Túmulo
Não quero vala comum para o nosso sentimento. Quero um túmulo digno, grande, bonito e a altura da magnitude de todo aquele amor.
"Mesmo que a morte feche meus olhos, apague o brilho do meu sorriso, no meu tumulo nascera uma flor e em uma petala estara escrito com letras de sangue ... 'Nunca te esquecerei' "
E se morte é na verdade o começo de uma vida?;
E se as rosas no túmulo de um morto na verdade forem presentes para um vivo?;
E se o azul do céu for um lago de lágrimas daqueles que partiram?;
Do pó viemos, ao pó retornaremos.
A vida são longos 60 segundos
Dos quais 20 tomamos todas as decisões erradas,
Dos quais 30 passamos concertando essas decisões,
Dos quais 5 realmente vivemos,
Dos quais 5 nos lamentamos de não ter aproveitados os outros 55.
Fugimos da morte, mas mantemos ela por perto
Misteriosamente e inconscientemente perto
E como um sopro, ela chega.
Um dia eu cheguei tão perto do túmulo da minha vida que achei morrido, mas felizmente aquilo que eu pensava ser o túmulo da minha vida era na verdade o túmulo que enterrei meus piores pensamentos, minhas maiores derrotas, meus maiores fracassos e principalmente o meu mais temido de todos os meus medos, o medo da morte.
TÚMULO
Venturas
e deleites
que vivi -
guardo-os
nos arquivos
do tempo;
desditas
e tédios -
habitam
o túmulo
do esquecimento!.
Se eu sentar sobre o túmulo de meu pai, na profundeza do meu sarcástico e irônico modo de ver as coisas pelo viés da aceitação comum, certamente olharei com desprezo os planos divinos que perfeitamente o homem criou para aceitação da morte. Meu pai não impôs nenhuma crença, provavelmente fui feliz pela liberdade de criação.
O sussurro da madrugada é túmulo de confidências. Hora é cúmplice da solidão. Hora é segredo de amantes. E em cada palavra se esvai grande fortuna ou açoite. E em cada silêncio segredos se fazem versos. A dor que pra alguns é noite, pra outros romance, seu universo...
Diagnosticado com um caso irreversível de velhice, no seu túmulo vai constar: Morreu ativista, iluminista, simbolista, resiliente e magro. Curtiu a vida como se fosse um ano sabático
Dizem que esta carta foi deixada no tumulo de François de La Rochefoucauld.
Aqui jaz, Duque François de La Rochefoucauld, que viveu na França até sua morte em 1680.
Caro Senhor Duque, venho de longe solicitar a sua atenção junto à esta carta.
Todas as qualidades, nobreza e virtudes lhe foram dadas pelo povo da França. Sei que o senhor retribuiu tudo isso em livro e reflexões que ecoam até hoje nas mais altas Academias de Letras muito além das fronteiras da França.
Uma, de muitas citações sua que mais admiro. "O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo"
Também sei que o duque foi um militar que lutou pela democracia ao limitar o poder real e discutir abusos cometidos pela Corte, enquanto vivo. Assim sendo, o senhor sabe que um dos maiores pilares da democracia é saber conviver com opiniões contrárias.
E esse é o ponto:
Frase sua, duque... frase que discordo.
"O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu"
Ninguém o viu? Então, prezado duque, escute com atenção!
Sim duque, muitos dizem e fingem que amam. Esses, com certeza nunca viram o amor.
Hoje, em meu tempo, o amor infelizmente pode ser comprado, estragaram o amor, fizeram dele igual a produtos nas prateleiras. Coisa comum. Simples de achar. E pelo preço certo, podem até comprá-lo.
Porém, gostaria de testemunhar o que eu presenciei sobre o amor.
O senhor disse que "o verdadeiro amor é como um fantasma...ninguém o viu".
Bom! Não sei como são os fantasmas, mas afirmo ao senhor que o verdadeiro amor, esse eu vi sim! Só não vi, como me apaixonei, toquei, beijei, senti, me declarei e chorei por ele. E morreria por esse amor! E não era um fantasma, era tão real quanto você e eu, meu caro.
Se o duque pudesse ver de quem estou falando, e de que amor estou me referindo, não tenho dúvida de que o senhor nunca teria escrito aquela frase, pois teria o mesmo sentimento, que eu tive, só de olhar pra ela a primeira vez.
Vou tentar descrever ao senhor como é esse amor que o duque diz que ninguém viu:
Acomode-se aí meu caro duque! Feche os olhos (desculpe a ironia), e tente imaginar o que eu vou descrever. Ela é assim... Só que mais bela!
Seus olhos são lindos como o mar, mais bonito que o céu azul, mais bonito que qualquer cristal, diamante ou minério desta terra, mais bonito que as estrelas, mais bonito que qualquer outro astro. E é assim que brilham os seus olhos.
E o sorriso duque! Tudo nele é bonito, o mais belo, mais perfeito, o mais lindo que já vi. É como uma estrela brilhando bem forte no céu a noite, e nada o detém! Esse sorriso seria capaz de deixar de joelhos o líder mais tirano de um império.
Os cabelos são como as ondas do mar refletindo o brilho do sol em todo seu esplendor. A noite, são como o brilho do luar, puro encantamento e elegância! Macios como a mais pura seda.
Sua voz é doce e alegre, meiga...
Não a nada igual! É voz que acalma, cativa e estremece. Arrepio e alegria. Ânimo e paixão. São coisas que sentimos quando ouvimos a sua voz. Simplesmente um som inesquecível!
O corpo. Ah! o corpo, caro duque!
Esse detalhe, infelizmente não poderei descrever ao senhor. Não porque não quero descreve-lo, mas porque simplesmente... não há como.
Para isso, eu teria que buscar inspiração nos mais verdes vales e nas mais altas montanhas que existem no céu! Sinto muito meu caro, farei isso um dia, mas espero que não seja hoje.
Encerro, caro Duque François de La Rochefoucauld, lamentando que talvez o senhor tenha acabado seus dias como um pessimista desencantado com a humanidade, e que tivesse tido uma visão distorcida do que é o verdadeiro amor, - hoje, no século XXI - eu lhe daria toda razão. Mas o amor que eu vi existe meu caro! Tem nome, forma, e endereço (Em Tupi. Braço de um rio caudaloso, separado do curso principal por uma ou várias ilhas). E sofro todos os dias por ela estar longe.
E ela é linda de morrer, duque! (Novamente me perdoe a ironia).
Cordialmente, Alexandre Pacheco.
Levantai-vos, Castro Alves
Do túmulo onde dormis,
Vinde já nesse momento,
Com vossa lira feliz
Permutar as Vozes d’África
Pelas de vosso país.
Túmulo de pesares.
Pensa, pensa, pensa,
túmulo de pesares.
Produz sua dor em mágoa,
pra mais tarde em paz, chorares.
Busca, busca, busca,
filho do desprezo e do escuro.
Busque encher seu embornal,
de todo mal e costure os furos.
Não perca um grão de desesperança,
que faz falta pra essa velha criança.
Melhor ter solidão do que nada.
Melhor só ter uma estrada,
do que procurar nos caminhos já percorridos,
sua morta amada.
Os corvos me coroaram rei
com o meu alfanje
em meu perpetuo exílio
túmulo de vermes
espírito contrario
lado negativo
represento o profano
os espíritos malignos
a destruição da guerra
o vazio da morte
sou o sol e a noite sem lua
o véu de cailleach no inverno
a areia que abraça o deserto
o navio de uma profecia dada a uma vidente
a besta incarnada no deus pagão
a ira devastadora da cólera
sou concebido em abundância
sou parte da mentira alheia
eu sirvo ao legião
ao ódio do deus pagão
comandante das terras amaldiçoadas
as memorias póstumas do ceifador