Tuas palavras Frias

⁠Eterna Amiga

A fria palavra do escuro no canto
congelava, proliferava e ardia
incessante.

Sob corpo quebrável a minha sonolência tétrica
alastra como doença o gelo em meu rosto
Deprimindo, debilitando, abatendo descanso.

Oculto, as paredes sussurram mortas
e antipáticas gotas delas escorrem.
Minhas conhecidas por mim não choram.

Atentos os olhos escutam as palavras,
os ouvidos fadigam,
o gosto da sombra fria queima,
faz-se pó...

Há um chão sobre meus pensamentos.
perguntas respondem dúvidas
aleatoriando respostas.

No início do fim
a ausência de sentimentos
fez todo sentindo.

Não entende-se os sentidos
tão pouco sentimentos
subentende-se,
sente-se...

Sem palavras,
o criado mudo
isolou-se em um canto

A geladeira,
sempre tão fria,
derreteu-se em lágrimas

O chuveiro,
sempre tão quente,
agiu como se não ligasse

As paredes ecoaram o silêncio da despedida.

Algumas portas se fecharam
e outras se abriram

Enquanto eu,
que já não me sentia mais em casa,
parti.

Nesta noite fria tudo que penso é naqueles breves momentos...
As vezes me falta palavras para expressar todo o sentimento contraído
Parece um labirinto...
Perdida nos pensamentos passados eu vivo
Quem me dera se por um lapso eu esquecesse
Foi bom enquanto durou
Foi doloroso quando tudo acabou
Pior agora é saber que nunca tive o seu amor......