Tropeços
Não preciso de pessoas que apontem meus erros nem meus defeitos. Eu sempre tropeço neles sozinha, caio e levanto. Por mais que alguém ajude, levantar de um tombo é um processo individual. Ninguém pode sentir nossas dores. Preciso é de pessoas que me lembrem das minhas qualidades. E me abracem quando menos mereço.
Tropeço em meus próprios pés, odeio aniversários, fico corada por qualquer coisa e prefiro ler livros a festas e badalações.
Tropeço
Há tanto tempo não usado, encontrei o amor, sem querer. Ontem. Jogado debaixo da cama. Empoeirado. Sem caixa, bula ou manual. Um amor, assim, abandonado. Sujo. Rasgado. Fóssil soterrado. Navio afundado há anos. Casarão com tábuas pregadas nas janelas. Lençóis brancos sobre os móveis. Um amor acostumado com o escuro. Com o frio do quarto fechado. Com a passagem rápida de um inseto no meio da madrugada. Um velho amor largado. Pronto pra ser reciclado. Um amor procurado por toda casa nos lugares errados. Nos armários limpos. Entre taças. Louças. Dentro de caixas fechadas com laços. Sob tapetes varridos. Cantos desinfetados. Um amor chamado no grito. No gemido da febre. No cochicho da oração. Um amor sumido. Necessitado. Um amor que apareceu quando quis. De repente. Em um lugar inesperado. Há tanto tempo não usado, eu, ontem, tropecei no amor. Empoeirado. Sujo. Rasgado. Abandonado debaixo da cama. Um amor que talvez nem funcione mais.
Decepção antiga,
Serve como lição de vida,
Com os meus tombos
E tropeço,
Vou aprendendo a me equilibrar,
Para que eu jamais esqueça,
De uma cilada,
Diante dessa jornada,
De cabeça erguida,
Unindo forças para andar,
Continuo a caminhar,
Com os meus próprios pés,
Para jamais cair,
Sem pensar em desistir.
Não tenho culpa se meus passos são firmes. Não sou perfeita... eu tropeço e caio de vez em quando. Mas só de vez em quando.
A trilha que nos leva a mais bela cachoeira tem no seu caminho os tropeços e as dificuldades. Assim é a trilha da vida para chegar onde almejamos.
Vivo num constante ir e vir,
onde pra mim,
nem curvas, nem esquinas turvas,
nem aos tropeços paro!
Levanto...
Sigo cada vez mais lapidada...
mas preparada pra chegar onde eu quero
Amigo que é amigo não compactua com seus erros, não aplaude seus tropeços, e nem sorri das suas ignorâncias... Amigo que é amigo te mostra o melhor caminho e não te deixa pegar atalhos.
É sua a história,
a visão que você tem...
Todos os erros, todos os tropeços, todos os recomeços...
Então escreva, rabisque, desenhe, pinte, borde, construa, reconstrua, brinque, cante, sorria dance, ame, celebre é a sua vida, a seu caso!
Naquele dia ele a prometeu ser seu anjo. E dali em diante os tropeços pareceriam um passo mais largo porque o chão nunca mais a ampararia. Ainda que ele tivesse que se jogar por debaixo da queda dela.
Dali em diante estava decretado o fim dos dias de inverno, e de outono, pela parte incômoda. Sim. É lógico que vez ou outra o frio seria o artifício do abraço demorado que aquece a alma. E os outonos só viriam pra que as roupas elegantes saíssem do armário: luvas de lã, cachecol, tapa-ouvidos... Andar nas ruas e soprar as mãos e ver a fumaça quente de si condensada ao ar gélido de fora.
Nessa caminhada de tropeços certeiros, encontros inexplicáveis
Surge, além da Verdade, que prevalece indiferente ao Tempo, o exercicio de agregar e transformar todo meu sofrimento em Aprendizado!
Que eu possa sempre, mesmo que inconscientemente, e com toda força do Bem, evitar ou apaziguar as minhas dores e dos que me cercam.
E quando parecer ter chegado
no limite, darei mais um passo
ter medo do que, de tropeços,
fracassos? Lutarei por espaço...
Chegadas, partidas, dores, amores, sorrisos, lágrimas, flores, espinhos, pedras, tropeços, recomeços, que surgiram em teu caminho, te trouxe até aqui.
A vida não oferece atalhos. Ela, nos concede, o livre arbítrio. E cada vitória ou derrota, moldou o teu ser, faz parte da tua glória, e tua glória, é o teu presente.
Então, agradeça, e não lamente, não espere, siga em frente e sorria, cultive o amor-próprio. E nunca esqueça: o futuro, se faz no agora.