Um dia e dá Caça e outro e do Caçador
Deixe de ser esse animal egoísta, seja gente. Compadeça com o sofrimento alheio. Seja humilde e sensato. A vida segue sem você.
Autoria
Sou autor da frase que não disse,
Da mentira que não falei
Da frase de amor que não calei
Da busca que não fiz
Do livro que não escrevi
Da música que não cantei
Das coisas que não vivi
Da ira que não contive
Do sorriso que não sorri
Das marcas que nunca tive
Das manchas que não apaguei
Sou autor de mim
Sem nunca saber quem sou
Sou aquilo que nunca passa
A dor de amor que não apaga
A leitura perfeita do quadro
A pintura perfeita do poema
Sou aquilo que você rejeita
Aquele que você respeita
A sua paixão contida
O seu ódio explícito
E alem disso sou mesmo eu.
Cacá Carlos Gomes – Mococa (SP)
(DESERTICO)
Quando cruzar
o deserto
dedos trêmulos
acariciarão
o corpo dormente.
E olhos perdidos
na imensidão,
brilharão
ao comtemplar
teu rosto.
E assim,
invadirei
com uma lágrima,
o oásis
do seu coração.
Cacá Carlos Gomes
Nem só alegrias, nem só tristezas,
nem só verdades, nem só mentiras,
nem só amor, nem só ódio.
Se a moeda não tem dois lados, é falsa.
Cacá Carlos Gomes
Deixa eu lembrar de você
Da maneira que eu sei lembrar
Não tente mais me convencer
Nosso amor não foi tão vulgar
Nunca esperei de você
Nem mesmo podia esperar
Que você pudesse entender
Tudo que eu queria te dar (...)
Pra mim, você era tanto
Que não podia alcançar.
É como uma estrela no canto
Do céu de qualquer lugar.
Sendo assim inatingível,
Eu deveria evitar
Esse amor tão impossível,
Tão distante a cintilar.
Mas, se o coração reclama.
Eu me ponho a imaginar
Que dorme em minha cama
E fico assim a sonhar.
Acaricio a roupa
Que trouxe pra se deitar.
Não sei se é você a louca,
Se sou eu a delirar.
Só sei que te vejo ardente
Querendo se entregar.
Ou vira estrela cadente,
Ou eu aprendo a voar.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
Lá estão elas rompendo a estrada.
Deixam distantes seus dias risonhos.
Já desistiram dos contos de fadas.
Hoje cultivam os seus próprios sonhos.
Lá estão elas cerrando fileiras.
Trazem enxadas e foices nos ombros.
Fadas Madrinhas se tornam guerreiras.
Marcham por sobre seus próprios escombros.
Se já não têm o destino nas mãos,
Se, sob os pés, lhes retiram o chão,
Ainda assim vão em busca da vida.
Se lhes acuam, empurram pra morte,
Criam desvios, mas mantêm o norte.
Seguem marchando feito Margarida.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
A segurança do palco
Não seduz a trapezista.
A sua alma de artista
Projeta-a para o alto.
Se há um risco no salto,
Há outro na plataforma:
Viver essa vida morna,
No máximo, balançar.
Porém, se quiser voar,
E se confia em meus braços,
Salte e ouça os aplausos
Quando eu te colher no ar.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
Um fantasma paira sobre nossos sonhos.
Esbraveja, ameaça e desanima.
Tanto alarde, tantos brados tão medonhos
Que há perigo de aceitarmos uma sina.
Mas será tão forte assim o nosso algoz?
Pode alguém subtrair nossa esperança?
Só se não soubermos nem quem somos nós
Nem de onde brotam os sonhos de criança.
Sendo assim, façamos a declaração:
Nascem os sonhos do fundo do coração.
É o sangue que os liga às raízes.
E o que somos é fruto do que fazemos.
E, por isso, hoje nos reconhecemos
Proletários de todos os países.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
Tanto o desejo a tomou
Pelos braços, pelas pernas,
Que a mulher retirou
O seu homem das cavernas.
Deu-lhe à luz pra que enxergasse
A maravilha das cores
E esperou que ele voltasse
Trazendo ramas de flores.
E seu homem, agradecido,
Ao vê-la assim se dando,
Foi ficando enternecido.
Foi ficando, foi... ...ficando.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
Carlos Augusto Cacá
Eu faria o seu poema.
Não o que você merece,
que não é fácil fazer tanto.
Mas, um poema sincero,
pra gravar dentro de mim
as linhas do seu encanto.
Ele seria incompleto,
que nem tudo a gente vê.
E mesmo que eu pudesse
percebê-la como é,
não saberia explicá-la.
É que a poesia é falha
e o poeta, mais ainda.
Mas faria com vontade,
que a vontade me sobra
de te traduzir em traços,
rabiscos e embaraços
que eu pudesse entender.
Eu faria seu sorriso
de quem gosta de sorrir.
Suas pernas pelo mundo
abrindo trilhas de vida
e os pés firmes no chão.
Faria as suas mãos,
o seu abraço, os seios,
seus sonhos e devaneios,
e seu cansaço ocultado.
Eu faria seu rosto,
cabelo, boca e olhos.
Até sentir o seu cheiro
Perfumando meu papel.
E te gravaria em mim,
no escuro do meu dentro
pra cintilar como estrela.
Mesmo te fazendo errada,
incompleta, inacabada,
Sempre poderia vê-la,
mostrando o rumo da estrada.
Eu faria a caminhada
se eu pudesse fazê-la.
Esse homem de que fala
bem que podia ser eu.
Suas pernas, duas alas
conduzindo ao apogeu.
O seu corpo como vi,
até as marcas de dores
que imagino em ti,
nos meus versos sonhadores,
as palavras provocantes,
presentes desde o começo,
já são coisas de amantes
e ainda nem a conheço.
Meu amor não é fogueira nem sopro.
Não se desfia nem se desdobra à toa.
É cauteloso e principia pouco
Para crescer a cada coisa boa.
Amor bondoso, resistente ao tempo,
Constante mesmo quando se magoa.
Envolvedor e, em seu envolvimento,
É mais amor e, sendo assim, perdoa.
Embora possa parecer maduro,
É meu amor também insaciável,
Sem rumo certo, amargo e inseguro.
É meu destino, mesmo tão amável,
Tornar o amor, além de insuportável,
Ao mesmo tempo, eterno e sem futuro.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
Descobri que tu me amas,
Ainda que amor pequeno.
De fato, tu não derramas
A insensatez do extremo.
Mas que me amas é certo.
Assim como é certo a lua
Esparramar seu afeto
Na escuridão da rua.
E sendo assim como és,
Ama pouco. É o bastante.
Não te convém o viés
De inconseqüente amante.
Ao amar suavemente,
Deixas clara, transparente
Tua alma comedida.
Me inspiras confiança,
Renovando a esperança
De iluminar-me a vida.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
O cravo gostou da rosa.
E ela foi tão gostada
que o cravo fez um pedido
E a rosa foi encantada.
O cravo ficou contente.
A rosa foi visitar.
O cravo queria toda
A rosa pra se abraçar.
A rosa era tão linda
Que o cravo tentou prendê-la.
Assim quebrou o encanto
E agora não pode tê-la.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
Pense sempre; você realmente precisa, ou você apenas quer... há uma distância enorme entre um e outro.
É leveza sobre aspereza
É paciência sobre aspereza
É acalanto sobre aspereza
É vida sobre aspereza
Os corações ásperos carecem
de leveza, paciência, acalanto e vida.
Falta-lhes poesia...
A gratidão não é apenas a cereja do bolo; é resumo de tudo. A felicidade é sempre uma resposta à sua gratidão.