Um dia Desses
Na adolescência eu era um anjo triste
Desses que perambulam,
que caem, que existem
melancólicos, sonhadores,cinzentos
Como os finais de tardes dos dias invernosos
A minha solidão respingava nas vidraças
Como a neblina fria jogada pelo vento
Que doía fundo na minha carapaça
E a minha angústia,
a dor daquele sentimento
A solidão de me sentir sozinho
Não era solitária, era uma multidão
E como cada um faz seu rumo, seu destino
De fazer da multidão, a sua poesia
Aquele garoto triste um dia teve o tino
Sobre trevos e sorte
Dia desses de muito silêncio e calmaria, estava eu num belo jardim procurando trevos de quatro folhas. O lugar era pequeno e nas horas livres não havia muito o que fazer. Logo me dei uma tarefa: procurar trevos.
Lá pelo segundo dia estava bem focada em olhar e contar cada uma das pétalas dos bonitos tão pequenos tanto formigas (tá, acho que um pouco maiores), quando um pensamento veio direto e certeiro como um raio:
- Por que está procurando a sorte? Já não é sorte o bastante estar aqui agora? Por que não parar para apenas admirar?
Logo me dei conta que muitas vezes estamos procurando trevos. Olhamos pra cá, olhamos pra lá. Nos damos metas para encontrar esse grande trevo de quatro folhas. E esquecemos é de contemplar pro jardim a nossa volta. A sorte é sempre compreendida como algo por vir e nunca como o presente.
Depois daquele dia, não procurei mais trevos.
FEITOS TORPOS
Aonde estão os seres presos,
por essas paredes, expressas atrás,
desses labirintos de muros?!
Onde no reboca de vida...
O que restou, foi apenas furos de
um tempo mal tramado, os quais
passaram por uma peneira de medir
gostos, amargos e mal amados.
Sobre as margens dos seus caminhos
o que sobrou para esses seres
foram bases de sentimentos, e mourões
infectado com noites escuras,escuras
como se fossem, arrependimentos
de pensamentos logrados e horizontes
esmagados por leis de seres em desvio
e atos desviados.
Nos rascunhos das paredes consta:
Expressão de tristeza
desesperos de gritos
brado de angustia,
até mesmo as vezes de delírios,
sobre suas secas cedes de voar...
Voar, nas cores do futuro, as quais d'elas
consta apenas as hastes cheias de espinhos
de esperança, mal florescida.
Não contem redes de dormir
na contra partida, sobram-lhes a
lamina fria de pedras duras e pontiagudas.
Ainda outra noite como lembranças
de crianças, esboçaram apenas
os soluços, misturados aos choros abafados,
junto ao tremor de vidas sentidas.
Ainda sonhos com seus amores
mas, ao acordar, se deparam com o
labor dos feitos torpos, dos atos
mesquinhos, agora transformados
em aborto.
Antonio Montes
A alma oculta segredos que sufocam o peito.
Desses que por que mais que você tente, não tem jeito, sempre vem a tona.
As vezes te liberta;
As vezes te detona.
Os olhos quando se amam,
Atraem como os brilhantes,
A lembrança traz saudade
Desses mimosos instantes,
Que o amor dormiu no leito
Dos corações dos amantes.
'Meu coração é desses que vaga pela madrugada
Sem destino, sem parada, sem pousada
Galopeia desvairado
Caminha sem saber de nada
Qual é o segredo desses irmãos que estão sob perseguição, que os leva a enfrentar esses embates, e não negarem o nome do mestre amado Jesus?
PARAÍSO
Percorri teu corpo.
Com o rosto colocado sob
a espuma desses teus cabelos,
pela testa desci, linda e alta,
coloquei meus lábios nesse
narizinho arrebitado,
Perdi-me nessa boca doce
e carnuda,
resvalei suave, neste queixo,
desci por seu pescoço
a volta dei em seus seios,
escalei-os, no cume beijos muitos,
deixei como presença.
Veio após, o ventre, e cheguei
ao início de duas coxas roliças
lindas, entre elas o paraíso.
Com os lábios desci até os pés,
charmosos, elegantes.
Então, iniciei o caminho de volta,
parando sob estes lábios quentes,
sedutores, e enquanto os beijava
loucamente, adentrava aos poucos
o Paraíso.
(Roldão Aires)
Bom Dia
OLHAR PROFUNDO
Que olhar tão profundo, desses olhos
tão lindos.
Penetram em nosso íntimo,perpassam
nossos sentidos.
Buscam de alguma maneira dentro de nós
estar.
São olhos de um amor tão grande
que eu fico pensando em ser amado assim.
É como viver sonhando.
Assim os quero ver para mim olhando,
como se só meus fossem.
São luzes que eu preciso para o meu
caminho seguir pelo tempo que eu viva,
e ao meu lado, poder te sentir.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências~
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Dia desses uma amiga minha tinha acabado de terminar o namoro e me veio com a seguinte reflexão: -Às vezes eu fico pensando... Será que eu vou morrer sozinha?
Depois de morrer de rir com a cara de choro dela me fitando, lembrei que ela tinha apenas 17 anos e ameacei bater na cara dela caso chorasse outra vez. Para acalmar contei a história de uma professora que guardo comigo e compartilho sempre que possível:
Era noiva e estava prestes a fazer o vestibular para comunicação quando faltavam poucas semanas para o casamento e ele soltou a pérola: "Se casar comigo, não vou deixar você trabalhar!". Ela não acreditou no que seus ouvidos tinham acabado de ouvir. Como? Logo ela que depois de todo esforço de bolsista em uma escola, sempre sonhou com a vida profissional e ter esse sonho impedido? Foram muitas tentativas, mas nenhum dos dois arregou da decisão e acabaram seguindo caminhos diferentes. Ela fez letras, seguiu carreira acadêmica, casou, teve filhos, ficou viúva e em um certo dia recebe um telefonema. No celular sua amiga dizia que sua ex sogra por quem tinha muito apreço estava muito mal de saúde. Lá foi ela, dias e dias visitando essa senhora, quando no quinto dia alguém abre a porta e de repente ela se sente como se tivesse 18 anos de novo. Com o coração acelerado foram tomar um café e pasmem! Ele também ficou viúvo! Desde então estão juntos de novo, ela o primeiro amor e é uma nova integrante: A cachorra.
Por fim ela sempre pondera: Por mais que o meu primeiro marido tenha sido importante na minha vida, tendo sido o pai dos meus filhos, agora eu entendo o que é amor de verdade, e talvez se nós tivéssemos ficado juntos lá no começo não teríamos a maturidade que temos hoje.
O amor é assim, "Maktub" se tiver que acontecer vai acontecer. Qualquer coisa que custe sua paz é muito cara. Como diz Bauman, virá "Ab nihilo", a partir do nada.
Esqueci -
Já não me pergunto mais, quanta falta que faz, desses teus carnudos lábios, dessa tua boca ardente, preferi andar pra frente, esquecendo o que foi bom. Não gosto de viver reprises, que graça tem saber, afinal de contas o final, quando na ultima cena, o grande amor acaba, e o lindo casal separa.
Colares Filho.
"Porque a vida necessita de gentilezas...
Desses pequeninos gestos de amor,
que fazem bem ao coração...
Que trazem alegria e paz prá alma da gente."
Bom Dia
Sentir Você
Ter esse sorriso bem perto, notar o calor
desses lábios, é o sonho de um coração,
fantasista.
Sentir você em meus braços falando baixinho
de amor.
Enxergar que esse amor é real, e te levar
em meus braços para um leito macio e suave,
e ali sermos um do outro por horas.
Sei lá por quanto tempo ali ficaríamos.
Estar junto a ti é sublime, de tudo se esquece,
ali permanecemos sem a nada atentar.
Contudo, a vida nos desperta para o viver que
à nossa volta acontece.
Membro da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Dentro desses olhos
Vi um olhar de um coração
Que bate mais do que se diz
Uma postura bruta
Digamos um ogro talvez
Que dentro da sua cabeça imaginária
De amores sem fim é de alegrias eternas
Que em pequenas horas
Fazem mundo mais divertido
Pq e mundo dele que nos contagia
Que faz birra quando dizem não
É uma criança grande
É que poucos vão ter conhecer e te perceber tão profundamente
Como eu!
Antes tarde que agora.
Há quem deixe para depois o que deveria ter feito há anos.
Não sou desses.
Sofro por antecipação quando tenho um dos parcos compromissos registrados na minha agenda, que é uma folhinha pendurada no armário do escritório, verdadeiro depósito de lembranças de todo tipo.
Preocupado sim, ansioso também, entender o horário marcado e lembrar exatamente do que se trata aqueles rabiscos, são coisas bem diferentes.
Não esquecer no próprio dia então, um exercício de sofrimento, parte de uma responsabilidade esquecida pelos anos de aposentadoria da gravata.
Para falar a verdade, esse ano não tive mais que dois títulos na agenda: dentistas e médicos.
Por isso o título, antes tarde que agora, posso ficar despreocupado com o horário porque invariavelmente é “chá de cadeira” certo de uma hora ou mais.
Não sei quais dos meus médicos (meus uma ova, são do convênio) ou meus dentistas vão ler essas linhas mas tenho certeza de que não ficarão bravos comigo, pois para eles, meu tempo não vale nada, para eles importante é só o que eles tem para fazer e se a sala de espera chama sala de espera é para esperar, se eles são doutores e eu sou paciente, quem tem que ter paciência sou eu.
Desabafo feito fica o dito por não dito, o chá de cadeira está institucionalizado e quem quiser que espere ou procure outro “profissional”.
Boa noite! Amanhã dentista!
O meu mundo inteiro está aqui, dentro desses poucos m². O que me preocupa, o que me inquieta, o que me sensibiliza, o que me compromete, o que me atarefa, o que me faz alçar vôos, o que me assusta, o que me surpreende, o que me faz solitária e o que me preenche de felicidade!
CHORO CHORADO
Nas lagoas desses copos meus
Afogo-me por ti
Toda essa minha dor
A cada tim, tim um adeus
Sobre o qual eu banho-me
Em lagrimas desse amor.
Meu bem...
Eu trombei no poste
E calo em mim o galo dessa paixão
Eu sei... Você sabe...
Não sou forte!
Então eu choro
O choro chorado da desilusão.
Antonio Montes