do condutor de autocarro. Ti irritar por ter lavado mal os pratos, limpar as lagrimas porque sorriu além da conta. Menina eu quero me habituar às tuas chatices, raivas, nudez rostos dos nossos filhos. Ainda mais quero-te sem te querer longe das minhas mãos e braços ao longo dos anos por vir.
ontem a noite estava a passear com a minha maquina fotográfica na calma noite da cidade. ouvi a alguma distancia uma musica ao tom do calmo vento que fazia e pus-me a pensar na possibilidade do som, a sua velocidade até mim, fotografei tempo e as ondas do som, ficou o momento e o som continuou nas suas ondas, eu continuei a andar. vi duas passarinhas a andarem abraçadas com asas no ar, mas com indícios de já terem habituados ao mundo dos homens, eles ao me virem choraram, por terem sentido os sentimentos. fotografei o choro. alguma coisa daquele momento tinha a ver comigo. ao lavar a foto descobri a mesma doença. sofríamos da doença de saudade e do mal da distancia de casa.
Saudade é uma chateação, chantagem em viagem na razão, meio ferida e quase cicatrizes por sarar no interior e corredor da distância.
NUBLADO # ENSOLARADO
E hoje o dia amanheceu nublado mais uma vez
Espero que o Sol apareça para que tudo ilumine
Para que possamos fazer hoje o que ontem a gente não fez
Espero que ainda antes que o dia termine
Num esboço da tarde, final do dia talvez
Meu coração aflito e sozinho do seu se aproxime.
As horas passam, os dias contam, o relógio não perdoa
Me sinto como um relicário, guardo coisas no tempo
Ou será ignorância e pressa da minha pessoa
Claro que ainda há bastante esperança, não joguemos ao vento
Mas minha inquietude sim, essa me atordoa
Que ela não me consuma por qualquer contratempo.
Tenho a nítida sensação de que o mundo parou
Mas como dizia o poeta, o tempo não para, o mundo tampouco
E aqueles dias dos quais tanto falamos e se planejou
Me vêm na memoria, me entristecem quase me deixam louco
Mas a sensação unica que temos agora de verdade
É que não somos reféns de ninguém, temos a LIBERDADE.