Um dia Desses
Namorar
Namorar é a melhor forma de extravasar
É o âmago desses corpos entrelaçados
Juntos descarregam energias estacionadas
Ao toque de mãos que escorregam a todos os lados
Momentos de troca dos calores espontâneos
Corpos lapidados a quatro mãos delicadas
Entregam-se numa troca constante de lisonjas
Ardem em fogo numa paixão ferozmente gostosa
Exibem seus charmes como a dança da garça
Seus gingados chamam atenção de quem passa
Demonstram imensuráveis prazeres na presença
Do outro que tanto e incondicionalmente ama
Imaginam a cena da flor desabrochando
Numa entrega total de ambas as partes
Delírio que os levam no momento
A uma fonte de luz a brilhar delicada.
Antes tarde que agora.
Há quem deixe para depois o que deveria ter feito há anos.
Não sou desses.
Sofro por antecipação quando tenho um dos parcos compromissos registrados na minha agenda, que é uma folhinha pendurada no armário do escritório, verdadeiro depósito de lembranças de todo tipo.
Preocupado sim, ansioso também, entender o horário marcado e lembrar exatamente do que se trata aqueles rabiscos, são coisas bem diferentes.
Não esquecer no próprio dia então, um exercício de sofrimento, parte de uma responsabilidade esquecida pelos anos de aposentadoria da gravata.
Para falar a verdade, esse ano não tive mais que dois títulos na agenda: dentistas e médicos.
Por isso o título, antes tarde que agora, posso ficar despreocupado com o horário porque invariavelmente é “chá de cadeira” certo de uma hora ou mais.
Não sei quais dos meus médicos (meus uma ova, são do convênio) ou meus dentistas vão ler essas linhas mas tenho certeza de que não ficarão bravos comigo, pois para eles, meu tempo não vale nada, para eles importante é só o que eles tem para fazer e se a sala de espera chama sala de espera é para esperar, se eles são doutores e eu sou paciente, quem tem que ter paciência sou eu.
Desabafo feito fica o dito por não dito, o chá de cadeira está institucionalizado e quem quiser que espere ou procure outro “profissional”.
Boa noite! Amanhã dentista!
O meu mundo inteiro está aqui, dentro desses poucos m². O que me preocupa, o que me inquieta, o que me sensibiliza, o que me compromete, o que me atarefa, o que me faz alçar vôos, o que me assusta, o que me surpreende, o que me faz solitária e o que me preenche de felicidade!
CHORO CHORADO
Nas lagoas desses copos meus
Afogo-me por ti
Toda essa minha dor
A cada tim, tim um adeus
Sobre o qual eu banho-me
Em lagrimas desse amor.
Meu bem...
Eu trombei no poste
E calo em mim o galo dessa paixão
Eu sei... Você sabe...
Não sou forte!
Então eu choro
O choro chorado da desilusão.
Antonio Montes
O guria,você me tira fácil da linha
Teu jeito doce me assusta
Um dia desses eu te roubo pra mim
Nem que seja por algumas horas
Você vai gostar,eu sei
Tenho muito a lhe mostrar,coisas que não mostrei da última vez
Vem comigo?
AH...abençoado anjinho disfarçado...desses que nos agarram a alma pra brincar de mãos dadas nas nuvens! Anjinho que rabisca arco-íris nos corações e faz a gente rir colorido, fazendo cócegas na vida da gente. Meu coração hoje é que te festeja e sela milhões de beijinhos batizados, assim...como faço quando você me abraça. me enlaça, afaga...arrancando alegrias lá do fundo de mim...e quando desliza seus dedinhos de condão perfumados e macios em meu rosto, acordando com um sopro, todos os meus segundos. PARABÉNS, ALÍCIA, anjinho de colorir gente, dos carinhos tecidos com perfume de flores pra nunca mais exalar do meu ser...
De que somos feitos,
senão desse roteiro indecifrável que atravessa séculos.
Senão desses caminhos que trazemos nas origens.
Somos feitos dessas dores , desses sonhos ,
e principalmente dessa grande adiposidade poética
que inauguramos diariamente , em nós...
(Para Vânia Regiane)
Às vezes sonho contigo, e muitos desses sonhos me trazes lembranças das quais eu não queria ter presenciado.
"Sou desses românticos a flor da pele que se assemelha a uma rosa fechada cheia de espinhos. Basta um bom adubo de sentimentos, umas regadas de afetividade, que eu, transbordarei amor."
Operariado
Escorre suor das mãos calejadas
desses sertanejos esperançosos
que agarram o cabo da enxada
com ânimo e certeza
de se a chuva não faltar
haverá sempre o feijão na mesa.
Escorre suor do rosto do operário
numa enfadonha jornada de oito horas
para garantir no fim do mês o salário:
que mal compra a cesta básica ;
que não paga o alugue;
que não paga a escola ;
que nem parece um salário,
mas que parece uma esmola.
O jeito é virar bicheiro,
político ou banqueiro.
Quem sabe pastor de igreja.
Qualquer coisa desse gênero
desde que não fraqueja!
O suor que goteja:
das mãos, do rosto
desses cidadãos
que enriquece o patrão,
o patrão orgulhoso do que faz;
o feitor sem chicote
que açoita seu escravo,
o escravo assalariado
Hoje de repente um sorriso transformou meu dia... Não foi qualquer sorriso, um dia desses já tinha observado ela por aqui... próxima de mim, mas hoje foi diferente, foi mágico... Ela entrou no ônibus como quem não queria nada, deve ter no máximo 30 anos, ela sorriu com os olhos para todos, mas permaneceu ali como se fosse invisível, ninguém a notara, não sei se por preconceito de raça ou pelo simples fato de ser um pessoa como dizem "especial", ou apenas mais uma portadora de transtornos mentais, ela estava ali, linda, negra, e acima do peso mas mudou meu dia, não sei seu nome, não sei a dificuldade que enfrenta, só sei que ela me olhou e sorriu com seus olhos, olhos negros, lindos e sorridentes, e mudou meu dia me fez feliz. Parei por um instante observei, toda educada, esperando sua vez, seu momento... Hoje ela mudou meu dia, minha vida, meus instantes....Talvez Deus estivesse ali... Acho que foi ele quem sorriu pra mim...
Um dia desses escrevi sobre o amor. Não me lembro de tudo mas, eu escrevi que era para o amor entrar que a porta estava aberta. Quando fui salvar fiz alguma coisa errada e tudo que eu escrevi foi por água abaixo, sumiu.
Hoje, pensando bem, eu sei porque sumiu. Porque na verdade a porta não está aberta para o amor. E é disso que eu tenho medo. Medo de morrer e não conhecer o amor.
Tá, toca aqui Esperança !!!
Faremos um pacto, desses nada casual: você me empurra e eu sigo em frente!
Nos buracos, nas armadilhas, você me socorre e eu dou conta do resto.
Mas primeiro preciso saber se posso confiar em você, se realmente não irá esmorecer no primeiro tombo, pois sabe que nessas horas que a gente tropeça, levantar de novo é sempre um sacrilégio.
Se você me der a sua palavra que estará sempre comigo, pro que der e vier, eu vou encarar qualquer coisa que atropelar o meu caminho.
Sabe que nem sempre sou uma pessoa otimista, então vez ou outra, vai ter que me dar pauladas pra eu recuperar a minha fé...
Mas eu sempre volto, sempre...Nem sempre totalmente recuperada, mas volto!
Volto porque vejo você por perto, e isso me dá a certeza de que amanhã será outro dia!
Eu escrevo como quem beija.
Um beijo longo, demorado, carinhoso.
Um beijo desses de língua.
A língua se movimenta lentamente
e me permite um gosto
ao mesmo tempo do outro
e de mim mesma.
Do outro que me encontra
neste texto
e do que há em mim que permite o encontro.
Eu escrevo como quem vive.
Assim, simples,
fazendo um texto de vida,
na vida.
Às vezes, penso,
afinal, que texto é esse que eu produzo?
Que vida é essa agenciada
pelo sabor das palavras compartilhadas,
sussurradas, como um afago?
Quem é esse outro que me encontra
e quem sou esse eu mesma que se expressa,
que se entrega...
Nesse delicioso beijo de língua?
Nesse movimento que, afinal,
eu mesma provoco?
O gosto vem do meu movimento mesmo
associado ao movimento do outro.
Quando escrevo, eu me inscrevo.
Fica também o meu gosto
no gosto da língua do outro.
E isso me remete a não querer parar de escrever. Nunca.
(Maria Luiza Cardinale Baptista)
Sei que cada minuto pra mim agora é essencial.
E que,se não aproveitar e desfrutar desses momentos ele jamais voltaram,
Ficarei à margem...e não quero, não posso, ficar à margem de nada.
Margem que ninguém quer,página em branco cheia...
Cheia de coisas vazias
Parede branca e negra
Cheia de coisas raras e mágicas,coisas minhas que não pertencem a seu ninguém.
Começo a perceber o quão importante é diante da vida.
E que sou importante.
Começo a encontrar a saída, procurando a luz...procurando a luz...sendo a luz.
Conhecendo e encontrando as pedras ocultas do tempo e do espaço.
Conhecendo e encontrando as pedras ocultas do tempo e do espaço.
Espantando meus demônios...
Espantando meus demônios,
me exorcizando.
Sei que cada minuto pra mim agora é essencial.
E que, se não aproveitar e desfrutar desses momentos ele jamais voltaram,
ficarei à margem...e não quero, não posso.
Agora, mais do que nunca, eu precisava ir adiante. Precisava ir além desses pensamentos mesquinhos e limitados.
Sou complicada, sim sou, sou ermo, é, também sou... Mas gosto desses dois pequenos defeitos que para mim Já virou qualidades, pois nos momentos complicados e de solidão é que surgem minhas melhores ideias.